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Mostrando postagens de dezembro, 2023

O FLUIR DAS ÁGUAS

  Voltei ao rio da minha infância! As águas continuam frescas e límpidas. A vegetação ao derredor permanece exuberante. Empolgado pela nostalgia, mergulhei nas lembranças. Foi um choque de realidade! A verdade é que não me encharquei de sensações vividas, tudo ali era fria indiferença, uma colossal distância temporal. Dessa forma, tomei consciência do que acontecia, o ambiente em que eu estava era o mesmo de outrora, mas o rio em que me banhei, já não mais existia. E como Heráclito dizia: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”. Foi então que me dei conta de que não se tratava do rio e suas águas, Mas do tempo que não volta mais e do nosso ser, que é permissível às mudanças.   Criado em : 28/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff

NOITE FELIZ

  As festas natalinas estão na hype ! Para onde se olha, é só multidão, mas a única companhia é a solidão. Nesse ambiente, não se tem a mesma vibe.   Antes, reunião para rever familiares e vizinhos; hoje, bolhas de crises existenciais. Corações repletos de ressentimentozinhos, separados por distâncias abissais.   Mesa posta, mesa farta! Barriga cheia e corpos vazios. Gente postando, interação que falta.   O passado há muito jaz por um presente que nos tira o brio. Saudade é o que agora aqui subjaz!   Criado em : 25/12/2023 Autor: Flavyann Di Flaff

FORA DA GRADE

  A persona desmoronou, a ansiedade se fez presente e o ostracismo chegou!   A vida não parou, a sociedade involuiu e a liberdade se evaporou!   Ele sentiu a dependência, sem aplausos e audiência à delinquência sucumbiu.   Matando a si mesmo, contra a indiferença se insurgiu, justiça feita a esmo.   Transitado e julgado, sem nenhuma objeção, foi condenado à prisão!   Privado de liberdade, longe dos que juravam admiração, descobriu a grande verdade, viveu uma vida de ilusão!   Criado em : 24/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff

CONDICIONAMENTO MORAL

  O alienado ideológico é comparável àquele jovem russo, da segunda metade do séc. XIX, que se dizia niilista, ou seja, não acreditava em nada que representava a sociedade a que pertencia, e que se encantou com os delírios modernos europeu, os quais propagavam “ nós vamos fazer tudo de novo, porque nada tem fundamento ”. Todavia, esse “fazer tudo de novo” que toda ideologia prega, através da elaboração de um discurso homogêneo e pretensamente universal, é fundamentado, na maioria das vezes, no ressentimento e no revanchismo, coisas que já existiam anteriormente. Como pode gerar uma agnosia mental social, proporcionando um condicionamento moral coletivo, os propagadores ideológicos não cessam de lutar por mais seguidores. Portanto, parafraseando os newtonianos, para cada ideologia, há uma ideologia igual e oposta. Criado em : 11/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff

FALAH & CIA

  Vi toar o lugar de fala, o canto da fala. Desvirtuá-lo, o quanto cala?   O encontro das falas gera o encanto, enquanto se fala.   Produção da Falah & Cia!   Ir ao encontro da fala  ou de encontro à fala?   Sob a ideologia, eu falo, ele fala, e ninguém discute.   Análise de argumentos! Passivo, aceito! Falasse a verdade!   Criado em : 07/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff

DESCONSERTO

  O sistema que deseduca, semeia a ignorância entre os seus. Em um ambiente hostil, ela se transforma em brutalidade, realimentando a violência civil. Quem possui alguma ciência, consome de tudo e nada tem. Aquele que, sem nenhum vintém, na inocência de sua ignorância, usa a marca como ascensão, não percebe que também consome em abundância, ascendendo a um mundo de ilusão. Crendo aparecer no meio da multidão, apenas some em meio às estatísticas. Na onda do mercado, é ter para ser, parecer sem ser, e nesse turbilhão de dualidades esquisitas, que nos indicam desníveis de conhecimento, seja no sentido formal, seja no de mundo, na verdade, para eles, já não há mais conserto.   Criado em : 06/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff

REFLEXÃO-AÇÃO

  Hoje, completa-se o quinquagésimo quarto ciclo de minha existência! Fecha-se esse para começar um novo. O que foi feito não tem mais volta, o que ficou por fazer reclama a ação. Reflito na intenção de me recolocar na rota, pois permanecer no caminho, apesar dos desafios e da resistência, é fundamental. Nesse caminhar, a hesitação faz parte, mas não deve ser determinante. Estacar é o hábito a ser combatido diária e ferozmente. Retroceder não é opção, o Tempo me advertiu. Chegar ao fim é o que persigo. Porque, como bem disse o poeta Antônio Machado em seu poema Caminhante : “Caminhante não há caminho, / faz-se caminho ao andar…”, portanto a vida quer ação antes e acima de tudo. Criado em : 01/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff