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UMA INJUSTIFICÁVEL INCOMPATIBILIDADE

Nos tempos de namoro, nada é obstáculo para se vivenciar momentos a dois. Mas se eles surgem, então, são logo transformados em inspirações para algumas “loucuras” eventuais.
Quando enamorados, tudo é visto sob a ótica do prático e funcional, quanto mais assim for, melhor será! Podemos citar o vestidinho que ela usa, bem leve e solto, acompanhado por uma ínfima peça íntima, como também, a bermuda de cós elástico que ele usa previamente, sem a companhia de nenhuma peça íntima, deixando livre e solto, aquele que melhor exprime o seu grau de excitação. Tudo isso, para que possam, sem nenhuma burocracia de ações ou perda de tempo, aproveitar prazerosamente cada instante junto.
Nesse período, não se deseja ter a devida noção do que está por vir, só interessa o agora, com suas inúmeras possibilidades de deleite do momento. Tanto que as conversas são sempre sobre situações diárias e, nunca, sobre até onde os levará essa relação, salvo, apenas, quando estão a planejar novas peripécias amorosas, só nesse instante, pensam e conversam sobre o que farão logo mais.
Quando se namora, até a saudade é algo constante e espontânea, servindo de alimento para o desejo de se estar logo na companhia do outro. Diferente da saudade que sentimos quando estamos no contexto de um contrato social de relação, no qual ela apenas nos faz lembrar o outro, mais pela gritante falta funcional nesse contexto do que por qualquer outra coisa.
Queria que essa magia, que é tão constante no cotidiano dos enamorados, permanecesse impregnada na gente, mesmo quando o namoro amadurecesse em matrimônio. Mas, infelizmente, o que vemos, é que não há nenhuma compatibilidade, talvez, por não permitirmos, em razão de motivos individuais, que não justificam nada. Entre essa magia e a rotina natural em que o casamento nos tendência a entrar. Fazendo com que a presença diária do outro se torne algo comum, costumeiro, ocasionando, com isso, a total inexistência emocional da surpresa no cotidiano deles.

Criado em: 31/05/2010 Autor: Flavyann Di Flaff

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