O racional mais passional

  O mundo é rápido em nos dar títulos, parece político sem projetos, junto com seus pares, a delegar honrarias a quem não as merece. Durante a minha existência, recebi vários. Cito alguns aqui: Sem futuro, Zé ninguém e Zero à esquerda. Mas de nada valeram esses títulos, pois nunca os assumi de fato, pelo contrário, a eles, sempre fui avesso. Rebelde, sempre fui! Mudança em ebulição, contrariei a todos que me intitularam. Na resistência, lutei, perseverei e venci! Hoje, sou o que sou! Senhor da minha vida, um ser em constante evolução! Criado em: 19/03/2023 Autor: Flavyann Di Flaff

  Já nos anos iniciais de sua formação, ouviu o canto da sereia – uma sedutora voz que o incentivava a desejar o mundo do status . Quando achou que o parco conhecimento adquirido já era suficiente, decidiu voar, com essas asas de Ícaro, rumo àquele mundo. Nessa viagem, aquele canto novamente se fez presente e, inapto para um perfeito discernimento, deixou-se ser guiado, mas tão logo o sol da realidade se fez presença forte nesse voar, a verdadeira localização daquele mundo, que não era no alto, fez-se revelar. O mundo do status não era a imagem da ascensão social, como a voz da sereia dizia ser, na verdade, ele é a da conservação do indivíduo nas terras inferiores, através dos grilhões do consumo indiscriminado, tendo a sua localização nas profundezas das águas da materialidade. Perplexo por essa descoberta, mergulhado nessas águas turvas, tentou fugas que nunca o levaram à salvação nenhuma, pelo contrário, condenou-o, ainda mais, a viver nessa prisão por um longo tempo. Criado em

  Nesta sociedade aparentemente saudável, há pessoas que passaram por um processo de desumanização. Processo semelhante ao que a Humanidade utilizou, até bem pouco tempo, para criar seus cães domésticos, no qual eles eram acorrentados no fundo dos quintais, sendo alimentados com o básico para a manutenção daquela que é a natureza hegemônica neles – a animal – permanecendo, assim, totalmente afastados de uma convivência social que, de alguma forma, proporcionava um pouco de “humanidade” a eles, a ponto de fazê-los almejar mais contato com os seres humanos. Aquelas pessoas, por terem seu lado animal estimulado, instintivamente, entram em um estado automático de autopreservação, o que as leva a outro, o de ficarem alerta 24 horas por dia, impedindo-as de se entregarem a qualquer tipo de relação por inteiro, uma vez que há uma patente e recorrente desconfiança no outro. Penso ser isso, atualmente, o real motivo da inexistência de laços afetivos nas relações. E, assim, segue a Humanidad

  Nuvem de lágrimas , canção de Anna Toledo.   Há uma cortina de fumaça diante dos nossos olhos Dizendo pra nós que essa é a narrativa da hora E que não demora a realidade se maquiar. Eles têm feito de tudo pra nos convencer E provar que a verdade deles é a melhor para crer, Mas nosso discernimento não nos deixa enganar.   Vivem inventando situações pra mascarar a verdade. Mas, por trás da trama, a realidade É só a anuência de figurões com interesses assaz. Dá um vazio no peito, uma coisa ruim, Saber que neste país a pilantragem não tem fim, Vamos sobrevivendo num mundo de critérios desiguais.   Ah, Brasil, jeito triste de perceber, Que longe dos olhos é tá fora do campo da percepção! Infeliz sina pra nosso povo merecer E não tem rogo que nos livre dessa provação.   Criado em:  12/03/2023 Autor: Flavyann Di Flaff

  Nascemos de uma fagulha divina, predestinados à transcendência, porém a nossa natureza nos seduz com a horizontalidade do mundo dos prazeres infindos. Entre o senhor e o escravo, a consciência transcendente, outrora latente, subjugada pela consciência terrena, torna-se patente e faz o ser humano ansiar a elevação. Assim, ele começa a divinizar tudo ao seu redor, a fim de não esquecer daquele que o criou. Divinizou as águas, as dores e tantas outras coisas, seres e situações para que todos o auxiliem a encontrar o caminho correto que o levará à evolução, abandonando os atalhos que, muitas vezes, só prolongam, em vez de encurtarem o caminho à ascensão.   Criado em: 10/03/2023 Autor: Flavyann Di Flaff