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Mostrando postagens de 2018

DO SENTIMENTO ALHEIO

Não foi natural, foi meio Maria-vai-com-as-outras, quando deu conta, já estava a fazer. Correu atrás de todas as formas, enviou bilhetes, mandou flores, mas nada disso adiantou, apenas fez com que a distância indiferente aumentasse. Uma dor chegou célere, sem dar aviso prévio ao peito, sem cerimônia introdutória, simplesmente, chegou e se aboletou nele. Machucando até dizer basta, até ouvi-lo dizer palavras vitimistas de alguém alvo do desamor, em um desabafo de puro desespero. Todavia aprendera esta lição: a de que sentimento alheio não se conquista, porém, do nada, sem nem perceber, se é agraciado com ele. Criado em: 15/11/2018 Autor: Flavyann Di Flaff

DO ENCONTRAR

Nunca deixei de ti procurar! Mas, por mais que te buscasse, nunca consegui te encontrar. Enfrentei o calor siberiano das multidões festeiras, a alegria efêmera das bebidas alcoólicas e energéticas, o assédio carnal dos carentes... de afeto, de sentimento. O riso contagiante dos alienados do conhecimento, as modas dos sem convicção, a divisão incutida pelos dominadores, o sentimento egoísta dos vitimistas do desamor e a alelopatia das turbas eucaliptonianas. Todavia, disso tudo saindo ileso, não te senti, não te encontrei, não te vi, não te abracei. Mas, num inesperado dia, quando o cansaço me consumia, foste fazendo parte do meu cenário. Era um olhar enleante, um sorriso cativante, e nada, até ali, entendia. Porque, quando te encontrar eu queria, nem teu cheiro no ar eu percebia. Agora, te fazes inteira, presença cotidiana e rotineira, nos locais onde meus olhos não te viam. Foi então, que fui perceber, que quando só um quer, dois jamais se encontram.   Criado em: 04/11/2018 Autor: F

HACHIKO

Quando te vi, já te amei e a adoção foi imediata! Então, doei-me de corpo e alma. Fui teu guia, teu companheiro, teu confidente. Fui também teu protetor, teu guardião. Acompanhando-te, acedia à tua vontade de ir, mas, um dia, foste, como sempre fazias, e não voltaste mais. Esperei por ti todos os dias do meu viver, até que a morte nos levasse. Para, quem sabe, encontrarmo-nos na eternidade, em um compromisso, cotidianamente, esperado. Criado em : 02/09/2018 Autor : Flavyann Di Flaff