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A SAUDADE E A REVOLTA PELA PARTIDA DE UM ANJO

Numa bela manhã, quando o sol despertava os anjos terrenos, ela acordara e se aprontara para ir à busca do conhecimento que enaltece os homens. Um caminho que bem conhecia, pois já o fazia rotineiramente ao longo dessa sua jovem existência. Mas nem só de anjos de bondade é composta esta vida terrena, as criaturas da escuridão também a compõem, e em circunstâncias ainda desconhecidas, ela − um daqueles anjos de bondade – cruzou com algumas destes seres. O desfecho não poderia ter sido diferente, uma vez que, nos corações de tais monstros, só existe tudo o que é antônimo ao amor, então eles a violentaram em todos os sentidos e a fizeram ascender a um plano superior a este em que vivemos.
O tempo passou célere, nele a impunidade imperou; e no presente, ainda se faz soberana. As lembranças da atrocidade por ela sofrida e da saudade dela, que em nossos corações campeia, produzem lágrimas, até hoje, naqueles que, realmente, amavam e se importavam com Rebeca. Digo isso, porque lágrimas até os crocodilos produzem, porém sem nenhum sentimento verdadeiro.
Apesar do tempo transcorrido, da impunidade ainda reinante, os clamores não cessam, pelo contrário, continuam fortes no seio da família enlutada. Esta tem a certeza de que a mesma luz que acordava aquele anjo terreno de bondade, também fará dissipar toda essa sombra que envolve as circunstâncias daquele crime hediondo, revelando, enfim, tudo e todos que estão envolvidos nele. Aqueles que forem realmente culpados, doa a quem doer, pagarão com a pena máxima. Libertando a todos que, verdadeiramente, estimavam Rebeca, da dor de ver os assassinos a vagar libertos por entre nós, bons cidadãos.

Criado em: 27/08/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

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