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Mostrando postagens de setembro, 2015

TE VI

O vento trouxe o cheiro de alguém que não está mais aqui. A visão das rosas cor de carmim desabrochando nos canteiros da praça me remeteu a uma sedução da qual fora partícipe. As ruas revelaram caminhos e atalhos alheios, através de pegadas indeléveis de um caminhante há muito distante. O silêncio de fim de tarde domingueiro reproduziu o ambiente de uma pessoa que se isolava intermitentemente. Os raios d’ouro da manhã reproduziram aspectos de um ser que era ligeiramente iluminado. A noite – com sua ausência de luz – desvelou o interior de uma pessoa deveras magoada. Ao findar esse dia, fui dando-me conta, por tudo que sentira até aqui, sem nenhuma tristeza, que acabara de ti ver. Criado em: 20/09/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

NOS OLHOS DA MEMÓRIA

No teu olhar perdido, enxerguei o deserto solitário pelo qual caminhas. Nas marcas em teu semblante, vi que o cansaço do passar do tempo, já te incomoda. Mas sabes que é preciso seguir com a caminhada até o oásis prometido, onde, enfim, descansarás. Muito me preocupa o teu esforço diário para seguir em frente. Em cada suave gesto teu sinto uma aflição a me tomar, então, impotente fico, porque sei que nada que faça, trará para ti a vitalidade desgastada pelo tempo. Resta-me apenas, continuar a ser o teu fiel escudeiro, até que as tuas pegadas sumam para além deste plano, deixando conosco a eterna miragem da tua presença nos olhos da memória. Criado em:  19/09/2015  Autor:  Flavyann Di Flaff