Depois daquele encontro, uma baixa autoestima o
assombrou, de maneira tal, que nos dias que sucederam o ocorrido, sentiu-se
como o pior dos anjos caídos, visto que o arrependimento corroía a sua alma.
Em vinte e quatro horas fizera e sentira coisas que
jamais imaginara, a ponto de até apelar à feiticeira faceira, autora do encanto
que o pegou. Não sem antes deixar de suplicar o apoio de seu Criador − ato extremado − pois em vez de suplicar a remissão dos pecados não cometidos, porém pensados, pediu uma segunda oportunidade para cometê-los, já que
desperdiçara a primeira.
Em seu ser angustiado a espera era como um punhal a
ferir de morte a frágil esperança, que ainda alimentava com afinco. A distância,
agora aumentada pelo silêncio alheio, parecia agourar os seus anseios, no entanto nada
podia fazer de fato contra o que estava a ocorrer, já que tivera uma chance e a
deixara escapar de suas mãos, que, impotentes, ficaram naquela ocasião, graças a
um misto de emoções / sensações, inibindo a execução efetiva de seus desejos.
Até hoje, ainda espera outra oportunidade! A angústia ainda
permanece presente em seu semblante, e aquela esperança, ferida de morte, ainda
agoniza no peito. Às vezes, no auge de sua aflição, chega a pensar coisas, imagina que a feiticeira, sabedora da força do seu encanto, silenciara, só para
reforçá-lo, alimentando, assim, o seu ego inumano. Quanto ao seu Senhor, apenas
pensa que Ele, na sua compreensiva misericórdia, e pelo muito que conhece o ser
que criou, preferiu abster-se e deixar que o resultado seja fruto das ações de
seu servo.
Criado em: 10/07/2008 Autor: Flavyann Di Flaff
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