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Mostrando postagens de abril, 2020

AUTOCONHECIMENTO COMPULSIVO

O enclausuramento compulsivo nos revela a pior parte do nosso ser, aquela na qual se escondem defeitos autoimperceptíveis, portanto, subordinados à apreciação negativa ou positiva e à revelação do outro, para que tomemos consciência deles. Ainda há aqueles os quais insistimos em omitir, para os outros e a nós mesmos, pensando que não os revelaremos em algum momento de nossas efêmeras vidas. O isolamento coercitivo também nos proporciona a oportunidade de termos a consciência de que o ter em excesso e não apenas o suficiente, só nos causa sofrimento, diferentemente do que nos diz a sensação de prazer, ação que ludibria a mente e provoca a ilusória impressão de bem-estar. Reforça também em nós, a certeza de que o que é inovação agora, não passa de mais um ardil da nossa rotina diária, para nos fazer esquecer dela, aceitando passivamente o que parece novo, mas que já era hábito, arquivado e esquecido na memória. Contudo, hoje, a velha e ranheta rotina, já nos faz falta, sofremos pela dur

LOUCOS HOMENS

Esses homens, soldados armados com seus fuzis, que se escondem na noite, camuflados pela penumbra de suas personalidades, são homens embrutecidos, desfigurados pelos loucos sonhos de conquistas de fronteiras alheias. Homens vazios de afetos, de compaixão, de autoestima! Verdadeiras coisas irracionais — máquinas preconcebidas por ideais escusos para fins desumanos. Quando uniformizados, encarnam a pretensão de serem os donos do mundo. Loucos homens, desistam! Tal sonho está perdido, pois sonham com o imponderável. Homens desvairados, despertem dessa ilusão de conquistas vãs! Não veem que os outros jamais aceitarão serem subjugados por essa alienação belicosa. Criado em: **/**/1989 Autor: Flavyann Di Flaff

ARMORIANO

Luta destemido defensor armorial Fidalgo Ariano Flavyann Di Flaff       26/04/2020

TEU SORRISO

Da sereia o canto. De ti, o riso sedutor. Feitiços do amor! Flavyann Di Flaff      25/04/2020

TEUS CACHOS

Vejo, nos teus cachos, fios que me entrelaçam. A trama fatal! Flavyann Di Flaff      25/04/2020

HAICAI IX

São muitas Anas numa única pessoa: Poliana moça. Flavyann Di Flaff     26/04/2020

PROVAÇÃO

Sol intransigente que queima toda a minha alma. Vivo meu deserto! Flavyann Di Flaff      26/04/2020

CONTEMPLAÇÃO

Sentado na areia branca desse litoral, miro todo o mar. Flavyann Di Flaff      26/04/2020

HAICAI VIII

Fogo no palácio. P. que pariu, Brasil! Expulse o pascácio! Flavyann Di Flaff     25/04/2020

HAICAI VII

Crença popular: Se a coruja rasga o céu, é um mal agouro. Flavyann Di Flaff     25/04/2020

HAICAI VI

Quando a chuva cai o vento sopra friento o inverno começa Flavyann Di Flaff      25/04/2020

HAICAI V

Gavião voando, vigilante fica o pombo. O medo está no ar! Flavyann Di Flaff     25/04/2020

HAICAI IV

Em água parada finda todo o sentimento. Amar é ação! Flavyann Di Flaff     25/04/2020

HAICAI III

Aprecio o dia, o sol é sempre feliz. Sorrio brilhante! Flavyann Di Flaff     25/04/2020

PERDIÇÃO

Por que fui achar-te? Foste o porquê da minha perdição! Perdi-me na estrada... da paixão, do desejo, do desengano, do desespero. Porque efêmero foi o prazer em te achar, uma vez que  logo te perdi. Criado em: 24/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

CREPÚSCULO

Quando a lua sai, surge o sol brilhando forte. Contemplo o arrebol! Flavyann Di Flaff     24/04/2020

ASCENSÃO TECNOLÓGICA

Diante da obsolescência de toda a parafernália sensorial humana, a sensibilidade tecnológica das máquinas chama a atenção e conquista os desumanizados. Criado em: 10/05/2015 Autor: Flavyann Di Flaff

DOS REAIS PROPÓSITOS

Enquanto os pretensos representantes das minorias vomitarem seus discursos de ativismo "olho por olho, dente por dente" dentro das cabeças ocas, devido à ociosidade mental dos alienáveis, haverá discórdia dentro da grande massa. A retórica belicosa é intencional, pois tem como plano de fundo, esconder os reais propósitos daqueles que estão por trás dos pretensos defensores das minorias.   Criado em: 11/02/2016 Autor: Flavyann Di Flaff

PARÁFRASE ANIMAL

Vi ontem um homem na imensidão da praça jogando comida para os famintos. Enquanto achava graça na forma animalesca como a disputavam: instinto grosseiro de escárnio. O homem não era um louco, não era um pobre, não era um sem-teto. O homem, pasme Manuel, era um político. Criado em: 18/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

FIGURA INEXPRESSIVA

Dos favores de amores alheios o bichinho vive. Na casa dos outros, mais parece objeto de decoração! A fome o consome, mas, lá, só come, quando a vontade de comer dos outros é saciada. Sofre aqui e acolá, porém sempre está onde lhe é menos sofrível. Ornamentação abjeta aos olhos de quem dele só lembra, quando para alguma coisa presta. Com ar circunspecto segue a vida severina, escolhida entre as muitas intermitências da consciência. Já foi o bicho na vida, homem visto e lembrado, mas, agora, do que fora, é só um retrato desbotado.   Criado em: 18/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

