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Mostrando postagens de novembro, 2020

MANIPULAÇÃO

                    Divulgar uma pesquisa eleitoral que não representa nem 10% da abstenção ocorrida no 1º turno é, no mínimo, uma piada de mal gosto. O uso desse artificio persuasivo, baseado na teoria da conformidade social , que gera o famoso  EFEITO MANADA , infelizmente, ainda causa estragos na nossa já combalida democracia e não é de hoje. Só espero que a necessidade individual não impere sobre o bem-estar coletivo. Criado em: 28/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

SUSERANOS E VASSALOS

Enquanto os reis do gado se cumprimentam humanamente, seus rebanhos se digladiam, como bestas que são!   Criado em: 04/02/2017 Autor: Flavyann Di Flaff

MOSCAS ZANZANDO AO REDOR DE UM DOCE SONHO

        É interessante ver que algumas figuras insossas do nosso intermitente cenário eleitoral, pretensas representantes da classe dos que mais precisam, assim elas nos rotulam em seus discursos retóricos. Usando de uma representatividade que almejaram, mas não conquistaram, tentam aliciar incautos cidadãos a votarem nulo. Quando nós, meros executores do dever cívico, pregamos tal ato, aquelas figuras nos desqualificam e culpam pelos seus fracassos eleitorais, alegando que não sabemos votar. O que aprendemos com isso é que a empáfia do poder institucionalizado já as habita, sendo apenas meras candidatas a uma legislatura e antes mesmo de chegarem ao poder. Afogadas nessa soberba, sinal de pobreza de espírito, pensam que agindo assim, são comparavelmente significativas como os elétrons, prótons e nêutrons ao redor do núcleo. Quando, na verdade, não passam de moscas mortas zanzando em torno de um doce sonho. Criado em: 25/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

DIÁLOGO CONTEMPORÂNEO ENTRE A MASSA E O PODER INSTITUÍDO

PODER:   − $? MASSA: − Não! $$$! PODER: − $$$!? MASSA: − Sim! PODER: − Pode ser $$? MASSA: − Só por hoje, $$! PODER: − Agora repitam comigo: Nós te adoramos! MASSA: − NÓS TE ADORAMOS E CONCORDAMOS CEGAMENTE CONTIGO!   Criado em: 03/04/2016 Autor: Flavyann Di Flaff

METÁFORAS DA VIDA

                             Quando criança tinha a curiosidade inerente a esta fase, por isso ao não entender o porquê dos bois e vacas, durante grande parte do ano, ficarem soltos no pasto e, depois, em um curto espaço de tempo, ficarem confinados. Foi perguntar ao avô, velho fazendeiro da região, porque acontecia aquilo. No que, prontamente, o avô respondeu: − Agimos assim para lucrarmos mais com o gado. Quando eles estão soltos no pasto, é porque o período não contribui para o nosso crescimento econômico, já no período em que estão confinados, significa que farão o que desejamos, engordarão e, consequentemente, pesarão umas arroubas a mais no retorno do nosso investimento. Apesar da explicação, ainda ficou com uma pulga atrás da orelha, mas isso a vida cuidaria de desconstruir. Já adulto, vivendo em um país politizado, no melhor sentido da palavra, foi levado a participar com o entusiasmo de um novato em um evento caduco. De tudo viu e ouviu, sem nada guardar, diferente do apai

HIPNÓTIPO

De mentes de mentes, o mundo anda farto! Fake tu a face com o fato, indiferente, finges desconhecê-lo, para, em seguida, transmutá-lo.   Mentes de mentes, acordem! Já está na hora de atinar! Ergam-se da letargia mental! Tomem as rédeas do pensar! Porque ser dono de si é vital!   Entrementes, de mente de mente, dolente está todo ser adão, alien a nado no oceano da manipulação permanente.   Em um despertar postergado, com mente de mente, segue o se de adão ante a serpente.   Criado em: 17/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

REFLEXÃO CIDADÃ

DAS HONRARIAS DE PINDORAMA

                                  Os Senhores das Leis, quando em pleno exercício do poder democraticamente adquirido, gastam seu ócio produtivo em distribuir honrarias aos seus pares e afins. Em uma rara exceção, que só acontece de forma bienal, validam o título dado aos que lhes ofertam a oportunidade de assumir e exercer a legislatura, em um ato tão simplório e inocente que chega a ser um tributo ao gesto do colonizador para com os habitantes da terra das palmeiras. Todos, como estes, igualmente pintados, acrescidos de guizos e vestimentas coloridas, depois de legitimarem os Senhores das Leis como fiéis depositários do poder, dançarão nas celebrações de suas vitórias, que custarão, a médio prazo, a derrota de muitos. Criado em: 14/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff  

