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Mostrando postagens de dezembro, 2012

ATIRADOR DE FACAS

Ali estava ela presa à roda da vida, que está sempre a girar! Em mais um showzinho que ele dava, ela era o alvo de suas afiadas palavras – adagas mortais −, todas diretamente lançadas em sua direção. Algumas não a atingiam, outras, acertavam em cheio o seu coraçãozinho oprimido, não pelo medo de receber aquelas palavras, mas por não entender tamanha revolta. Terminado aquele showzinho , ele se retirou sem nada dizer, porém deixando entender que aquilo se repetiria mais vezes. Ela, triste, contudo segura, seguiu rumo incerto, enquanto a roda da vida continuou a girar e o tempo a passar. Criado em: 26/12/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

NAVEGAR É PRECISO

Em um certo dia, aquela com quem dividira alguns anos de sua vida até aqui, assim lhe confessou: − Lembra de que lhe falei que, para cada pessoa com a qual convivo, tenho uma caixinha na qual coloco todas as ações desagradáveis por ela produzida? Ele respondeu afirmativamente e ela prosseguiu: − Pois, então, digo que a sua já está cheia. Ele nada retrucou, já que a medida usada era a dela e questionar isso seria iniciar uma reação, só comparável com a de um ataque nuclear. A dama ainda concluiu, dizendo que as pequenas e errôneas ações dele, corroeram a estrutura do outrora porto seguro, não restando outra alternativa, a não ser a de colocá-lo em um barquinho de papel e soltá-lo no mar do tempo, deixando-o totalmente à mercê deste, para, assim, tentar salvar o que ainda existia daquele sentimento. Ao ouvir tais palavras, restou-lhe respeitar a decisão tomada e esperar, naquele desgastado cais, o retorno daquela frágil embarcação, torcendo para que nenhum pirata a tomasse para si e poss

MOMENTO ESPECIAL

Como é bom estarmos em perfeita sintonia! É como se a nossa energia – a minha e a tua – estivesse canalizada em um único e mesmo sentido, o de querer estar bem, reforçando a nossa relação. Foi tamanha a harmonia, que o encaixe foi perfeito! As palavras foram sequências exatas daquilo que estávamos sentindo. O olhar por nós trocado era o reflexo fiel do olhar de um para o outro. As mãos trilharam o mesmo caminho, até nos proporcionar sensações nas suas formas mais distintas. Mesmo no desfecho desse encontro, continuávamos tão harmônicos, que, descontraídos, ocupamos o mesmo espaço, deixando-nos molhar pela chuva artificial que fizemos cair. Contrariando, assim, uma conhecida lei da física, mas disso não nos demos conta, de tão natural que foi. Depois, os nossos corpos se tornaram inertes em um gesto simples de união – o abraço de pernas e braços − em um silêncio de palavras. Celebrando, por fim, esse momento especial, passível de se repetir, com os sons da vida: a respiração e os b

DIFERENÇA ENTRE COISA BOA E COISA RUIM

COISA BOA: para que ela aconteça, faz-se necessário arcar com um valor já determinado, este, é constituído pela preparação, pela perseverança e pela fé. Mas você pode escolher se quer arcar ou não com o pagamento. Todavia, se pagar, ela acontecerá, caso contrário, nada ocorrerá. COISA RUIM: para que ela ocorra, não se paga nada, porém, depois que ela ocorrer, você ficará sabendo da conta absurda que terá de pagar e com um agravante: você não terá outra opção, a não ser pagar tudo o que deve. É igual a comprar com o cartão de crédito, enquanto você está comprando, se sente realizado e nem se preocupa em olhar o saldo. Um mês depois de feita as compras, recebe a fatura e vê que estourou o saldo e a única opção é pagar, seja o total ou o mínimo, e se não pagar, o prejuízo aumentará, pois o seu nome irá para o SERASA ou  SPC, resumindo: você vai ter que pagar do mesmo jeito. Criado em: 06/09/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

