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COROA DE FLORES

Tem um vaso onde coloco águas diversas,
estrume à beça e nenhuma flor.
Mas que estranho utensílio esse,
que no dia a dia não serve
para cultivar a beleza vegetal,
quem sabe por tomar para si um nome conhecido
e tornar-se um objeto ambíguo,
já que ao outro em nada é igual.
Tem por utilidade única
guardar, por um breve tempo,
o que já não nos alimenta mais.
É higiênico, estético e está em todas as classes.
Boquiaberto, espera o seu fim chegar,
e só depois de inútil
poderá ao outro, se igualar.
Não por si só,
porém por ideia de terceiros,
tornar-se um canteiro,
para as flores cultivar.

Criado em: 16/04/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

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