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Mostrando postagens de agosto, 2021

MEIO DE SOBREVIVÊNCIA

Existem coisas que só sobrevivem e têm sentido no âmbito das ideias, fora dele são como plantas arrancadas do solo, não vingam por muito tempo. As ideologias compõem esse cenário, pois só sobrevivem e têm sentido naquele específico campo, fora dele são pensamentos ilusórios de uma identidade social coletiva. Os quais são amparados pela necessidade de um incessante estado de luta para poderem existir, e a discussão é muito mais importante do que solucionar o problema de fato nesse caso. Remetendo-nos ao seguinte estratagema: ensinando o indivíduo a se preocupar se pode ou não resolver os seus problemas, ele não será capaz de resolvê-los. Uma perífrase de uma das muitas críticas de Gilbert K. Chesterton feitas em relação ao Modernismo: “[...] a emancipação da mente do escravo é a melhor forma de evitar a emancipação do escravo. Basta lhe ensinar a se preocupar em saber se quer realmente ser livre, e ele não será capaz de se libertar.” O que leva o indivíduo a se tornar prisioneiro de uma

O LEGADO

Há anos na quebrada, sabia, por experiência própria, as fraturas sociais que acometiam a sua comunidade. Doía-lhe ver todas elas expostas a céu aberto ou a olho nu, como a denunciar os reiterados descasos do poder público, que, por lei ou capricho, passava de mãos em mãos, sem nunca se importar com o bem-estar dos seus concidadãos.        Andava por becos e vielas, sua vida sempre passou por caminhos estreitos, mas nunca a eles se entregou. Pelo contrário, mesmo tendo que percorrê-los, sempre os renegou, pois sabia que o levariam a nada. Fez do sol diário a sua fonte de energia vital. Tal como erva daninha, vingou, na vida, a sua sorte Severina. Na aridez do competitivo ambiente social, plantou a semente da vitória, aguando-a com doses de conhecimento. Soube ser resiliente, sem ser conformado; resistente, sem ser cabeça-dura; alegre, sem ser tolo; esperançoso, sem ser acomodado; assim, foi seguindo a rota traçada. Então, chegou o grande dia! A semente plantada germinou, a nova vi

AUTOAMOR

  Quando você se perguntar qual o porquê de a sua saúde está mal, de seus problemas só aumentarem e de sua vida ter-se estagnado, não pense que, por ajudar a muita gente, você não seria merecedor de passar por essa fase ruim. Não seja tão ingênuo! Realmente, o fato de ter sido bom com os outros não lhe protege das situações adversas da existência humana. Pare, pense e analise! Dessa forma, verá o que contribuiu para que aqueles momentos ruins se sucedessem de fato. Com toda certeza, constatará que foi a sua negligência, para consigo mesmo, o fator motivador de tudo. Observe que, ao se dedicar exclusivamente a cuidar do outro, negligenciou a sua saúde e a solução de seus problemas, levando, com essa ação, a sua vida à estagnação. A planta que se omite a ser regada para que as outras sejam, uma hora ou outra sucumbirá. Doar-se não implica a negação de suas próprias necessidades, ou seja, a negação de si mesmo. Portanto, antes de doar a sua parcela de amor ao semelhante, exerça o auto

PLEITO REVELADOR

Em época de eleição, políticos são como presentes de terrorista: Só descobrimos que são uma BOMBA, depois que os abrimos. No caso em questão, chegam-nos enfeitados com um rosário de promessas, e por estarmos em pleno estado de necessidade, os abraçamos como sorte redentora. Porém, assim que os elegemos, BOMBA! As máscaras caem, e aquele estado de coisas se desfaz. De necessitados, somos alçados à vulnerabilidade extrema; enquanto eles, como nossos representantes, são todos legitimados.   Criado em: 21/08/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

BON-SAI

Quando ainda era brotinho, a liberdade era a sua fiel tutora. De tudo fazia, para que brincasse todo o dia com a Alegria, a ponto de lhe dar as próprias asas. Ignorante das coisas do mundo criava seu fantástico universo, no qual sempre o acompanhava a alegria, que mais parecia uma criança em eterno estado de graça. Foram tempos mágicos vividos até ali, todos repletos de travessuras e aventuras, as quais deixaram lembranças para o resto de sua vida. O mundo já batia à porta dizendo que, sem instrução e algumas crenças, o futuro daquela criança seria incerto. Com a primeira, aprendeu sobre as coisas que via, mas nada sabia delas, a não ser que existiam. Já com a segunda (as crenças), aprendeu, entre outras coisas, que existe outra vida, porém, para alcançá-la, tem que passar por muitas ações (tentações, provações, lamentações e flagelações). Então, ficou a imaginar consigo mesmo, ainda levado pela ingenuidade, que aquele devia ser o mundo dos adultos. Não demorou muito para esse lhe