DEFINIÇÃO DO QUE É ELEIÇÃO NUMA REPUBLIQUETA DE BANANAS

Eleição é o processo pelo qual os cidadãos, de uma determinada região ou país, transformam “simples” desconhecidos em “ilustres” desconhecidos. Tudo isso, sendo feito através de um “direito adquirido”, o de votar por livre, espontânea e democrática pressão. Não os conhecemos antes, nem os reconhecemos durante a campanha eleitoral e, muito menos, ao término da eleição. Portanto, depois do pleito, os que perderem, continuarão sendo “simples” desconhecidos. Já os que forem eleitos, estes, passarão de “simples” a “ilustres” desconhecidos, pois durante o exercício de seus mandatos, pouco ou quase nada, ouviremos falar deles ou de alguma ação efetiva em prol da melhoria de vida daqueles que os elegeram. Mas, ao final dos quatros anos delegados, os “ilustres” desconhecidos ressurgirão impregnados por uma síndrome homérica, narrando seus feitos extraordinários em prol de toda a sociedade. Recomeçando, assim, o círculo vicioso e secular de uma pretensa democracia existente numa Republiqueta

FALÁCIA ALTRUÍSTA

É normal vermos os políticos propagarem seus feitos legislativos ou executivos, como algo pessoal, do tipo: “ − olha o que fiz para e por vocês, meus caros eleitores!”. Não se enganem com essa falácia altruísta! Está na Constituição do Brasil, que é dever do Estado proporcionar Educação, Saúde e Segurança de qualidade para todos os cidadãos. Portanto, proporcionar esta tríade, é, antes e acima de tudo, um dever daqueles senhores que compõem o legislativo e o executivo deste país. Jamais devemos entender tais ações, como gestos individuais de solidariedade, porque se assim o fizermos, nós cidadãos viveremos sempre de migalhas dadas por pessoas aproveitadoras e oportunistas e que se apresentam como representantes legítimos do povo. Criado em: 05/09/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

O RARO DIA EM QUE A CORJA POLÍTICA ABOMINA O CORPORATIVISMO

Todo cidadão bem informado, já está cansado de saber, que a ética que os políticos possuem, respeitam, seguem e evocam, sempre que necessária –  atitude corriqueira no meio deles −  é a do corporativismo,  defesa exclusiva dos próprios interesses “profissionais”. Contudo, não ocorre nos períodos eleitorais, nos quais o mau-caratismo deles é evidenciado acintosamente. Já que expõem para toda a sociedade, no horário eleitoral gratuito, os erros administrativos de seus pares. Duvido, que em situação normal, tais desmandos fossem formalizados em uma denúncia ao Ministério Público. Porém, estamos em período eleitoral e tudo o que é dito, é levado, apenas, como provocação adversária, afinal, o que está em disputa é a manutenção e/ou a conquista do poder. Este, concedido furtivamente através de um “direito adquirido”, no qual o “voto de cabresto” fora substituído pelo voto obrigatório, cantado em verso e prosa, do Oiapoque ao Chuí, como símbolo máximo de uma Democracia pujante nesta Republi

A SAUDADE E A REVOLTA PELA PARTIDA DE UM ANJO

Numa bela manhã, quando o sol despertava os anjos terrenos, ela acordara e se aprontara para ir à busca do conhecimento que enaltece os homens. Um caminho que bem conhecia, pois já o fazia rotineiramente ao longo dessa sua jovem existência. Mas nem só de anjos de bondade é composta esta vida terrena, as criaturas da escuridão também a compõem, e em circunstâncias ainda desconhecidas, ela − um daqueles anjos de bondade – cruzou com algumas destes seres. O desfecho não poderia ter sido diferente, uma vez que, nos corações de tais monstros, só existe tudo o que é antônimo ao amor, então eles a violentaram em todos os sentidos e a fizeram ascender a um plano superior a este em que vivemos. O tempo passou célere, nele a impunidade imperou; e no presente, ainda se faz soberana. As lembranças da atrocidade por ela sofrida e da saudade dela, que em nossos corações campeia, produzem lágrimas, até hoje, naqueles que, realmente, amavam e se importavam com Rebeca. Digo isso, porque lágrimas

TÚLIO MARAVILHA - O MENESTREL ALVINEGRO

TÚLIO MARAVILHA – O MENESTREL ALVINEGRO Para muitos adversários, ele era um bufão, um falastrão. Mas, para nós, alvinegros, ele era um menestrel, daqueles que declamava, em inúmeras frases espontâneas, os sentimentos e anseios da corte da Estrela Solitária. Sabíamos, que, toda vez que Túlio declamava aquelas frases provocativas, dentro de si, já carregava a certeza da realização coletiva alvinegra, que era festejar mais uma vitória, mais um título. Algumas de suas palavras foram vãs, mas a maioria delas soube traduzir em belos, ousados e históricos gols. Como o da final do brasileiro de 1995 contra o Santos, o calcanhar abusado contra o Universidad Católica na Libertadores de 1996 e aquele jogando na seleção brasileira contra os argentinos na Copa América de 1995, gol estilo “la mano de Dios”. É por tudo isso e pela folclórica figura que foi, é e sempre será, que Túlio Maravilha terá seu nome escrito no vasto universo de ídolos do glorioso Botafogo, o time da Estre

REVERÊNCIA AO AMOR

Hoje amanheci espontaneamente apaixonado e, por isso, fiz-me brisa, só para afagar os teus lindos e olentes cabelos. Fiz-me flor, só para chamar a tua atenção, encantando-te, a ponto de despertar o teu magnífico sorriso. Fiz-me vento forte e breve, só para brincar com o teu leve e esvoaçante vestido. Como uma cortina que, ao sabor do vento se abre, remetendo-me do plano imaginário ao plano real, desconcertando-nos e fazendo, levemente corar, as nossas faces. Como gostas de praia, dela me fiz a areia e o mar, só para, prostrado aos teus belos pés, poder afagá-los. Por fim, fiz-me delicada chuva, somente para, aos poucos, ir tocando o teu formoso corpo e, assim, apenas imaginando, fui reverenciando o meu amor idealizado. Criado em:  14/11/2012  Autor:  Flavyann Di Flaff

EM ANO DE ELEIÇÃO

Por livre e espontânea pressão de convenções sociais, fui à ZONA. Lá chegando, dirigi-me ao recinto improvisado e, já colando o equivalente a sete dígitos, depositei o que era de direito. Depois de me justificar para algumas testemunhas resignadas – paus-mandados – pois, nesta época, tinham o dever de estar ali. Saí com cara de quem comeu e não gostou, uma vez que tinha a consciência de que, daquele ato, surgiriam mais alguns ingratos bastardinhos. Criado em: 26/08/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

ÀQUELES QUE GOSTAM DE FALAR DA VIDA ALHEIA

        Vocês querem saber da minha vida? Então, esperem! É que ainda estou escrevendo a minha história. Só depois dos oitenta anos é que poderei contar o que fiz e o que fui àqueles que, porventura, perguntarem-me a respeito.   Criado em:   05/09/2012   Autor:  Flavyann Di Flaff

MORTE EM POLAROID

O porquê de ela ter feito aquilo comigo! O tempo é como um tornado que, indiferente aos rastros que deixa, continua a passar e assim o fez, passou de uma forma politicamente correta. Com a vida refeita, ela tem nova companhia! A cumplicidade é tamanha que já gerou um fruto. Tudo isso sei por intermédio de algumas pessoas que, outrora, eram comuns a nossa já findada relação. Não que as tenha interpelado a respeito, mas, quem sabe, por terem percebido um indisfarçável clamor por tais notícias em meu olhar, desse modo reagiram. Esforcei-me em responder adequadamente ao indesejável desfecho, dando prosseguimento à minha vida, como se o acontecido fosse um dos muitos finais reservados à nossa história. Porém, por mais que acreditasse nisso, algo me impedia de aceitar e me conformar. Dessa forma, a vida se tornou difícil para mim. Como as ondas do mar que em um vaivém constante banham a areia da praia, os relacionamentos que surgiram depois, desse jeito se sucederam. Tanto que só mar

CONVIVENDO E APRENDENDO

Meu amor, a cada final de mês, fica T ensa P or M edo de não ter a minha inteira atenção! Eu que ando meio desligado ou desacostumado com as minúcias intrínsecas em uma perene relação a dois, sou sempre surpreendido. Eu que nunca fui de dançar, neste momento, tenho que ter jogo de cintura para não falar algo indevido, sob pena de, agindo assim, aumentar ainda mais a tensão existente. Ensaio um otimismo, que, às vezes, isto eu assumo, sem titubear, falta-me em certas ocasiões. Porém o pratico mensalmente, para, assim, poder perceber o lado bom e pedagógico da variação emocional do meu amor. Porque quando ela tem, reafirmo, que só uma vez por mês, esta alteração sutil, sempre aprendo que o ser feminino requer uma atenção constante. Mesmo nos momentos breves, os quais supomos serem insignificantes, todavia, não os são, já que possuem seu valor no contexto de um relacionamento. Esta atenção também se faz necessária, uma vez que é através dela, que este ser se percebe amado. Não

LIBERANDO A NAU E NAVEGANDO COM FÉ

“ Solta o cabo da nau, toma o remo nas mãos e navega com fé em Jesus...”. Quantas vezes, pus-me dentro da nau e sentado me imaginei navegando por este imenso e imprevisível mar da vida. Sempre vencendo as tempestades, que, de forma intermitente, sempre surgem para nos fazer desesperar e desistir dos nossos frágeis ideais. Passava horas imaginando diversas e distintas situações! Como se fosse um exímio lobo-do-mar ia e vinha dessas viagens, sempre vitorioso. Mas tudo isso era apenas reflexo do imenso desejo de vencer na vida, que em mim existia, já que a realidade na qual vivia, era bem diferente. Apesar de constantemente imaginar tais feitos, nunca tivera a coragem necessária para soltar o cabo da nau e, verdadeiramente, navegar mar da vida a dentro. Fantasiava tudo, sempre com a nau presa ao cais — porto seguro de uma vida tranquila e insossa —, sem correr o menor risco de debandar mar a dentro para enfrentar as intempéries de uma imprevisível jornada. Quando um

PAIXÃO NÃO TEM RECEITA

Minha paixão é única, não porque assim a elegi, porém desse modo se tornou, por seus próprios méritos, que lhes são bem peculiares, raros de serem encontrados e, mais ainda, de vê-los em plena execução por alguém nos dias de hoje. Tanto que, até é possível encontrá-los noutras paixões, entretanto o feitio deles, jamais será igual ao desta atual paixão. É possível enunciar alguns, mesmo que as palavras não sejam, suficientemente, exatas para expressar a infinidade de detalhes que tornam a minha paixão como única. Começarei tentando descrever, comparativamente, o jeito que ela fica, quando cisma que pode perder o posto que naturalmente conquistou. Digamos que fica toda arrepiada, como gato que pressente a chegada de um cão. Essa reação é bem particular e me divirto ao ter que dar explicações para meras suposições, sinal claro de insegurança, pois o que seria da paixão ou do amor, se ao senti-los, não fôssemos tirados da falsa e egoísta segurança de que estamos bem, quando estamos

MINHA JANELA -- UMA PORTA ABERTA À IMAGINAÇÃO

Ao ver a janela aberta, minha imaginação voa e escapa por ela! Levando-me consigo, até aonde a liberdade lhe permitir. O voo é errante e logo a ansiedade me faz companhia! A imaginação nada revela, apenas segue a viajar. Sem se abalar com meus questionamentos pueris, ela ruma firme e sigo junto, passageiro eventual que sou. Quem logo me vê, pensa que comando, piloto essa nave. Entretanto, quem o olhar mais atento tiver, verá dissipar-se tal impressão. Angustio-me com a incerteza de uma chegada e isso me faz renovar os questionamentos. Para onde ela me levará? Quando chegaremos? Chegando, ela permanecerá comigo ou serei abandonado? Aquela que tudo fantasia, continua sem nada responder! Certo de que dei apenas um cochilo, porém, quando me dei conta, a viagem findara em um verde e vasto vale. Onde existe um imponente monte e, em sua base, um templo de tamanha simplicidade interior, que aos olhos dos que por ali passam, se apresenta suntuoso. Então, aguçado pela curiosidade, adentr

O IRRADIAR DE UMA BELA MANHÃ

Já era noite quando saímos para pescar! Levamos todos os aparatos necessários, principalmente, os lampiões, já que estávamos divididos em dois barcos. Depois de certo tempo remando, paramos no local de maior profundidade e iniciamos a pescaria. Mesmo com a luz artificial dos lampiões, não era possível vislumbrar com perfeição o que existia ao nosso redor, víamos apenas o interior dos barcos, os utensílios usados na pesca e as águas escuras a refletir as luzes. Findando a noite, demos por encerrada a pesca e começamos a arrumar as tralhas para, em seguida, partirmos. Assim que todos os apetrechos foram guardados, a madrugada já se fazia presente e logo os primeiros raios do sol começaram a varar as densas e escuras nuvens daquela nova manhã. Só aí então, foi possível vislumbrarmos, com exatidão, a bela paisagem que nos cercava. A vegetação verdejante inundava as margens daquele tranquilo rio, que já não tinha as suas águas escuras, mas límpidas, como um verdadeiro espelho d´água a ref

A TRAUMATIZANTE VIAGEM DE CÁLCULUS

Cálculus, o Guerreiro de Pedra, filho de Cálcius, nascido na polis de Rins, região da Lombar, já fora gerado sob os desígnios do Destino, que lhe reservara uma lenta e árdua viagem. O Tempo, este, sempre à guisa do Destino, se apressa, e Cálculus rapidamente está formado. Inconscientemente, aguarda a hora incerta de cumprir com a vontade que lhe fora imposta e logo a partida se dará, rumo a um novo mundo. Nessa jornada, não terá companhia, mas contará com uma oportuna ajuda de Cólicas, adepta fervorosa do Sadismo, que, com sua dolorosa sedução, prostrará o Homem ─ a criatura terrena mais poderosa ─, este, impotente, será forçado a ajudar a Cálculus, que segue firme no seu propósito. Eis que, numa hora imprevista, começa a jornada! Então, partindo de Rins, Cálculus segue pelo tortuoso caminho conhecido por Ureter, nele, encontrará três estreitas passagens, que só serão transpostas com a ajuda do Homem. Este, mesmo murmurando e maldizendo a existência do filho de Cálcius, o ajudará,

POR UM DIGNO FIM DE JORNADA

Lá está ele sentado na cadeira da sala de jantar, cabisbaixo, olhar aparentemente firme nas mãos, que executam movimentos suaves de carinho entre si. Mas se trata de um olhar dissimulado, já que finge observá-las. Isso só é percebido, por quem um olhar mais atento tiver. Alguém lhe pergunta se está a sentir algo, a resposta, seca de certeza, diz que não é nada. Mantendo as janelas da alma fixas em um vazio existencial, sente que o tempo de muitas vivências lhe causa, diariamente, uma imensa sensação de impotência diante da certeza de um porvir sem expectativas saudáveis. O tempo, quando nos é dado, nos faz produzir sonhos e ter desejos, estes sempre possíveis de serem concretizados. Porém, quando já o desfrutamos quase que por completo, uma vez que ainda nos sobra, como que por zombaria dele, um restinho para lamentarmos o fato de não o termos desfrutado com discernimento. Quando viramos murmuradores da vida que nos resta, somos levados a nos bastar apenas com a presença alheia, perden

DESEJANDO UMA RECONCILIAÇÃO

Hoje, quando dei por mim, estava pensando passionalmente na eternidade desses poucos meses que estamos afastados um do outro. Certamente, deve ser a saudade dos muitos momentos bons que juntos tivemos, incitando-me a rever antigas decisões,  escolhas feitas no calor do momento e, que, nem sempre, refletem a realidade,  para isso, já estou a refletir. Mesmo sabendo que mudanças em relações acabadas ou mal findadas, só podem acontecer se forem acertadas mutuamente. Reconciliar é o verbo que o meu impulsivo coração anda desejando conjugar! Mas entre o desejo e a realização existe uma enorme distância e para que ela seja vencida, faz-se necessária uma reaproximação de ambos. Então, será eu e você, juntos novamente, reconciliados e preparados para reviver o que fora, temporariamente, esquecido, mas que tanto nos proporcionou felicidades. C riado em: 28/03/2011 às 21:30  F lavyann D i  F laff

ESTÓRIAS DO MAR

Durante a vida, acontecimentos diversos pontuam o nosso caminhar. Distinguimos-os como bons ou maus, mas assim o fazemos, só depois de já tê-los vivenciados. Alguns nos proporcionam lembranças agradáveis, enquanto que outros, só nos deixam traumas, quase sempre, incuráveis. Depois de um fim-de-ano desagradavelmente marcante, o ano seguinte parecia fluir com leves ares de mudança. Quem logo se fizera consolador, mais adiante, se mostrara um grandessíssimo oportunista e aproveitador, sendo rechaçado aos poucos, devido à fragilidade que ainda permanecia. O novo ano seguia e os resquícios da fatalidade passada já começavam a se dissipar, restando apenas, umas lembranças que, como campanha educativa, nos ensina a não cometermos esse mesmo erro. Assim segue o tempo, sem mudança na nova-velha rotina. A solidão, para quem jamais conseguiu aprender a conviver com ela, mesmo em momentos intermitentes, angustia e causa depressões casuais, coisa que acometia certa pessoa. Mas igual

BACANAL

Somos fruto do pecado original, assim afirma as Sagradas Escrituras! Apesar de já passados milênios e de muitas gerações em constantes penitências ─ vãs tentativas de consertar uma culpa imposta por dogmas discutíveis ─, continuamos a repetir, cotidianamente, aquele ato pecaminoso dos nossos bíblicos ancestrais. Uma vez que Eva segue dando sua maçã para Adão, que, agora, com uma malícia sempre contemporânea, devora o “fruto” avidamente, não sem antes explicitar, de forma descarada, através de caras, bocas e sons, o imenso prazer carnal que a não menos maliciosa Eva lhe proporciona. Na tentação que a partir do momento em que se olha para o outro, já se sucumbe, está expressa a nossa veia elementar para o pecado. Somos da geração na qual as conversas diárias acabam sempre permeadas por impressões freudianas, nas quais a fornicação verbal flui, levando à prática, sem a presença de amarras morais conferidas por falsos puritanos ─ grandes pregadores de uma ecumênica hipocrisia. Nas nossas

DO PRAZER DO CAÇADOR

Terminada a caçada, a fera, calmamente, desfruta da caça, sem se deixar importunar pelo que se passa ao seu redor! Só essa imensa e presente satisfação lhe domina o ser, pois nada mais lhe é senhor. O prazer desse exímio caçador começa quando faz a escolha de sua vítima, fluindo, progressivamente, assim que a espreita, estudando cada movimento. Prosseguindo junto com a expectativa do exato momento em que atacará e se prolongando até o desfecho da caçada, pois até esse instante, haverá resistência da presa. Estendendo-se o gozo desde a degustação até o repouso para a digestão. A partir daí, vai sumindo essa satisfação, avisando que, logo, outra caçada se fará necessária. Criado em:  23/09/2010  Autor:  Flavyann Di Flaff

DA PARTIDA

Aproximando-se a partida, a bagagem ainda por fazer, na cabeça só existe espaço para pensar naqueles que ficarão aqui. Reflexo claro de que a saudade, já o assola ferozmente. Nesse intervalo entre se preparar e se despedir, uma reflexão sobre tudo o que vivera até hoje, fora feita, como slides de um seminário – breves e concisos. O suficiente para ter uma ideia de sua efêmera existência, que, para alguns, fora infrutífera. Enquanto que, para outros, fora normal, com muitos altos e baixos, para ele, fora insuficiente para fazer o que lhe cabia e podia. Como se despedir sem que as palavras ternas e o abraço apertado e fraterno lhe causem o choro incontrolável, devido ao rápido desapego imposto? Tarefa hercúlea, até mesmo, para aquele que aparenta ter enorme frieza nesse específico momento. Ainda insatisfeito e atônito, procura uma justificativa plausível para ter merecido tal bilhete, por sinal, só de ida. Mas tal comportamento o impede de ser sensato jogando, assim, o bom s

A ESTRELA E A PAIXÃO SECRETA DA LUA

Em uma noite de plena ausência de companhia humana, pus-me a apreciar o céu pela janela do quarto. De repente, uma estrela cintilou estranhamente, digo isso, pois o fazia em uma sequência incomum, como a seguir um padrão de comunicação. Nesse instante, pensei estar delirando, então, fechei e abri meus olhos na certeza vã de que aquilo desapareceria, mas para meu espanto, lá estava ela, insistente a cintilar intermitente para mim. Será que meu olhar, devido à penumbra do ambiente, fez-se brilhar a ponto de se fazer entender pela estrela, como sendo igual a um corpo celeste? Isso nunca desvendarei! Mistério à parte, percebi que aquele padrão se assemelhava a um velho e ainda usual código ─ o Morse ─ apressei-me então a procurar por uma dessas revistas de frivolidades, encontrando-a, por fim, embaixo do colchão. Em uma de suas páginas, precisamente, na parte de passatempos, localizo o que desejava. Munido desse singelo manual, retorno à janela, e esperando-me, estava a estrela que logo r

