Ao cobrar que lhe digam “eu te amo”, esse alguém está
querendo firmar um contrato de propriedade! Pois, ao satisfazer tal exigência, o
outro confirma que há um sentimento de posse mútuo. Como concordar com tal
equívoco, se nesse mundo ninguém pertence a ninguém? Que o digam as mães, quando
veem chegar a hora de seus filhos saírem de sob suas asas para alçarem seus
próprios voos, nesse instante, elas jamais usam toda a dedicação que tiveram e, muito menos, o sentimento materno que possuem, como chantagem emocional para
fazê-los ficar, naturalmente, deixa-os ir.
Está-se escrito: “Amai a Deus sobre todas as coisas”,
entendo que devemos amar a Deus de sobremaneira, mas, sem jamais deixar de amar aos
demais. Lendo I Coríntios – 13, entendo que o amor não é uma corrente que
aprisiona, muito pelo contrário, ele é o dom divino que liberta todo aquele que
o sente e aquele que o recebe. Logo, amar não é e jamais será uma
condenação, mas, sim, a dádiva da libertação plena. Um exemplo claro de que amamos aos nossos semelhantes está explícito quando ao nos relacionarmos com os mais distintos e diversos seres que
nos cercam. Se assim não fosse, não ocorreria sequer uma aproximação.
Quando há uma convivência intensa e constante, gerando certa intimidade, começa a se fazer presente o sentimento característico do
ser humano, o gostar, que, constantemente, é confundido com o amar, este, de
tão grandioso e divino que é, não se contenta apenas a ser dirigido a uma única
criatura, porém a todas elas, sem nenhuma exceção.
É desde pequeno que aprendemos a gostar ou a
desgostar! De início, são as coisas, depois, as pessoas e, por fim, de situações
ou momentos que nos trazem “felicidade”. Quando gostamos, seja de algo ou de
alguém, tornamo-nos acessíveis, atenciosos, constantes nos contatos, mais
presentes no cotidiano um do outro. Tornamo-nos mais abertos, a ponto de fazermos
revelações sobre coisas pertinentes à esfera pessoal. Contudo, quando ocorre o
contrário, já evitamos o contato, fechando-nos totalmente para o outro,
deixando evidente que não nos agradou.
Com esse entendimento, digo, afirmo e repito, que amar
é um dom divino, enquanto o gostar é um sentimento humano.
Criado em: 07/ 07/ 2009 Autor: Flavyann
Di Flaff
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