Em um canto qualquer da cidade, de súbito, parou e
pensou ter visto alguém bem familiar! Titubeou, devido à incerteza na
identificação da pessoa, tanto que pensou ter sido apenas um lapso da sua
visão, que já não era tão perfeita, como nos tempos de outrora. Então,
prosseguiu seu rumo cotidiano, até findar aquele calorento dia.
Ao chegar em casa, como de costume, preparou-se para o
banho, em seguida, jantaria. Já embaixo do chuveiro, água refrescando o
corpo e a mente, a imagem daquele ser que pensara ter visto, surgiu-lhe mais
claramente e ali, estático, lembrou a quem pertencia aquela fisionomia. De
repente, algo que há muito sentira, ressurgiu forte, como se recente fosse.
Atônito, interrompeu o banho e saiu quase nu, mesmo na agonia, ainda teve o
reflexo de pegar a toalha e enrolá-la no corpo.
Com aquela imagem fixa na mente, correu ao quarto como
se fosse encontrar uma relíquia, prova cabal da existência daquele ser. Seus
olhos começaram a brilhar, quando encontrou um pequeno álbum de fotografias,
diante do achado, hesitou, posto que estava na iminência de rever momentos passados
desfrutados com pessoas, algumas com as quais já não mantinha contato e dentre
elas, com certeza, estava aquela que lhe fizera ficar exultante, trazendo de
volta, sentimentos bons que escondera em si, só por não tê-los concretizado. Por
alguns instantes, que mal passaram de poucos minutos, pensou e se lembrou de que
já não era aquele tímido adolescente e, então, sentiu-se capaz e abriu o velho
álbum. À cada foto, lembranças surgiam, reviveu cada momento ali representado, e
quando se deparou com a imagem daquele alguém, quase no termino das fotografias, sentiu seu coração acelerar, a respiração ofegar, reconhecera, de pronto, aquela que vira passar tão
próximo naquele dia. Então, chorou por ter perdido, mais uma vez, a
oportunidade de conversar e expressar seu sentimento a quem lhe
encantara na juventude.
Criado em: 06/05/2010 Autor: Flavyann
Di Flaff
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