COROA DE FLORES

Tem um vaso onde coloco águas diversas, estrume à beça e nenhuma flor. Mas que estranho utensílio esse, que no dia a dia não serve para cultivar a beleza vegetal, quem sabe por tomar para si um nome conhecido e tornar-se um objeto ambíguo, já que ao outro em nada é igual. Tem por utilidade única guardar, por um breve tempo, o que já não nos alimenta mais. É higiênico, estético e está em todas as classes. Boquiaberto, espera o seu fim chegar, e só depois de inútil poderá ao outro, se igualar. Não por si só, porém por ideia de terceiros, tornar-se um canteiro, para as flores cultivar. Criado em: 16/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

PARA CURAR-SE

Quando na vida tudo dá errado, tem sempre um bar perto, aberto, com alguém pronto para pagar uma rodada etílica para afogar as mágoas frescas. Perdidos na solidão recente, tem sempre um corpo quente para distrair a mente do vazio deixado. Em uma crise existencial tem sempre quem nos interprete mal, sem a devida noção da dor sentida, como se essa fosse fingida. Em uma vida de altos e baixos, embriagar-se para curar os fracassos é esquecer-se da ressaca moral, que tanto nos põe para baixo e só nos causa o mal. Entregar-se aos delírios de carnes alheias, quando um compromisso finda, é preencher o vazio com uma frustração infinda. Por isso, quando o caos se instalar, nele não mergulhe para se curar! Antes, busque meditar, refletir, para, só assim, extingui-lo. Criado em: 14/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

SÚPLICAS DIÁRIAS

Nestes mil e cento e noventa e seis dias temos oscilado entre as sombras e a morte. No vale de ossos secos, descrentes, vimo-nos prostrados, inertes, entre eles. No suceder desses inúmeros dias, tomamos ciência de quão efêmera é a nossa existência, e no findar de cada um deles, vimos cessar uma parte dela, como os efemerópteros, que nascem apenas para cumprir, dentro de seus curtos ciclos de vida, a função de perpetuar a espécie. Essa perene tortura mental nos consome, castra-nos o prazer em viver, cega-nos diante da beleza da vida, que, mesmo apesar das dificuldades, prevalece. Oh, Senhor, eis-nos aqui! Concedei-nos a força necessária para superar tamanha opressão. Liberta-nos desse cativeiro, devolve-nos a vontade sublime de viver. Criado em: 12/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

O MITO REVIVIFICADO

Nestes últimos dias, ao olhar-me no espelho, não concluo o autorreconhecimento. O que vejo é o Atlante personificado em mim, já que sinto o peso do mundo por sobre os meus ombros cansados e assusto-me com tal presente relação. O momento é de tensão perene, o corpo e a mente não relaxam; e mesmo uma família de titãs não seria poderosa o suficiente para aliviar tudo o que sinto. Portanto, Prometeu, Epimeteu e Menoécio, não se deixem abalar pelo que está a me ocorrer; sofredor, seguirei cumprindo o castigo que as divindades impuseram à Humanidade. Logo cantaremos louvores à vitória! Alguns cairão, outros resistirão, mas sigamos firmes! Criado em: 12/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

PROPÓSITOS SUBLIMINARES

Do gado confinado, só ouvimos os berros, sem diferenciá-los acerca daquilo que os provoca, se são graças às queixas ou às perturbações cotidianas advindas de estímulos sonoros e visuais questionáveis. É certo de que estão em um matadouro e só essa certeza já basta para justificar a animalesca e perturbadora sonoridade. Todavia, a obviedade serve também para ocultar propósitos afins. Criado em: 12/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

APROVADA ESCOLHA

No bosque do Paraíso há um tempo para experimentar de cada árvore o seu fruto e dele o seu aroma, a sua textura e o seu sabor. Para, a partir disso, fazer a escolha mais oportuna. Mas não permita que a carne lhe prenda à ilusão da eterna permanência naquele tempo, sob pena de perder-se, para sempre, nas vias da frustração, repetitiva e infinda, que só causa incompletude e deixa um gosto amargo de vazio, logo após passarmos por ela. Criado em: 12/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

COLECIONADORES

Em nossas vidas, por anos a fio, acumulamos experiências que julgávamos essenciais à nossa existência. Amores aos montes, fontes de prazer e gozo, cada um do seu jeito, com suas taras e manias. Mas não passaram de bibelôs entulhados por sobre as estantes da escola da Vida, onde ouvi de um ex-aluno, que a verdadeira arte de amar, vai além da sedução e da satisfação efêmera do prazer. Acumulamos lenha e mais lenha, advindas de galhos de uma árvore genealógica, que em nada retrata a realidade familiar existente, pois só representa a estrutura organizacional dela. Elos que aprisionam todos, seres acorrentados por formalidades sociobiológicas, entre os quais, poucos mantêm laços afetivos consistentes, capazes de, humanamente, fazê-los evoluir a um amor familiar. A vida seguindo rumo incerto, o tempo-bala voando e quando nos damos conta, tudo o que julgávamos essenciais, depois de um olhar existencial mais perscrutador, perde seu caráter primordi