Pular para o conteúdo principal

MARCAS DE UM APRENDIZADO

Loba mulata, morena faceira, sempre astuta na caçada para alimentar a sua matilha ou/e saciar apenas o seu cio de fêmea, inflando seu ego.
De longe se vê seu vulto esbelto, com jeito de bichinho abandonado, carente de cuidados. Mas quem a acolhe, convivendo por alguns momentos, logo descobre, que esse ar de abandono e essa carência aparentes, não passam de sutis ardis para atrair o primeiro incauto que se sensibilize. Depois de atraído e enleado em sua trama,  o seu jeito de cruel predadora aparece, devorando sentimentos, apossando-se dos despojos, sem jamais se importar com as consequências, que, pensa ela, só as suas vitimas sofrerão.
Como pode um ser de fala macia e jeito cativante se transformar em tão inescrupulosa criatura? É certo de que todos possuem problemas e que devem, de alguma forma, resolvê-los, mas usá-los como pretexto para justificar tais atitudes é, no mínimo, assumir a sua total incapacidade e incompetência em resolvê-los da forma mais adequada possível.
Quando se fixa o olhar no dela, logo se vê a presença de uma sombra, sinal de medo ou de uma dependência conveniente de alguém para sobreviver! Decifrada a trama, descobre-se que se trata da onipresença do ex-chefe da prole, ainda exercendo, de maneira constante e efetiva, o total controle das atividades. Tudo isso, com certeza, por conivência, conveniência ou por desânimo de não ter conseguido dar a volta por cima e assumir o papel de provedora dos seus dependentes.
Segue a loba a caçar, omitindo e criando algumas (in)verdades, fingindo uma fragilidade contraditória ao que suporta, para poder se manter. Uma vez que aceita, passivamente, uma submissão a quem não mais, assim ela revela, faz parte de sua vida.
Dentre muitos, de suas garras, também não escapei ileso, pois elas deixaram marcas que, até hoje, fazem-me lembrar de mais um aprendizado em minha existência.

Criado em: 13/09/2009 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff