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Mostrando postagens de janeiro, 2013

AINDA PRISIONEIRO

A barca do inferno foi mais democrática do que a nau sombria daquela que fez impotente o meu ser diante do desfecho dado por ela, levando consigo os despojos do sentimento que, em mim, com seu feitiço de Loreley, despertou. Singra os mares nunca dantes navegados a sombria embarcação! Mares das incertezas repletos de perigos infindos. Até este momento, no cais, o vento me traz as palavras dúbias daquela sedução. Tortura-me saber que permiti ser levado por tão conhecidas palavras. De tão confuso, começo a me questionar se não foi a minha natureza, falha e fraca, que se deixou trair, traindo-me. Como quebrar esse encanto, se ainda a vejo, mesmo inexpressiva, em minha frente. Se ainda escuto suas frases torpes a alimentar o meu fraco e carente coração. Talvez tê-la, até agora, ao meu lado, como um espírito agourento a arrastar as correntes dos erros a mim atribuídos, esteja a atormentar a minha consciência. Só para me lembrar de que não fui liberto e cumpro, ainda, uma pena em regime s

DAS COISAS QUE O TEMPO IMPÕE

Quando a criança o seu brinquedo de estimação jogou ao longe, quebrou-se, ali, o elo de afetividade que existia. Quem distante passava, apenas viu uma criança jogando um brinquedo, sem saber o verdadeiro significado daquele gesto. Mas quem a conhecia com seu brinquedo, percebeu o que ocorrera ali e sentiu, ao ver aquele gesto, que se encerrava algo construído ao longo de anos. Alguém lembrou o dia em que a criança ganhara de presente aquele brinquedo lindo, fantástico e que tanto agradou à pequena criatura. Os dias que sucederam, foram de descobertas, fascinação e felicidade. Foram dias normais para todos que os cercavam, porém diferentes para os personagens principais. Desfrutaram tantas alegrias, tantas tristezas em intermináveis horas de confidências, que só de se olharem, tudo percebiam de si. Contudo, o tempo passa e, a cada fase da vida, age de distintas maneiras. No início das descobertas, enche-os de saudade e vontade de querer estar juntos, depois de algum tempo, já sabe

CICLO DE SEQUIDÃO

Que calor infernal é este, que tanto aquece e nos sufoca? É comparável ao ardor da paixão, que tanto nos asfixia, como também nos aquece. Fazendo derreter os nossos desejos, transformando-os em líquidos, fluidos produzidos pela libertinagem, que juntos praticamos, com a intenção de aplacar a sede de amor que nos consome. Mas, tão logo a saciamos, novamente, sedentos ficamos. Dessa forma, esse ciclo de secura, avidez por concretizar os desejos da paixão, vai se renovando a cada período de perda da razão.   Criado em:  01/01/2013  Autor:  Flavyann Di Flaff