SUSTENTABILIDADE LÍQUIDA

No sonho “Ame enricando”, me vi, de forma altruísta, usando e abusando do que os outros tinham de bom e de ruim em benefício próprio – algo não muito diferente do que praticaram os colonizadores. O mundo pós-moderno pede a atualização constante dos antigos métodos. Acordos nunca cumpridos são atualizados para permanecerem inaplicáveis em sua totalidade, é assim entre as grandes nações amigas, quando se reúnem para encenar suas bondades no teatro mundial. Portanto, que façam o que digo, mas não saibam o que faço. A sustentabilidade é a atualização do momento. O descarte consciente é o marketing ético para as antigas ações de financiamento de políticas belicistas em países marginalizados. Então, depois do uso e de um longo tempo de reúso, finalmente, o Afeganistão foi descartado conscientemente no meio do já conhecido ambiente hostil, servindo como exemplo prático da tão propagada sustentabilidade líquida. Criado em: 17/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

DESERDADOS

  A fé, negaram-lhes, então! Esta foi a paga, do mundo civilizado, pela crença em um país melhor. Mas os velhos monstros ressurgiram das cavernas e assolaram a frágil paz reinante. Uma onda de desespero a todos devorou, fazendo-os reféns. No ápice do avanço terrorista, agarrados às asas da Liberdade, lançaram-se no imenso vazio deixado pela fugidia Democracia, que tanto se alimenta do terror para pregar um amor salvador − artifício doutrinário ocidental.   Criado em: 16/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

REALIDADE

Quando minh'alma conseguiu se libertar da angústia que a aprisionava, foi atingida mortalmente pela realidade que a cercava.   Criado em: 11/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

HIPOCRISIA

A contemplação da atividade (prática) artesanal do oleiro é mais pedagógica do que a audição diária do discurso sociointeracionista da educação. Uma vez que a prática pedagógica daqueles que o profere é totalmente incoerente ao que é dito, transformando-o em um discurso vazio – mera retórica doutrinária de uma pretensa ideologia salvadora. Criado em: 11/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

ILUDIDO

Quando o amor acabou, em nada pensou e cego de dor, sem demora, foi cremá-lo no calor da vingança. Desesperado, incandescente, atirou-se na fogueira da paixão de não sei quem, certo de que se esqueceria do amor e não mais sofreria. Porém, que tolo foi! Ardendo nessa febre terçã, doente ficou e, pela paixão, foi consumido; sem cuidados, feneceu! Então, do desamor sofrido, que pensava já ter esquecido, para todo o sempre, nos braços dele, amanheceu.   Criado em: 10/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

CONVITE INDECENTE

Hoje passou, pela rua, um canhão distribuindo sorrisos faceiros, cheios de terceiras intenções. Confesso que foi a imagem mais próxima do inferno que já vi! Teve até um Xing ling tupiniquim que tentou impedir a passagem daquela monstruosa criatura, porém, por defensores do estado de direito, foi impedido de impedir. O que parecia um passeio despretensioso acabou chamando a atenção dos que gostam de usar a ideia histórica da coisa para causar o terror. Já que a coisa mesmo, como já disse, não passava de uma baranga mal-acabada, com suas vulnerabilidades físicas e materiais camufladas por egos inflados. Aquele passeio não durou mais que alguns minutos, mas foi o suficiente para inventarem mil estórias. Dentre elas, uma que dizia se tratar de uma Maria batalhão que se achou no direito de tirar o sossego da praça da Celestial Paz, por estar apaixonada por um vampiro poderoso. Enfim, são tantas as peças em cartaz, que nunca imaginaria que o tradicional passar de uma “guerreira” pelas

DA CRIAÇÃO

Houve um tempo em que a criação vivia solta por toda a imensidão da pradaria, sem a sombra indelével do medo de rótulos, bolhas e afins. Hoje, passados alguns anos, a criação vive confinada em bolhas e marcada por rótulos e afins.   Criado em: 10/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

TEATRO DA DEMOCRACIA

  Na esfera política, não existem disputas de fato ou inimigos mortais, mas um teatro Noh, no qual os espectadores em estado emocional instável, graças ao massivo marketing da peça, passam a crer na veracidade dos jogos de cena, participando passionalmente do efémero evento.   Criado em: 05/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

CELEBRANDO O MEU TORRÃO

Ah, que saudade do tempo em que eras uma dama provinciana! Hoje, já não sei mais quem és. A violência frequenta o teu cotidiano, a tua educação se perdeu no decorrer dos anos, e a tua saúde definhou. Mas ainda percebo beleza em tuas feições, e em cada curva que ainda conservas, apesar de tantos maus tratos, ainda manténs a sedução que atrai. Apesar dos inúmeros contratempos, vamos seguindo. Este dia é de celebrarmos a tua existência e resistência! Portanto, desejo a você, linda João Pessoa, um parabém imenso pelos seus 436 anos, que a preservação sustentável seja a palavra de ordem àqueles que assumirem o compromisso de ti guiar para um futuro melhor. Criado em: 05/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

DEVANEIO

Te vi! Passeavas em frente a um velho hotel, parecias com uma dama que, nele, em um século passado, era costumeira hóspede. Teus olhos jamais me viram, estavas absorta em teu andar. Fitando-te por longos e infinitos minutos, a minha alma ascendeu. Um ardor fez-me subir aos céus do desejo – instante divino que apenas seres místicos podem propiciar.   Permaneci nesse êxtase até que sumiste por entre os simples transeuntes, fazendo-me retornar à realidade premente. Criado em: 02/08/2021 Autor: Flavyann Di Flaff