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VIDA PEQUENA


O Estado chegou à favela,
está na televisão,
está em todos os lados!
Sapatos pretos engraxados
refletindo a luz da salvação,
fardado de gravata
ou à paisana de Nike,
transformando-a em um cenário de Counter-Strike.
Chegou de bonde na onda da mais nova bravata:
saúde, segurança e educação para todos na cidadela.
Seja o oficial ou paralelo,
Entre estes poderes há um elo;
e quando não se acertam, mostra o ecrã,
quem paga é a comunidade cidadã.
Sob a maquiagem marqueteira,
instalou-se a Matrix,
fomentando a cegueira
à base de muito Pix,
à vista do público
para não dizer que foi de forma sorrateira.
No dia dos santos, muitas balas perdidas,
não deram conta de tantas vidas nascidas.
Pelos doces desperdiçados,
Muitos olhos marejados.
Segue a vidinha pelas ruelas do feudo estatizado,
quem sabe cresça e mude de lado.
Assim ao deus dará,
do batizado à primeira comunhão,  
será que ela chegará?
 
Criado em:
20/04/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

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