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Mostrando postagens de janeiro, 2015

O NATIMORTO

Durante meses, ele fora cultivado com todas as expectativas possíveis. Quando da ciência ainda prematura de sua existência, fez-se uma explosão de contentamento. Em seguida, coisa típica a marinheiros de primeira viagem ou de muitos mares tempestuosos navegados, veio uma insegurança. Esta foi permeando todo o período de gestação, mas sem nunca impedir uma maior aproximação para se conhecer mais, com respeito, apesar de certo estranhamento de ideais. Tudo isso serviu para dar prolongamento ao que já fluía, mesmo que nunca ficasse amplamente explícito. O tempo corria meio conturbado, comprometendo assim, a futura existência do que ainda era um rascunho – um desenho de vontades imaginadas. Não sabia explicar, mas causava-lhe estranheza, o fato de não existir diálogos sobre o que ocorria naquele espaço mútuo. Era como se cada um não quisesse expor as suas dúvidas, inseguranças e intenções, por pensar que o outro não as compreenderia, não as entenderia. Com isso, tudo ficava no campo das

POESIA BURILADA

Constantemente, os versos, que na poesia uso, precisam transpor gigantescos obstáculos, até chegar a mim, de pés quebrados. Porque, para este que vos fala, a poesia nunca foi um dom. Pelo contrário, sempre surgiu fruto de um esforço, quase hercúleo. Falo quase, porque nunca recebi ajuda de nenhum deus, mas, sempre, de algumas musas, para poder fazê-la brotar.   Criado em: 15/01/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

BRINQUEDOS QUEBRADOS

Tem um vilarejo ali, onde os ensinamentos da vida são abundantes, porém nunca levados a sério. Uma criança adulta faz a sua tempestade particular e, nela, coloca o barquinho de papel sem velas, remos ou motor, sem leme e timão − nau à deriva −, para enfrentar as consequências daquilo que fora criador: uma tempestade em copo d’água. Mais adiante, outra criança adulta brinca de genitora e provedora do lar, em tudo peca, mas, assim, brincando, tudo pode, só não pode fazer a brincadeira acabar. Então, de formas distintas, a vida vai passando-nos lições, como experiências contínuas durante a existência de qualquer criança; no entanto, só aprenderá, com elas, quem assim desejar. Percebendo, com olhos pueris, aquilo que os mais velhos chamam de tribulações, mas que, na verdade, não passam de brinquedos quebrados que teremos de consertar. Criado em:  15/01/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff

NEM TODA EXCEÇÃO É REGRA

Pode ser lascivo ou, apenas, soar lascivo. Mas aprendi, que nas relações, melhor do que dar, é trocar. Porque só dando, nada se recebe. Caso receba, nem sempre é proporcional ao que se é dado. Porém, trocando, que nada mais é do que um doar-se mútuo, a segurança de receber, na mesma medida, é líquida e certa. Todavia, não esqueçamos que nem toda exceção é regra.   Criado em:  01/12/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff