Às vezes, a ausência constante do outro nos
proporciona a tentadora e enganadora sensação de liberdade, o de tudo poder
fazer sem que ocorra nenhum tipo de consequência. É justamente nesse
instante, que damos abertura a certas coisas, que, sabiamente, não deveríamos
praticar, posto que sendo alheias à relação, produzem um imenso
mal.
Essa momentânea liberdade solta as imaginárias amarras, que, inconscientemente, atam o nosso desejo a um único ser, liberando-o para as inúmeras e distintas direções. Quando nos damos conta, já
cometemos tudo aquilo, que, aos nossos olhos, são insignificantes, mas que por
terem certo caráter pernicioso, geram consequências destrutivas à relação e a
nós mesmos. Assim ela se deixou levar pela ausência, que, impensadamente, o outro fizera surgir em determinados momentos. Dando, então,
abertura para o sorriso insinuador, o flerte descabido e às intenções
desenfreadas, disfarçadas em ingênuos gestos ─ pequenas ações que alimentam e
aliciam os desejos de alheios olhares ─ fazendo-os acreditar que essa suposta
sedução seja, realmente, uma oportunidade de um relacionamento furtivo. Entretanto, como tudo na vida, isso logo passa e ela retorna à
realidade, só que, agora, totalmente mudada. Tornando-se arredia a qualquer
ação, que, porventura, faça-a se sentir um ser estranho naquela convivência que
o tempo tornou tão intima. Sinal de que não será mais tão tolerante e
conformista, isso foi fruto daquele ar de liberdade que respirara e enchera de
novas e distintas perspectivas o seu mundo.
Criado em: 26/04/2009 Autor: Flavyann
Di Flaff
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