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Mostrando postagens de novembro, 2021

SOBRE RELACIONAMENTOS

  Relacionamento é a associação de fatores lógicos e subjetivos. A cada passo nesse complexo território, lições nos são dadas, cabendo a cada um de nós assimilá-las da melhor forma possível. Evitando levar toxicidade à nossa mente e aos nossos sentimentos, comprometendo, dessa forma, futuras relações. Mas como saber quando utilizar a lógica ou a subjetividade? Mesmo não tendo, no início de nossa existência, uma experiência real, com certeza, já formulamos diversas situações baseados no que ouvimos ou presenciamos e isso já nos dá um certo feeling para aprendermos a fazer uso de uma ou de outra. Geralmente, a utilização da lógica é feita quando já passamos por situações traumáticas e delas descartamos as dores e ficamos apenas com o aprendizado que qualifica nossa percepção para situações futuras, sem jamais nos privar de experienciar novas relações. Enquanto a da subjetividade é feita quando já existe um conhecimento pleno do que se está vivenciando, caso contrário, convém caminha

REVERÊNCIA AOS NOVOS MONARCAS

  Enquanto os “novos monarcas” tiverem, sob as suas mesas e a seus pés, os cães subservientes que tanto se alimentam das migalhas que caem dos constantes banquetes, sempre bancados pelo erário público. Não faltarão àqueles monarcas os votos necessários para se perpetuarem no poder e as mais fervorosas reverências, até para os mais infames de seus atos.   Criado em: 24/11/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

COM O CHEIRO DAS ÁGUAS

  Certa feita, a seca chegou maldita, levando o pouco que eu tinha, e da minha terra, me fez gente fugitiva. Pra cidade eu fugi, pra arrumar meio de vida, mas não encontrei um cristão que me desse guarida. Foram anos sofrendo da pior dor do mundo, nem a perda dos meus, nem dos bichos, doeu-me tão fundo. O desprezo de gente é pior do que a seca, nos consome as forças e as carnes tão depressa, que de moço nos faz uma pessoa decrépita. Já quase consumido, triste e arrependido, decido voltar pro meu torrão carcomido. Desacorçoado e sem posses, querendo voltar, sou donzela desejando casar, mas sem poder por falta de dote. Vingará, em mim, essa vontade derradeira! Tal qual semente que espera o cheiro das águas, ela brotará e florará com o vigor de uma nova vida, levando-me de volta à minha terra querida e salvando-me dessa saudade matadeira.   Criado em: 19/11/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

UM QUARTO DE DESPREZO

De sua antiga vida, era sempre lembrada, toda vez que se recolhia àquele quartinho. De lá, só saía, quando o despertador dizia: “Acorda, já são quatro da manhã!”, e assim seguia, todo santo dia, para cumprir, do ofício que se tornou sua vida, a carga horária diária, que, muitas vezes, entrava pela noite adentro, acostumada. De onde viera, a vida não permitia sonhar com contos de fada, quando muito, só sonhar em ter o básico, o que já era uma regalia. Foi assim, dá infância até aqui. Privilégio que teimava em permanecer etéreo, inconcluso, impalpável, obtuso, impossível. Como um anjo, antes de tudo e de todos, já estava de prontidão naquele ambiente familiar. Cada cantinho conhecia de cor. De cada recanto, sabia das histórias, como se eles fossem seus filhos e deles soubesse de suas mudanças sofridas ao longo dos anos. Das alegrias e das dores das pessoas que por eles passaram. Eram tão íntimos, elas e os cantinhos, quanto os segredos dos que ali habitavam. A imensa mansão crescia contí

SUPERAR A TRADIÇÃO

  O “Eu te amo” seduz os ouvidos e encanta o coração! Mas quando se trata de viver os sentimentos, essa tradição oral não traduz a verdade que habita naquele que a professa. Uma vez que qualquer voz enunciaria o que, o outro carente ser, gostaria de ouvir. Portanto, para superar o velho subterfúgio oral do “Eu te amo”, deve-se estar livre da carência e ciente das responsabilidades implícitas em uma relação a dois.   Criado em: 02/11/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

DO DESALINHO DEIXADO

  A saudade chegou, como criança, quando da presença de um adulto no ambiente, com pés de lã para não fazer barulho; e quando me dei conta, meu coração já estava apertado, parecendo aquele pintinho nas mãos do menininho que, curioso e afobado, o acaricia de modo descontrolado, fazendo-o expor tudo aquilo que está guardado dentro de si. Ah, menina danada! Por que vieste do nada e me fizeste nostálgica? Por isso, o dia ficou pesado, a paisagem desbotada, o ar carregado e as horas tristes. Trouxeste reminiscências de momentos que não mais existem, ações que permanecem gravadas nos arquivos das memórias afetivas, as quais quase nunca acesso, a não ser quando me levas até elas. Depois de veres as minhas emoções expostas, ficas com ares de surpresa e partes atônita, como se alguma travessura tiveste feito. O que fez lembrar-me de que a vida, na imaginação de uma criança, é sempre feita de doces ou travessuras. Mesmo sabendo que vieste à minha porta, travestida de silêncio, e encontrand

FLORES RARAS

  A “Príncipe negro” florara, duas belas e perfumadas rosas dominavam a paisagem árida do jardim da existência. Reconfortantes e acolhedoras eram as suas delicadas presenças. Mas, de repente, um vento invernal soprou e levou uma das estimadas flores. O jardim se fez triste, a outra nada sentiu, pelo menos, naquele momento. Depois de alguns anos, a ausência se fez um fardo, o cansaço da solidão fustigou a rosa derradeira; e ela, aos poucos, foi perdendo o viço. Em um belo dia, a consciência cessou e, como um sopro, a vida se esvaiu. A saudade ficou a vagar por entre os cômodos da existência, e a cada lembrança, uma emoção matadeira. Então, a realidade louca do mundo que ficou, tornou-nos inertes aos apelos do coração contrito e, assim, fomos recordando, raramente, daqueles momentos de encanto e harmonia que aquelas duas flores raras nos proporcionaram. Criado em: 01/11/2021 Autor: Flavyann Di Flaff