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Mostrando postagens de dezembro, 2021

RENOVAR O OLHAR

  Mais um ciclo que se fecha. É o tempo cronológico chegando ao fim, para que um outro se inicie. A vida não é precisa quanto ao seguimento desse curso, mantém-se rebelde. Está sempre guardando decisões para depois, acumulando fardos nos quartinhos empoeirados de um tempo pretérito. Fazendo de conta que fora renovada com o tempo que chegou. Mas que bobagem, nada é novo! Só o otimismo utópico é capaz de fazer renovar o olhar sobre as coisas que nos rodeiam, tal como o olhar infante sobre o mundo, que de tudo, nele já existente, se encanta, totalmente alheio à sua secularidade. Então, cabe a cada um de nós transformar o automatismo da vida em uma metáfora do que virá, não permitindo que a impotência nos paralise e nos consuma diante da existência.   Criado em: 30/12/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

DO HUMANO

  Quer conhecer o homem na sua essência? Não o considere no início da jornada, pois está carregado de uma coragem que não lhe pertence. Nem tão pouco, o considere na chegada, uma vez que será outro, totalmente diferente do que foi. Conheça-o, portanto, durante a travessia, é nela que o humano do homem se revela sem maquiagem, sem maniqueísmos, simplesmente, em sua mais pura natureza humana.   Criado em: 28/12/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

ASSÍNCRONO

  Ah, minha querida, o amor nos visitou em tempos distintos, pregando-nos uma peça! Você me amou, quando nada eu sentia. Eu a notei, quando o seu sentimento por mim já fenecia. Apesar do seu amor exposto em poéticos outdoors, despercebia que o público-alvo era o meu coração, que, desenganado do mundo, nada via nas entrelinhas de seus belos e emotivos apelos. A vida acelerada dificultava a percepção do que estava, ao mesmo tempo, diante e distante do meu olhar, tornando-se intangível, fazendo o desejo esfriar de um lado e não florescer no outro. Foram anos de desencontros, de espera para um lado e de viagens para o outro. Então, quando o amor em mim chegou, você já se fazia realmente distante. Não foi fácil perceber que há muito existia um sentimento e por falta de reciprocidade de minha parte, ele findou.  Por fim, essa dor só não foi maior, porque percebi que esse délai no sentimento gerou, em nós, uma promissora amizade. Criado em: 23/12/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

EXISTÊNCIA MINHA

  Crescer não foi difícil, complicado foi ter consciência de que havia crescido e regredir já não era permitido. Por um longo período de minha vida, o tempo se permitiu ser meu brinquedo, submetendo-se a todos os meus caprichos e vontades. Mal sabia de que eu é que era o seu brinquedo. Só percebi isso, quando aquela consciência tomei, porém já se fazia tarde para choros e lamentações. Restava-me, agora, adaptar-me à perversa brincadeira desse deus, senhor de nossa existência terrestre, até o fim dos meus dias.   Criado em: 21/12/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

DESROMANCEANDO

  Com a pós-modernidade, as máscaras sociais caíram. As velharias perderam a face de novidade, as cortinas foram ao chão e vimos as parafernálias usadas para nos emocionar. A metáfora perdeu lugar para o discurso direto no campo da poesia. Então, descobrimos que não existia amor nas relações, que tudo em nosso universo era um imenso teatro. Romancear era a tática usada para eufemismar os nossos atos. Fomos tomando consciência, em doses cavalares, de que a guerra não produzia a paz. Que os nossos amigos eram amigos dos seus próprios interesses, jamais de nós. Que o amor autodeclarado era um discurso vazio de sentido e de práticas. Que a sinceridade não passava de um raio X revelando a fratura exposta que, a olho nu, escondia-se, fazendo parecer sadia uma relação doentia. Que o abraço e o colo acolhedor, para quem nos dava, na verdade, era um ato de agiotagem. Assim foi decretado o fim do paraíso na terra de nossa existência, sem aviso prévio, contudo revelado nas entrelinhas da inovaç