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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

DA NATUREZA DOS HOMENS

Ah, as quatro estações! Quando elas se alternam, muda o tempo, o vento, o jeito dos seres a recebê-las. As árvores mudam as suas folhagens em cor e cheiro, renasce o que antes parecia morto. São fases majestosas que se completam a cada ciclo encerrado. Por mero capricho, tende o homem a querer imitar o que a natureza para si criou e, por isso, cheio de pretensão, pensa em fazer melhor. Rapidamente, começa a mudar as coisas que regem a sua existência, fazendo daquilo que ontem era uma solução, em um novo problema; daquilo que só lhe causava alegrias, em uma tristeza sem fim. Fazendo, também, renascer expectativas pessoais sobre o que mal conheceu, provocando o surgimento de frustrações para si. Por fim, antecipa sofrimentos em relação a coisas que inexistem em sua vida, uma vez que só habitam a sua mente e, assim, fazendo inversões de valores, mudando o que não devia, vai interferindo, erroneamente, no ciclo natural e perfeito das coisas que regem a sua vida, para, só depois, ver-se

DO CARNAVAL QUE FIZESTE COM A NOSSA RELAÇÃO

No meu período momesco não teve alegria, pegação, orgia, mas teve gente mascarada, sacana, irônica, cínica e sem o mínimo de pudor no relato saudoso de suas antigas folias. Como também, não teve quarta-feira, contudo tudo terminou em cinzas, como manda o figurino. Penso, quando no baile da fantasia que me mostraste e fizeste crer, se o teu beijo foi quente pelo desejo que, verdadeiramente, me tinhas ou se foi pela imensa frieza com que me trataste o tempo todo, uma vez que é fato científico gelo queimar. Não perdias a oportunidade de reviver, em palavras, os teus velhos carnavais. Ressabiado, ouvia, em detalhes, as tuas fantasias, sempre com ênfase contrária ao que dizias, porquanto era nas orgias que os teus relatos se prendiam. Nunca revivi os meus, visto que jamais falei o que demonstravas não querer ouvir. Por fim, passados, não três dias, todavia meses de fantasias, o baile de máscaras terminou, e expondo a tua verdadeira face, que era a de não mais me desejares, assumiste o

POR UMA RELAÇÃO ATEMPORAL

Depois do fim de uma relação, penso naquela célebre passagem de uma música que diz: “...que o para sempre, sempre acaba.”, nesse pensar, percebo que faltou um complemento para mais explicitar o significado. Então, assim ficou: que o para sempre, sempre acaba a relação! Pois, o “para sempre”, pressupõe um longo tempo e este, quando prolongado, provoca a rotina, que por mais que façamos para fugir dela, apenas acabamos criando uma nova. Essa prática habitual faz nascer o acostumar-se com a presença e tudo o que é inerente ao outro, com isso, terminamos por perder a percepção que tanto se sobressaía em nós, quando éramos namorados. Era ela que nos fazia notar os detalhes das novidades no corpo, no vestir e no olhar daquele ser que nos cativou. Portanto, a partir de hoje, não quero uma relação para sempre, quero, apenas, que ela dure o suficiente para ser perfeita, encantadora e prazerosa para os dois. Depois, com o avançar do tempo, e sentindo a rotina batendo à nossa porta, trazendo cons

FIM DO IMPÉRIO DO AMOR CONSTRUÍDO A DOIS

O amor sempre começa com o pensamentos no outro, despertando sensações recíprocas em todos os sentidos. De acordo com as nossas ações, aquele se fortalece ou vai sendo minado com o passar do tempo. Os grandes impérios da antiguidade, quando chegaram ao fim, o tempo lhes fez apenas uma coisa, transformou-os em ruínas. Não os fez renascer, porquanto já haviam cumprido os seus ciclos, abrindo assim, caminho para os que, evidentemente, viriam a surgir. Nossos encontros, hoje raros, mais pareciam um velório, visto que ficávamos em silêncio, como a velar o sentimento que, em nós, já estava morto. Ele foi partindo, sem nos darmos conta, em uma viagem eterna e sem volta. Deixando-nos abalados, descrentes do que acontecera, e sem entender o porquê, já que fomos aqueles que o acomodara, alimentara e o cultivara. Na dubiedade das consciências de cada um de nós, que ficaram de luto, as incertezas só existiam na mente de certo alguém. O ceticismo desse não permitia que cresse em uma ressurr

A COBRANÇA CERTA E JUSTA DO TEMPO

Como outros na sagrada e hipócrita Inquisição, também fui condenado à fogueira! Não por merecimento, mas por pecados a mim atribuídos. Culpas e traumas guardados no coração daquela sacerdotisa, que em suas pregações dominicais cobrava coisas dos outros que ela mesma não seguia. A orgia, a falta de companheirismo, a ironia e a traição, coisas que ela tanto condenava, cometeu-as para comigo! Nunca a provoquei, mas a sua ansiedade por ver saciados todos os seus desejos, transformou-me em seu desafeto. Então sobrou para mim, apenas arder no fogo do desencanto. Até à condenação de fato, os dias se passaram lentos. A cada encontro com meu algoz, via o quanto era dissimulado o seu afeto. Deixava, muitas vezes, propositadamente, em suas palavras, transparecer o seu asco pelo meu sentimento, esse, constantemente, testado e desaprovado, pois era visível que me transformara em um fardo para a sua vida. A comunicação da pena não veio em forma de palavras, mas em forma da ação mais cruel con

DE UM GRANDE GUERREIRO

Eu, guerreiro, nesta terra inóspita e de habitantes imprevisíveis, me defendo dos inimigos, usando o meu escudo – o caráter – e a minha espada afiada – a palavra. Pois o meu lema é: “ Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração. Não aprendi a me render, que caía o inimigo então! ” (Metal contra as nuvens – Renato Russo) Criado em: 05/02/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

SONETO DA LIBERTAÇÃO

Ela, como uma alquimista, converte minha inexperiência em seu sofrimento. Com sua visão maniqueísta, vê-me como o senhor do mal neste momento. Nada fiz consciente para que ela deixasse de me amar! Mas, no seu contexto de experiências pessoais, já fiz o suficiente para o seu desgostar. Por isso, essas suas atuais ações irracionais. Só, hoje, dou conta do que acontecia! Na relação, seduzir, mentir, omitir e fingir, era só o que ela fazia. E, agora, para meu bem-estar, vou conjugar o verbo ir. Ela indo, para nunca mais voltar! Criado em: 03/02/2013 Autor: Flavyann Di Flaff