Ali estava ele, olhar no vazio, como a buscar algo que
jamais encontraria! Por mais que se tente, nunca encontraremos uma explicação
plausível para o fim de um relacionamento, que sempre aparentou estar bem. Já que
o máximo que descobriremos, é quem e o quanto foi dado e recebido, coisa
irrelevante de saber em uma situação dorida como essa.
Uma música suave ecoa quarto a dentro, embalando seu
ser ressentido, fazendo o pensamento, como um bom historiador a procurar relíquias, buscar momentos em comum com aquela que, do nada, fora-se. São tantas as
lembranças de situações compartilhadas, verdadeiras provas da
imensa afinidade que possuíam um com o outro, que os neurônios entrariam em curto ao tentar projetá-las.
Lágrimas denunciam que o pensamento se fixara em um específico
episódio da relação, com certeza, naquele em que ocorrera a mágica troca de
olhar! Nele, aconteceu o encanto mútuo, dando início a tudo que vivenciaram até
ali. De repente, dera-se conta de quão rápido o tempo passara e que as lágrimas
já não eram mais de dor, porém de pura nostalgia, não da pessoa em si, já que no
decorrer de nossas vidas, relacionamo-nos com inúmeros seres. Seja em forma de
amizade, de simples coincidência, por força da ocasião, por atração ou por um sentimento forte. Foi saudade mesmo daqueles momentos bons desfrutados a
dois, pois é isso que as pessoas que passam por nós durante a nossa
existência deixam e levam. Já refeito, enxuga a face e segue seu caminho,
aproveitando a vida que lhe fora dada e, agora, sem laços, está pronto, para,
novamente, compartilhar momentos com quem lhe conquistar ou se deixar
conquistar.
Criado em: 18/04/2010 Autor: Flavyann Di Flaff
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