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DA PRUDÊNCIA

Quando fores revelar alguma coisa para alguém, jamais o faça sob o efeito embriagador dos desejos repentinos, nem tão pouco, sob o torpor de dores e mágoas recentes. Porque, quando tudo isso cessar, poderás descobrir, tardiamente, que cometeste um duplo e grave erro, já que fizeste o que não querias e causaste o que não desejavas.
É prudente, quando for assumir algo, que se esteja sóbrio e plenamente consciente desse ato. Porque, assim, tudo o que emanar, sair de você, será naturalmente verdadeiro, e não um acaso provocado por uma necessidade momentânea, regida por insensatez nefasta.
Todo gesto impensado traz consigo consequências, que, à primeira vista, parece ser ruim só para quem é vitima dele. Porém, durante o passar lépido dos dias, mostrar-nos-á que não é bem assim, posto que aquelas são uma via de mão dupla ─ tanto sofre a vitima quanto aquele que o cometeu. Então, prudência no que diz respeito a assumir o que sentes no momento, porque, às vezes, nem sempre é o que realmente necessitamos, e brincar com as sensações alheias é o mesmo que brincar com fogo, há sempre o risco de se queimar.

Criado em: 8/7/2008 Autor: Flavyann Di Flaff

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