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Mostrando postagens de abril, 2021

DO CRÉDITO DOS FIÉIS DA VIDA

Como dizia o saudoso Chacrinha: “Na televisão, nada se cria, tudo se copia.” Dito isso, parafraseando-o, dizemos: No meio político, nada se cria, tudo é apenas reformulado e renomeado. Por culpa destes três fatores: o recorrente sucateamento do sistema público de ensino, da falácia eleitoreira (leia-se, maquiagem política) e do coercitivo lobby das instituições privadas (leia-se, velhas doadoras de fundos para campanhas eleitorais), o Programa de Crédito Educativo (Creduc), de 1976, foi reformulado e renomeado para o que hoje conhecemos como Fies. Não perdendo a sua principal característica, já que se trata de oferta de crédito, de financiar a inserção, no Ensino Superior privado, das pessoas que foram penalizadas pelo nosso carcomido sistema público educacional. Naquele ano, “era financiado com recursos de um Fundo de Assistência Social, derivado de rendimentos de loterias. A partir da Constituição de 1988 o crédito educativo passou a ser operado com recursos diretos do Ministério da

PROPRIEDADE PRIVADA

Sentimento possessivo é como propaganda, não se preocupa com quem detesta ser objeto, pois o que importa é vender a imagem de protetor. Assim se fez perante aquela frágil figura, portou-se como protetor e a convenceu de que era um amor seguro e verdadeiro. O tempo passou, como um guarda-chuva, que, uma hora ou outra, é esquecido em qualquer canto, a imagem anteriormente passada foi sendo perdida nos desencantos da relação. A proteção transformou-se em prisão àquela que se entregou por livre e espontânea vontade. Acusações foram forjadas pela insegurança e a desconfiança do outro, sufocando qualquer tentativa de defesa. Liberdade cerceada, a frágil figura foi, lentamente, definhando-se. O egoísmo do carcereiro não o fazia enxergar esse processo, até que a clausura virou sepultura do seu objeto de posse. Então, tomado por uma indiferença, desfez-se do corpo e partiu em busca de um novo brinquedo. Criado em: 28/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

REALIDADES SILENCIADAS

Os representantes, do, pelo e para o povo, preparam o enredo oficial da realidade. Os contrarregras, uniformizados pela lei, montam a cena que será mostrada pela câmera manipulada por quatro mãos. O legado do direito romano ficou em segundo plano. A lei da sobrevivência é anterior e foi o que sempre imperou. A ausência da educação na vida habitual nos regressou ao lado neandertal, naquela o excesso de palavras muito dizia, agora já não tem mais valia; uma imagem, abracadabra! vale mais que mil palavras. Fecham-se as cortinas do vaticano, (cai o pano) descortina-se o lado mundano da verdade que se liberta, saindo do leito e debaixo da coberta. O que foi consagrado, adeus! Renova os votos nos corpos ateus. A verdade nos foi dita, continuamente, planejada e maquiada. Na real, da vida, ela sempre nos foi proscrita. Malditos sejam os senhores do mundo, para os quais a vida não vale nada; a todo momento, a cada segundo, uma realidade silenciada.     Criado em: 24/04/2021 Autor: F

PEQUENO RINCÃO

Longe dos alvoroços citadinos, um bucólico cidadão segue a vida desapressada numa casinha à beira-chão. Lá, onde há uma capelinha que, se comparada aos templos dos deuses urbanos, mais parece um simples oratório, porém neste diferentemente daqueles, Deus é chamado de Nosso Senhor. Onde o amigo longe é o mais próximo, e as paisagens se renovam a cada amanhecer. Ao nascer do dia, exibe-se, sob a cortina de alva renda, a multifacetada natureza. Os passarinhos compõem suas melodias em deslumbrantes ensaios ao longo das horas claras, parando, apenas, ao anoitecer, quando só os seres lunares saem para festejar a vida em banquetes intermitentes. As árvores trocam de roupa, depois de, como crianças, brincarem na chuva. Os gigantes de pedra, impactados pela nobreza de tanta simplicidade, ficam estáticos e em silêncio, observando aquele pequeno universo de felicidade. Finda mais um dia, Ave-Maria! É hora de agradecer, novamente, pela paz e harmonia que habitam esse rincão. Criado em: 26/04/

