Quando ali, disfarçadamente, desprezaste-me, senti uma
grande tristeza! Bem que tentaste ser sutil, mas o meu coração, logo percebeu a
tua reação. Educadamente, continuamos a nos fazer companhia, porém, já sem o
encanto inicial da surpresa, apenas sob o impacto da inesperada
decepção.
As horas fluíram lentas, como se fossem grãos de uma
grossa areia a cair na ampulheta do tempo. Nesse transcorrer, apenas o som de
uma única voz se fazia audível, sinal de que a outra parte em questão, só por mera formalidade, escutava e respondia com meneios de cabeça acompanhados por um
olhar totalmente desatento.
Impositivamente é chegada a hora de partir, momento
distinto de alívio para ambos, a formalidade da despedida é executada, totalmente, desprovida de sentimentos. Entretanto, durante a tomada de rumo de
cada um, emoções diferentes os invadiu. Tu, murmurando, maldizias a grande
decepção que sofreste, pois imaginavas encontrar alguém de belo porte, mesmo que não tenhas sido instigada a isso, enquanto ele, inconformado, lamentava o fato de não ter sido correspondido na sinceridade de
suas palavras, as quais foram expressas anteriormente em conversas virtuais, que
ambos trocaram, com fervorosa desenvoltura.
Do fato vivido, só uma certeza ficou, a de que os
encontros serão sempre virtuais, uma vez que o sentimento ali expressado é uma simulação feita para impressionar. Enquanto os desencontros serão sempre reais, já que a falta de
sintonia entre as partes sempre existirá.
Criado em: 08/12/2008 Autor: Flavyann
Di Flaff
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