O enclausuramento compulsivo nos revela a
pior parte do nosso ser, aquela na qual se escondem defeitos
autoimperceptíveis, portanto, subordinados à apreciação negativa ou positiva e à revelação do outro, para que tomemos consciência deles. Ainda há aqueles os
quais insistimos em omitir, para os outros e a nós mesmos, pensando que não os
revelaremos em algum momento de nossas efêmeras vidas. O isolamento coercitivo
também nos proporciona a oportunidade de termos a consciência de que o ter em
excesso e não apenas o suficiente, só nos causa sofrimento, diferentemente do
que nos diz a sensação de prazer, ação que ludibria a mente e provoca a ilusória
impressão de bem-estar. Reforça também em nós, a certeza de que o que é
inovação agora, não passa de mais um ardil da nossa rotina diária, para nos fazer
esquecer dela, aceitando passivamente o que parece novo, mas que já era hábito,
arquivado e esquecido na memória. Contudo, hoje, a velha e ranheta rotina, já nos
faz falta, sofremos pela dura adaptação ao que está posto, aquele hábito
empoeirado, do qual perdemos o manual e não lembramos mais de como exercê-lo. Consequência
do apego insensato de quem se deixou vencer pelo desespero oportunista e
aproveitador. Apesar disso tudo, sigamos em frente, combatendo o mais renhido
dos combates, o autoconhecimento, já que nesse somos, ao mesmo tempo, aliados e
inimigos, vencidos e vencedores. “... a vida é luta renhida: Viver é lutar. A
vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos, só pode exaltar.
[...]”, assim diz o tamoio Gonçalves, então, que sejamos fortes, só assim
adquiriremos o equilíbrio tão necessário à nossa passageira existência.
Criado em: 30/04/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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