SEM VOCÊ

Vendo-me hoje com o coração partido, não me conformo de tê-la perdido tempos atrás. Em vão, tento reviver o passado, esperando reencontrá-la do jeito que deixei. Pergunto-me se ainda há chance, disso não há garantias, e insisto em revê-la no tempo pretérito. Depois de tanto tempo, estou de volta ao mesmo lugar em que estávamos. Ah, ali estava você, linda, na minha frente mais uma vez! Vê-la pela primeira vez, foi assim que meu corpo se sentiu no momento, e eu não consegui pôr em prática nada do que pensei fazer, uma vez que fiquei impotente diante de você. O flashback logo acabou e nada mais pôde ser feito, e tudo o que restou foi o sonho que não se realizou, a certeza angustiante de que não mais a teria. Será que valeu a pena ter tentado resgatar o que já estava perdido? Porquanto, no presente, você está ausente e já não sente mais nada por mim. Por isso, já não posso chamá-la de querida, nem ter o seu abraço, nem o seu sorriso, que alegrava a minha vida. Agora, só há tristeza em meu

TESOUROS DE VIDAS

Respirei fundo e joguei-me ladeira abaixo, deixando-me colorir pelas vidas passadas que por ali ainda pulsavam. Cada história ouvida, preenchia a aquarela que em mim era tatuada. O vermelho das batalhas inconfidentes, o amarelo do ouro preto, o azul dos céus de minas, o verde dos vales infindos das gerais e o marrom das terras férteis. Voltei à vida, carregado de tesouros, relatos para outras novas histórias.   Criado em: 21/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

VIDA PEQUENA

O Estado chegou à favela, está na televisão, está em todos os lados! Sapatos pretos engraxados refletindo a luz da salvação, fardado de gravata ou à paisana de Nike, transformando-a em um cenário de Counter-Strike. Chegou de bonde na onda da mais nova bravata: saúde, segurança e educação para todos na cidadela. Seja o oficial ou paralelo, Entre estes poderes há um elo; e quando não se acertam, mostra o ecrã, quem paga é a comunidade cidadã. Sob a maquiagem marqueteira, instalou-se a Matrix, fomentando a cegueira à base de muito Pix, à vista do público para não dizer que foi de forma sorrateira. No dia dos santos, muitas balas perdidas, não deram conta de tantas vidas nascidas. Pelos doces desperdiçados, Muitos olhos marejados. Segue a vidinha pelas ruelas do feudo estatizado, quem sabe cresça e mude de lado. Assim ao deus dará, do batizado à primeira comunhão,   será que ela chegará?   Criado em: 20/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

TEMPO PRETÉRITO PERFEITO

Houve um tempo em que a espera era de fato e não de boato. Em que o amor era desinteressado e não interesseiro. Em que amigo era raro e não farto. Em que o sorriso era franco e não amarelo. Em que as relações eram verdadeiras e não de aparências. Em que a família era o porto seguro e não a fonte de inseguranças. Em que estar com alguém era por sentimento e não só por sexo. Tempo que não volta mais, uma vez que os valores foram invertidos e as pessoas a essa mudança já se converteram. Então, envelhecido, sigo o que me resta em um tempo pretérito, avesso a tudo que não me encanta e não me faz feliz.   Criado em: 18/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

ACREDITAR EM SI MESMO

Suas crenças não passavam de tralhas a enfeitar velhos mobiliários passados de geração em geração. Outras preenchiam sua casa em forma de plantas e afins. Se as enumerasse, comporiam uma vasta lista. Durante toda a sua vida, acumulou talismãs em forma de lua, pirâmide, figa, trevo-de-quatro-folhas, ferradura, patuá, estrela de seis pontas, escaravelho, gato da sorte, sapo da fortuna, olho-de-gato, Buda, olho-de-cabra, elefante branco, moeda, medalhão, crucifixo, filtro dos sonhos, dente de alho, canela, arruda, comigo-ninguém-pode, planta de jade, lírio da paz, calathea, palmeira ráfis, abacaxi-roxo, alecrim, bambu da sorte, aloe vera, e tantos outros que nem mais sabia para que serviam. Hoje, no ocaso de sua existência, refletiu e viu que nada do que aconteceu em sua vida até ali fora fruto da interseção desses objetos, mas sim da sua capacidade de assimilar o conhecimento e de se relacionar com os mais diversos e distintos seres. Então, juntou tudo e pôs em um velho baú, quem sab

COMEÇO DE NOITE NO BREJO

Já era comecinho de noite, quando a dama jogou o branco véu por sobre aquele imenso coração de pedra, na esperança de transformá-lo em um belo jardim em flores. Timidamente, ela assim fez, porque uma fidalga não se dá ao desfrute alheio, este papel é próprio de cortesãs, já que não se importam com os sentimentos de outrem, só com a satisfação efêmera dos seus jogos de perversão. Véu jogado despretensiosamente, seguiu o seu caminho, mas sempre dando uma olhadinha para trás, quem sabe a esperança se fez transformação. Porém, que nada! o gigante coração permaneceu imutável, tanto que nem trela deu. Gaia partiu conformada, sabia que por anos a fio aquela personalidade forte fora formada, não por bonanças, mas sim por ventos e tempestades e que não mudaria tão fácil assim, nem mesmo por um capricho seu. Então, com o coração tranquilo, ela seguiu mundo afora, gerando outras tantas maravilhas incontáveis. Criado em: 17/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

PALAVRAS DO CORAÇÃO

Há sentimentos que não necessitam de palavras para serem sentidos, bastando, apenas, que os envolvidos estejam na mesma sintonia e as batidas serão uníssonas, começando em um peito, unindo-se às do outro. Ondas passionais que se espalham por ambos os corpos desejantes, em um só frenesi. Então, torço para que ouças as ternas palavras que não te escrevo neste cartão, companheiro de flores. Os traços inexpressivos contidos nele parecem nada dizer, porém, com o olhar e o ouvido mais apurados de um regente, que atento à partitura e às ondas sonoras distingue os acordes de uma orquestra, perceberás que aqueles ressoam pelas linhas da vida com a intenção de tocar o teu coração como a mais canora poesia romântica. Se assim os perceberes, de braços abertos estarei à espera dos teus sinceros sentimentos. Criado em: 17/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

DISCURSO SOLENE

Pela Puta Que Pariu por ter recebido todos os políticos que mandei, à casa dela, pelo fato de sacanearem todos nós cidadãos. Estes sempre obrigados a votarem naqueles. Eu digo... eu não digo é nada!   Criado em: 17/04/2016 Autor: Flavyann Di Flaff

IGNORANTES DA REALIDADE

Ultimamente, alguns jovens – os novos esclarecidos absolutistas −, levados por velhas raposas, estão acreditando e defendendo a ideia de que, se o Estado vir a ser O GRANDE PROVEDOR, tudo que é bem de consumo (leia-se os da modinha, que lhes alçam ao olimpo da aceitação de seus pares), ser-lhe-á dado, gerando, com isso, a igualdade social tão propagada por pseudorrepresentantes sociais. Tolos! O Estado sendo SENHOR DE TUDO, ser-lhe-ão impostos menos que o básico para sobreviver, restando para qualquer oposição, principalmente, a oriunda das camadas mais populares, a repressão. O Estado concentrando todos os poderes, criará leis e novos tributos sem a devida aprovação da sociedade, sempre de acordo com a situação vigente ou com um novo projeto que bem lhe convier. Além disso, os que irão gerir o Estado serão uma classe exclusivamente parasitária, vivendo à custa deste, não tendo ocupação definida, a não ser, defendê-lo e mantê-lo da forma como esteve todo o tempo. Qualquer coincidênci

ESPERANDUELA

Quando ela voltar, será sempre renovada, com jeito de quem nasceu naquele instante, cheia de vida e graça. A tristeza se esconderá acanhada por tamanha felicidade existente em um único ser. A luz que dela emana não tardará em chegar no mais sombrio recanto da aldeia. Chorarão as cascatas, e o ar, umedecido por tantas lágrimas, levará o cheiro das águas aos corações ressequidos pelo ressentimento, fazendo-os florescer no amor. Amenas serão as atitudes, pautadas por este, a partir de então. Quando ela voltar, muitos despertarão de seus pesadelos, renascendo para a vida. Como polinizadores, espalharão esta esperança de dias melhores naqueles que se conformaram com o cenário outonal. Porquanto floridos e agradáveis serão os dias em que ela permanecer entre nós, mostrando-nos cenários deslumbrantes sob o equinócio de sua estada. Inefável será a sua passagem por entre nós, e quando, enfim, chegar a hora de ela partir, será uma festa. Uma vez que a semente de sua existência ficou em nós,

AS REVIRAVOLTAS QUE O TEMPO DÁ

Houve um tempo, por sinal, demasiado longo, em que a sua conjuntura consistia nos outros e seus problemas, eu e minha felicidade existencial. Não me deixava abalar por nada contrário, já que pelas coisas alheias não me interessava, apenas seguia o fluxo natural do viver. Enquanto os outros chafurdavam em seus imbróglios, sem nunca resolvê-los, apenas murmurando-os dia e noite. Aquele tempo foi sendo gasto em dias floridos, em dias de sol, no efêmero hábito de viver. Até que a maturidade chegou tardia, distribuindo augúrios à inocência que já se despedia. Quando me dei conta, já eram outros tempos! Nestes, os outros seguiam com seus problemas, porém, eu não mais detinha a felicidade. Incorporei-me inconsciente à incapacitante murmuração da idade. Agora era a vida, o tempo, os outros e eu a resmungar.   Criado em: 05/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

A VIDA NA ALDEIA

Em um mundo ocupado por tantas lutas, ninguém se esforça para manter a paz! Neste contexto, a existência tornou-se beligerante, não deixando espaço para o diálogo franco e honesto, que mesmo contrário ajudava a solucionar problemas em fase inicial. Apesar dos avanços tecnológicos generalizados que permitem o compartilhamento instantâneo de tudo o que existe, seja real, seja virtual. Quem não estiver enquadrado nessa frente de combate, indiscutivelmente, será autodeclarado inimigo. Depois dessas inúmeras lutas pré-fabricadas mundo afora, o que nos restará? Dores ou regalos? Glórias ou cadáveres? Boas lembranças ou pesadelos em forma de carcaças na porta de entrada das nossas consciências? Diante dessa histeria belicosa que tomou conta da aldeia global, o que esperar afinal da vida: ressurreição ou apocalipse? Eis a única e grande questão!   Criado em: 04/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

SIMULACROS DE SALVADOR

Em terra de eternos presidenciáveis, quem é ex-presidente, será para sempre rei! Em uma Republiqueta de Bananas, esse lema é seguido à risca, sem jamais ser questionado. É um mantra de uma religião alienante que coopta seus séquitos por meio de promessas de doação de cargos na esfera pública, como também, de ajudas sociais altruísticas totalmente desprovidas de interesses eleitorais. Isso pregado em um meio no qual todos vivem à mercê do secular descaso público, portanto, em extrema necessidade para existir, sobreviver, soa como um bálsamo para as dores físicas e convence até o mais incrédulo dos necessitados, que incapacitado para buscar o seu sustento cede a essa desumana tentação. Entra quadriênio, sai quadriênio e a republiqueta continua a conviver com o caos fomentado por aquela casta divina. Afinal, o que seriam dos santos se não fossem os pecados alheios. Estes iluminados precisam das trevas para propagarem a esperança prometida de uma luz redentora, só que por trás disto, e