A “Príncipe negro” florara, duas belas e
perfumadas rosas dominavam a paisagem árida do jardim da existência. Reconfortantes
e acolhedoras eram as suas delicadas presenças. Mas, de repente, um vento
invernal soprou e levou uma das estimadas flores. O jardim se fez triste, a
outra nada sentiu, pelo menos, naquele momento. Depois de alguns anos, a ausência
se fez um fardo, o cansaço da solidão fustigou a rosa derradeira; e ela, aos
poucos, foi perdendo o viço.
Em um belo dia, a consciência cessou e, como um sopro, a vida se esvaiu. A saudade ficou a vagar por entre os cômodos da existência, e a cada lembrança, uma emoção matadeira. Então, a realidade louca do mundo que ficou, tornou-nos inertes aos apelos do coração contrito e, assim, fomos recordando, raramente, daqueles momentos de encanto e harmonia que aquelas duas flores raras nos proporcionaram.
Criado em:
01/11/2021 Autor: Flavyann Di Flaff
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