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Mostrando postagens de 2015

PUNIÇÃO DE TITÃ

De repente, acorda-se com a sensação de ter o agora para resolver todos os problemas do mundo. Então a pressão aumenta, a cabeça fica a milhões, e nada acalma o ser. Resta-lhe, apenas, tudo resolver. O dia corre lépido e ainda faltam noventa por cento de tudo que tinha para resolver. Como dar prioridade para tanta urgência? Questiona-se o ser convulso. Falta-lhe força, além de tempo. Sobra-lhe angústia. Diante de tamanha carga, o corpo falha; a vida, por alguns intermináveis minutos, se esvai. A pressão, num instante, não mais existe com o acordar. Pareceu-lhe um pesadelo sem fim, o que há pouco sentira. Só um titã suportaria tamanha carga nos ombros. Bastava-lhe, como mortal que é, enfrentar as suas lutas diárias. Criado em:  19/10/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff

TE VI

O vento trouxe o cheiro de alguém que não está mais aqui. A visão das rosas cor de carmim desabrochando nos canteiros da praça me remeteu a uma sedução da qual fora partícipe. As ruas revelaram caminhos e atalhos alheios, através de pegadas indeléveis de um caminhante há muito distante. O silêncio de fim de tarde domingueiro reproduziu o ambiente de uma pessoa que se isolava intermitentemente. Os raios d’ouro da manhã reproduziram aspectos de um ser que era ligeiramente iluminado. A noite – com sua ausência de luz – desvelou o interior de uma pessoa deveras magoada. Ao findar esse dia, fui dando-me conta, por tudo que sentira até aqui, sem nenhuma tristeza, que acabara de ti ver. Criado em: 20/09/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

NOS OLHOS DA MEMÓRIA

No teu olhar perdido, enxerguei o deserto solitário pelo qual caminhas. Nas marcas em teu semblante, vi que o cansaço do passar do tempo, já te incomoda. Mas sabes que é preciso seguir com a caminhada até o oásis prometido, onde, enfim, descansarás. Muito me preocupa o teu esforço diário para seguir em frente. Em cada suave gesto teu sinto uma aflição a me tomar, então, impotente fico, porque sei que nada que faça, trará para ti a vitalidade desgastada pelo tempo. Resta-me apenas, continuar a ser o teu fiel escudeiro, até que as tuas pegadas sumam para além deste plano, deixando conosco a eterna miragem da tua presença nos olhos da memória. Criado em:  19/09/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff

DEFINIÇÃO DE POLÍTICA NUMA REPUBLIQUETA DE BANANAS

O partido que se encontra na SITUAÇÃO faz uma cagada atrás da outra. No mesmo instante, os partidos que se encontram na OPOSIÇÃO prometem limpar toda a sujeira. Porém, nada acontece de fato, restando, para o povo, o convívio contínuo com toda a merda produzida por todos eles. Criado em: 11/06/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

ENQUANTO ISSO EM UMA REPUBLIQUETA DE BANANAS

Políticos honestos e profundamente comprometidos com a renovação do sistema político realizam uma ampla reforma no funcionamento deste. Entre as novidades aprovadas está o voto obrigatório e o sistema proporcional de eleição, porém, as mais importantes e significativas foram: as novas datas de posse para os eleitos e a diminuição da idade (de 21 para 18 anos) para o cargo de deputado (federal e estadual). Tomando, para isso, como exemplo, os relevantes e maravilhosos procedimentos dos maduros deputados de carreira. Portanto, se estes exercem as suas funções com a competência que bem conhecemos, aqueles não farão diferente ao seguir, com esmero, os exemplos dos ótimos serviços prestados pelas suas devidas câmaras. Criado em: 11/06/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

O POLITICAMENTE CORRETO AMOR

Como nada mais importa, se não toda expressão viva do amor. Venho dizer que estou fascinado pela presença do verdadeiro amor nas pessoas. Essas expressam aquela, através da preocupação do bem-estar de seus semelhantes, a ponto de deixarem as suas próprias vidas em segundo plano, mostrando, com isso, a total inexistência de interesses. Portanto, é comovente como o amor está imperando entre grupos, em movimentos salutares para os seus semelhantes. Afinal, o que interessa é só e somente só o amor. Criado em: 11/06/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

CARNAVALIZAÇÃO

Recentemente, de passagem por terras de colonização questionável, fora instalado em uma cidade um enorme circo. Não demoraria por ali, a temporada seria curtíssima, por isso, apenas dois eventos seriam realizados. Por serem distintos, haveria um intervalo entre eles. Por lei, circos não podem mais utilizar animais em suas apresentações, mas, sabe como é, sempre tem aquele jeitinho e, vez por outra, algumas bestas se revelam. Bichos selvagens ou domesticados à parte, as atrações têm a interação como lema, por isso, toda a população da cidade estava convocada para participar. Para tanto, como incentivo, fora realizada uma promoção na qual todos receberiam brindes. Nas datas anunciadas, o circo, ora esteve meio esvaziado, ora pareceu superar as expectativas dos organizadores. Ao final das representações, apesar de terem participado, as pessoas nada entenderam, porém, como todo nativo da região, elas amavam o carnaval. Então, começaram a discutir questões extremamente importantes, tais com

INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA

Não deveria existir competição entre homem e mulher, mas sim, uma cooperação democrática entre ambos. Será que aquela foi fruto de uma interpretação errônea da obra do naturalista Charles Darwin, “A Origem das Espécies”? Alguém deve ter cometido tal insanidade e tê-la relacionado com a questão de gênero. Desde então, tanto homens, quanto mulheres, reforçam-na e repercutem-na, cotidianamente. Criado em: 08/03/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

REFLETINDO SOBRE NOSSAS ESCOLHAS

         "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." (I Cor. 6-12)            As nossas escolhas são pautadas na atribuição de valores que exercemos em relação às coisas e às pessoas, revelando, com isso, a nossa ética, o nosso caráter. Não existe um modelo ou uma tabela fixa de valores, pois cada pessoa tem o seu conceito acerca deles, exercendo-o de acordo com os seus próprios interesses. Portanto, cada um é "dono do seu nariz", e tudo o que colhemos nada mais é que o fruto de nossas próprias escolhas. Sejam elas, conscientes ou não.                     Criado em: 01/03/2015 Autor: Flavyann Di Flaff           

ALEGORIA

Para este período momesco, busquei no baú guardado nos porões do subconsciente, a fantasia produzida há meses. Nela, não economizei adereços. Tinha de tudo um pouco, olhos brilhantes, sorriso de marfim, pele de seda, palavras sedutoras, gestos insinuantes, fios de cabelos d'ouro, oportunidades subestimadas, tempestades em copo d’água, e afins. Enfim, adornos em perfeita harmonia para este projeto.             O tríduo momesco enseja alegria. Para tanto, tem-se que vestir a fantasia com todo entusiasmo folião. Ainda ressabiado, pois, prometera a mim mesmo, que a deixaria guardada, sem mais nada a ela acrescentar, fui permitindo que aquele me tomasse por completo, e quando percebi, já estava repleto de toda aquela felicidade fugaz, típica da ocasião. Nas marchinhas vivenciei um saudosismo, que, até então, pensei não mais sentir. Toda a festa era um misto de futuro do pretérito com um presente indicativo de coisas boas por vir. Assim foram os três dias de momo, cheios de emoções

O NATIMORTO

Durante meses, ele fora cultivado com todas as expectativas possíveis. Quando da ciência ainda prematura de sua existência, fez-se uma explosão de contentamento. Em seguida, coisa típica a marinheiros de primeira viagem ou de muitos mares tempestuosos navegados, veio uma insegurança. Esta foi permeando todo o período de gestação, mas sem nunca impedir uma maior aproximação para se conhecer mais, com respeito, apesar de certo estranhamento de ideais. Tudo isso serviu para dar prolongamento ao que já fluía, mesmo que nunca ficasse amplamente explícito. O tempo corria meio conturbado, comprometendo assim, a futura existência do que ainda era um rascunho – um desenho de vontades imaginadas. Não sabia explicar, mas causava-lhe estranheza, o fato de não existir diálogos sobre o que ocorria naquele espaço mútuo. Era como se cada um não quisesse expor as suas dúvidas, inseguranças e intenções, por pensar que o outro não as compreenderia, não as entenderia. Com isso, tudo ficava no campo das

POESIA BURILADA

Constantemente, os versos, que na poesia uso, precisam transpor gigantescos obstáculos, até chegar a mim, de pés quebrados. Porque, para este que vos fala, a poesia nunca foi um dom. Pelo contrário, sempre surgiu fruto de um esforço, quase hercúleo. Falo quase, porque nunca recebi ajuda de nenhum deus, mas, sempre, de algumas musas, para poder fazê-la brotar.   Criado em: 15/01/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

BRINQUEDOS QUEBRADOS

Tem um vilarejo ali, onde os ensinamentos da vida são abundantes, porém nunca levados a sério. Uma criança adulta faz a sua tempestade particular e, nela, coloca o barquinho de papel sem velas, remos ou motor, sem leme e timão − nau à deriva −, para enfrentar as consequências daquilo que fora criador: uma tempestade em copo d’água. Mais adiante, outra criança adulta brinca de genitora e provedora do lar, em tudo peca, mas, assim, brincando, tudo pode, só não pode fazer a brincadeira acabar. Então, de formas distintas, a vida vai passando-nos lições, como experiências contínuas durante a existência de qualquer criança; no entanto, só aprenderá, com elas, quem assim desejar. Percebendo, com olhos pueris, aquilo que os mais velhos chamam de tribulações, mas que, na verdade, não passam de brinquedos quebrados que teremos de consertar. Criado em:  15/01/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff

NEM TODA EXCEÇÃO É REGRA

Pode ser lascivo ou, apenas, soar lascivo. Mas aprendi, que nas relações, melhor do que dar, é trocar. Porque só dando, nada se recebe. Caso receba, nem sempre é proporcional ao que se é dado. Porém, trocando, que nada mais é do que um doar-se mútuo, a segurança de receber, na mesma medida, é líquida e certa. Todavia, não esqueçamos que nem toda exceção é regra.   Criado em:  01/12/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff