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Mostrando postagens de 2016

DAQUILO QUE FUI

Acho que já fui poeta, que já fui pagão. Foi em um tempo não muito distante, ficou logo ali em uma esquina do tempo. Quando criança, costumava ter afeto pelas coisinhas vivas que encontrava. Dava bom dia às plantinhas, falava com os passarinhos, me encantava com as borboletas. Enfim, a natureza era a fonte que abastecia de vida a minha, que há pouco iniciara. Fazia poesia das mais singelas, mas disso nada sabia. Era pura, pura a poesia que, sem querer e saber, fazia; porém cresci, e o mundo cuidou de apequenar a minha alma. Não no sentido de me fazer criança novamente, mas de me transformar em um nada no mundo. Hoje, já não sou poeta e nem pagão; sou, apenas, um cético cristão. Criado em: 24/06/2016 Autor: Flavyann Di Flaff

À MARINA

A criança de tudo se encanta por nada saber do que vê! Portanto, de início, basta-me sentir que existes e nada mais, até esse momento, quero saber de ti. Para que, assim, a cada encontro, estando diante do ainda desconhecido, possa olhar-te sempre com um novo encanto. Aline te via, todo dia, a vagar lindamente em seus pensamentos. Um desejo de ti ter ao lado dela, palpável, ao alcance dos seus sentidos, ali nascia. Mas, antes, vieste em canção – um mantra que emocionava e esperançava a sua alma mater. Passado o tempo, hoje és real! Tudo que ela desejou, pensou e cantou foram prenúncios de tua vinda e, agora, aqui estás. Como não vir a amar a Marina − menina moleca, levada da breca, feliz de si! Vem mostrar, para nós, que ainda dá para se encantar com as coisas deste mundo. Que a curiosidade nos proporciona descobertas inesperadas, pois pensar que de tudo se sabe, não está com nada. Vem! Vem com toda a tua vivacidade! Uma vez que o mundo te espera com doçuras e travessuras. Contud

UMA ESTÓRIA DO COTIDIANO

O abigobal do papagaio da minha vizinha, de uns tempos para cá, tem repetido umas palavras que ouviu não sei onde, sobre não sei o quê e de não sei quem. Coisa mais natural para um papagaio ─ animal irracional que é ─ repetir o que ouve sem discernir. Mal raia o dia, lá está ele em seu poleiro enfeitado por ícones tecno-ideológicos da modernidade, a repetir aquelas palavras com a mesma convicção só encontrada nos seres humanos, quando estes estão a proferir impropérios a outrem. Até o presente momento, a cena é a mesma. Eu, nordestino que sou, penso que já virou ladainha sem futuro. Já os outros, autodizentes estudiosos da metafísica transcendental do comportamento antropo-sócio-filosófico-cultural do ser humano alheio, afirmam ser um mantra salutar, já que estimula a melhoria do estado físico-material daqueles que se deixam preencher por sua energia pura, honesta e verdadeira. Como sou leigo naquela ciência, melhor não adentrar nesta seara tão obscura e nada mais dizer, nem me