TRAGO-TE

Nos dias de solidão, trago-te pacientemente no pensamento, como quem sorve o que acalma a prevista e costumeira tormenta de nefastos sentimentos, proporcionando a sensação, imediata e vã, de segurança diante do perigo iminente. Depois, como fumaça, a tua lembrança vaga branca no ambiente e, aos poucos, vai esmaecendo até sumir diante dos meus olhos dispersos. Ao te consumir por entre os dedos da memória, a sensação que permanece é a de ti perder outra vez, intermitentemente, vida afora.   Criado em: 13/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

O DESPERTAR DE ANTIGOS SENTIMENTOS

                     A Nostalgia, como visita inesperada, veio bater à porta. Abri e ela adentrou no recinto. O Pensamento, governante do local, recebeu-a com afeição. Cativado que foi por tão inspiradora criatura, convidou-a para um passeio aos recantos do lugar, o que me pareceu óbvio fazer, já que o olhar e os gestos dela pareciam um convite para o além do agora, seja para antes ou seja para o depois. Pareciam levitar, quando da sala saíram. De certa forma, acabei indo junto, meio que narrador onisciente. Dirigiram-se rumo a um lindo e pequeno bosque, onde, em uma amurada coberta por heras e ladeada por ciprestes, um emplumado casal de rolinhas chamou a atenção. A Nostalgia e o Pensamento, com olhares cúmplices, decidiram apreciar aquela metáfora de relacionamento livre das amarras sociomoralizantes. As aves se acariciavam mutuamente, arrulhando como eternos namorados, atos que se intercalavam por olhares cúmplices. A cada gesto, os dois atentos observadores suspiravam, encantados

UM QUARTO DO FIM

Quando do findar do dia, ele se recolhe ao quartinho de despejo. A luta diária não é só pela sobrevivência do corpo, mas também e, principalmente, pela manutenção de uma mínima saúde mental. O ambiente, bem familiar, não ajuda, pelo contrário, colabora com a deterioração dela. São sons, juntos e misturados, de máquinas, gritos e palavras proferidas por gente distinta e algumas alheias, a auxiliar o desmantelamento mental daquele que só quer paz e tranquilidade. O dia mal amanhece e nem dá bom dia ao insone companheiro de rotina. O corre acelerado da vida,  que semelhante a um capitão-do-mato, exerce uma pressão descomunal no seu jeito de se comportar, força-o a viver como um atormentado espírito existência afora. Ao findar de mais um dia, retorna e retoma o seu quarto de chão, onde tentará, angustiado, descansar a sua sofrida carcaça desumanizada.   Criado em: 06/11/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

EU LIBERTADOR MEU

                Na figura de um ser estático e mudo mergulhei no âmago de um grande conflito, que não era perceptivo a olho nu, nem tão pouco a ouvidos apurados. Só a quem ali penetrasse, saberia o que acontecia. Caminhando por entre vielas em um tempo sombrio, vi fantasmas de muitas eras, como medos ressignificados, sempre à velha forma, a cada dia. Aqueles espectros alimentavam uma angústia mortífera, que se não fosse bem assimilada, levaria aquele templo à ruína. Os compartimentos outrora de alegria, agora se revestiam de um triste acinzentado, daquela, só um fúlgido raio a escapar por entre os arranhões feitos por quem está em desespero constante, sentindo-se aprisionado dentro do seu interior. Apavorei-me só de pensar na cena! Impactou-me ver que cada risco era, na verdade, uma marcação temporal e à vontade inconsciente de contá-los, somou-se o horror da constatação de que aquele martírio era de anos. Não suportando tamanha carga emocional, parti dali aos prantos e jurei, com toda

VERDE LEMBRANÇA

O sentimento entre pessoas não tem mistério, é sempre mais fácil construí-lo, quando dois estão a colaborar. Mas, para desconstruí-lo, fica mais dolorido, porque parte de um só o pretexto dessa tarefa realizar, enquanto o mundo do outro vira pó. As lembranças desse amor que se foi, ficam como pirilampos a voar dentro da caixa craniana. Quando uma se apaga, a outra se acende, tornando o abandonado, devido a sua constante luminescência, em um eterno insone.   Criado em: 02/11/2013 Autor: Flavyann Di Flaff