Hipoteticamente, esse será o último dia de sua vida!
Nesse momento, estará convalescendo em um leito de um hospital. Poucos
terão notícias de sua doença e esses, com certeza, serão os seus familiares
mais próximos.
No leito não ficará chorando as prováveis dores da
carne, já que logo cessarão, confessará, para um dos seus, que o que
mais lamenta e lamentará não é a sua provável e inevitável partida. Mas, sim,
o fato de não ter conseguido ser nem a metade do que bem poderia ter sido. Essa
sim é a dor maior que jamais cessará, mesmo depois de ele já ter partido, posto que acompanhará a sua alma até o juízo final.
Da infância até o princípio de sua fase adulta vivenciou o que de melhor aconteceu em toda a sua existência. Durante esse
período, nunca tivera a atenção voltada para algo específico, apenas se
preocupou em vivenciar intensamente aquele tempo presente.
Passado o tempo inicial de sua vida, adentrou na fase
adulta e sentiu o peso das cobranças alheias, que, consequentemente, geravam as
cobranças pessoais. A insegurança ─
fruto da falta de experiência ─ fazia-se latente e se fortalecia à medida
que consumia as suas forças interiores, tornando-o impotente diante do mais
simples obstáculo. Então, como um nobre mogno, que plantado em uma lata, não
morreu, porém também não cresceu o quanto lhe fora naturalmente determinado, seguiu,
durante todo o restante de sua vida, sentindo-se preso à incompletude. Até chegar o
inesperado e fazê-lo aceitar o que, agora, já não pode ser mais mudado, restando-lhe, apenas, algumas poucas horas de reflexão redentora.
Criado em: 08/02/2009 Autor: Flavyann
Di Flaff
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