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DAS COISAS QUE O TEMPO IMPÕE

Quando a criança o seu brinquedo de estimação jogou ao longe, quebrou-se, ali, o elo de afetividade que existia. Quem distante passava, apenas viu uma criança jogando um brinquedo, sem saber o verdadeiro significado daquele gesto. Mas quem a conhecia com seu brinquedo, percebeu o que ocorrera ali e sentiu, ao ver aquele gesto, que se encerrava algo construído ao longo de anos.
Alguém lembrou o dia em que a criança ganhara de presente aquele brinquedo lindo, fantástico e que tanto agradou à pequena criatura. Os dias que sucederam, foram de descobertas, fascinação e felicidade. Foram dias normais para todos que os cercavam, porém diferentes para os personagens principais.
Desfrutaram tantas alegrias, tantas tristezas em intermináveis horas de confidências, que só de se olharem, tudo percebiam de si. Contudo, o tempo passa e, a cada fase da vida, age de distintas maneiras. No início das descobertas, enche-os de saudade e vontade de querer estar juntos, depois de algum tempo, já sabedores um pouco de cada um, impõe-lhes o costume e a acomodação, mais à frente, o enfado e, por fim, a separação. Isso foi o que ocorrera, quando do gesto daquela criança para com o seu brinquedo de estimação. Terminou ali, uma gostosa, ingênua e eterna, até então, união.

Criado em: 05/01/2013 Autor: Flavyann  Di Flaff

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