AUSÊNCIA DE UM SENTIMENTO ESPECIAL

Já era tarde da noite, a chuva caía mansamente na cidade, quando, de repente, toca uma romântica música − uma velha conhecida de tempos vividos − fazendo abrir o baú de suas memórias e remetendo-o há décadas. Então, com vigor juvenil, vieram recordações de um alguém que jamais conhecera, mas que só de imaginá-la, seus olhos brilhavam, seu coração acelerava, seu peito arfava e suas pernas ficavam trêmulas. As horas passavam vagarosamente e a música lenta fluía − verdadeiro pano de fundo para mais lembranças. Logo recordou da festa que nunca foram, da troca de olhares que nunca executaram, da dança de rostinho colado que jamais tiveram e que os deixariam bem próximos, a ponto de sentir o cheiro dela, que tanto o embriagava. Sem deixar de citar a chance que teria de sussurrar ao pé do ouvido dela, palavras repletas de tons subliminares de interesseiro galanteio. Reminiscências boas de momentos que nunca tivera ou terá, com aquela que tanto e sempre desejara, mas que jamais fora sua, j

TORCENDO PELO ALHEIO RECONHECIMENTO DO ERRO

Quando nos visita a solidão, trazendo consigo a companhia da carência afetiva, jamais devemos ceder aos caprichos delas, senão, mais tarde, seremos severamente cobrados pelos atos e pelas reações impensadas que cometermos. Portanto, melhor sermos os mais racionais possíveis nessa situação. Assim estava ela, totalmente acossada pela longa solidão a que se impusera! Não tardou muito para que a carência afetiva viesse a ser cúmplice nessa pressão carnal e psicológica. Logo, ela cedeu aos caprichos daquelas e não havendo insinuações de nenhum ser vivo sequer, fosse real ou virtual, decidiu declarar o que nem ela mesma sabia ao certo estar sentindo e nutrindo por um alguém que longe vivia e jamais viu. O tempo passava e ela seguia declarando, com convicção, o que pensava realmente sentir, mas que, na verdade, não passava de um delírio causado pela fusão de daquelas coisas já citadas, isso ela só iria perceber muito tempo depois, quando o arrependimento se faria tardio. Por não ter fe

AMADUCRESCER

Crescer é preciso! A primeira impressão que temos é a de que escrevemos o óbvio, pois toda criatura cresce. Porém, em uma segunda análise, percebemos um significado mais profundo nessa máxima, o qual diz que o crescer não se refere à estrutura corpórea – pleno desenvolvimento físico do ser. Todavia, ao pleno desenvolvimento psicológico do ser humano, crescimento imprescindível para que enfrente, com sabedoria, todas as situações vindouras. Como é certo que durante a nossa existência enfrentaremos diversas e distintas situações, estas, exigindo sempre uma postura adequada. Cabe a cada um de nós saber ter a seriedade necessária, deixando de lado as atitudes pueris, para agir de acordo com o que a atual conjuntura pede. Bom seria se fossemos como as frutas que, à medida que crescem, vão igualmente amadurecendo. Mas, infelizmente, há pessoas que insistem em se inspirar nas pedras, que, com a mesma forma que nascem, permanecem vida afora. Crescer é inerente a toda criatura, con

UMA INJUSTIFICÁVEL INCOMPATIBILIDADE

Nos tempos de namoro, nada é obstáculo para se vivenciar momentos a dois. Mas se eles surgem, então, são logo transformados em inspirações para algumas “loucuras” eventuais. Quando enamorados, tudo é visto sob a ótica do prático e funcional, quanto mais assim for, melhor será! Podemos citar o vestidinho que ela usa, bem leve e solto, acompanhado por uma ínfima peça íntima, como também, a bermuda de cós elástico que ele usa previamente, sem a companhia de nenhuma peça íntima, deixando livre e solto, aquele que melhor exprime o seu grau de excitação. Tudo isso, para que possam, sem nenhuma burocracia de ações ou perda de tempo, aproveitar prazerosamente cada instante junto. Nesse período, não se deseja ter a devida noção do que está por vir, só interessa o agora, com suas inúmeras possibilidades de deleite do momento. Tanto que as conversas são sempre sobre situações diárias e, nunca, sobre até onde os levará essa relação, salvo, apenas, quando estão a planejar novas peripécias amo