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Mostrando postagens de janeiro, 2020

CORPO

Essa prisão individual que tanto impõe limites aos mais distintos atos. Esse invólucro atroz que mascara o ser, dando a entender o que não é. Esse caldeirão carnal de pulsões mágicas capazes de provocar reações inesperadas naqueles que só imaginam, mas nada conhecem do outro e muito menos de si. Esse de quem vos falo, nada mais é do que a farda que vestimos ao nascer. Criado em: 12/01/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

RETROCESSO EVOLUTIVO

Dos sonhos manufaturados nada sobreviveu. Brinquedos quebrados na estante da desmemória se cumulam num canto em breu. O que foram outrora, já não faz mais sentido, pois o garoto fora pervertido em adulto, por dentro e por fora. Involução danosa à criança de outrora, que de sonhadora e de melhores dias esperançosa, transformou-se em um ser desesperançoso e murmurante. Criado em: 11/01/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

MANUTENÇÃO DA VIDA

A noite fechada — lençol dos mortos — parece querer cobrir a vida, outrora pujante, hoje, desalentada, devido a tantas coisas desperdiçadas, perdidas em alegrias vãs de tantos agoras vividos. Neste presente, só uma vida à espera do descanso em uma sombra promovida por uma exacerbada angústia cotidiana, cuja fiel escudeira — uma insidiosa ansiedade — vive a incitar desesperos contínuos àquele que deseja, vorazmente, apenas, sobreviver a mais um dia. Criado em: 11/01/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

DA ARTE DO DESAPEGO

Desapegar, para alguns seres humanos, é algo complicado. Com a intenção de conseguir tal intento, decidi procurar o Tempo, na tentativa de aprender o modo como ele faz para ser tão desapegado de tudo e de todos. Encontrei-o a se perder pelo espaço afora. Compromisso não marcado, encontro casual, já que o Tempo não é gado, mas água que flui, e ele ao passar pelo leito de muitas vidas, passado já é. Na reunião, o Tempo não estava bom para ninguém! E como uma criança que abre a boca, come e sai a correr, para, só depois, voltar e terminar o intermitente momento da refeição, ele assim agia comigo. Mal começava a falar, saía a passar pelo mundo afora, para, só depois, retornar e retomar a conversa, tudo isso, em intermináveis intervalos de um piscar de olhos. Na difícil arte do desapego, não existe mestre maior do que o Tempo. Ele perpassa por coisas e eras, por inúmeras gerações de homens e de feras, sem se deixar prender a momentos saudosistas, simplesmente, seguindo adiante. Mantend