Pular para o conteúdo principal

A DIFÍCIL ACEITAÇÃO DO INEVITÁVEL

A sensação de perda se transforma num imenso nó na garganta, de repente, os olhos reagem e se deixam inundar até transbordar, as lágrimas rolam face abaixo e, por fim, a cabeça se prostra até ser amparada por mãos trêmulas e aflitas.
Os dias não serão mais os mesmos desde então, pois uma grande ausência será sentida! Em cada canto da casa, por um longo período, só o vazio deixado pela súbita partida será percebido, estendendo-se até o que era antes uma rotina normal.
Muitos se vão sem o adeus perfeito, no qual não há o abraço fraterno sempre acompanhado por votos de um breve retorno. Só os muitos porquês ficam a ressoar intermitentemente naqueles que ficaram saudosos.
A vida sempre exige que prossigamos, e o que antes era dor infinita em lembranças constantes, transforma-se em saudade, que surge em raros momentos de memórias solenes nas quais sempre nos vêm as mesmas sensações fatídicas do acontecimento passado. Resta-nos preservar só as lembranças boas da convivência que tivemos, quem sabe, assim, possamos conformar-nos mais rapidamente e aceitar o inevitável desfecho da vida.


Criado em: 20/04/2010 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff