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Mostrando postagens de janeiro, 2021

O CÃO

                              Apresentou-se para mim num estado deplorável. Visivelmente, doente, faminto e despido de tudo. Essa imagem me condoeu a ponto de abrir a porta e trazê-lo para dentro do meu lar. Compartilhei casa, comida, cama e vida, crente de que o nosso encontro tinha um propósito. Com o tempo, refeito e dono de si e de mim, foi exercendo dissimuladamente o seu domínio. Quando me vi, já estava satisfazendo os seus caprichos. O seu latir era enfático, impondo-me vontades animalescas. Depois de sua presença em minha vida, atrai a indiferença de alguns, a ira de outros. Fiquei condicionado a encargos exercidos em horários de acordo com o seu bel-prazer. Alienado da minha própria realidade, era todo dedicação a ele. Perdendo a noção total da relação entre senhor e escravo, pois já não discernia quem era quem. A convivência com esse ser iluminado me deixou ofuscado, como cego que fui, diante de seu olhar visionário. Então, exausto da repentina decadência, uma vez que, como F

RESILIÊNCIA

Enquanto ele sofria, atualizaram o caos, e tudo como era antes, não mais existia. Pensou, então, que regressaria ao ponto em que a felicidade residia. Porém, percebeu o logro do qual fora vítima, uma vez que não se tratava de um regresso, porquanto o que acontecia era a exasperação do caos já existente. Chorou copiosamente, pois uma regressão, mesmo que breve, aliviaria o fardo que carrega já há algum tempo, renovando as suas forças e dando o ânimo necessário para prosseguir. Assim, restou-lhe, depois de saber do futuro caótico, entregar-se às mãos do Universo e ser resiliente para não se perder na escuridão de um prematuro apagar da chama da vida.   Criado em: 28/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

RENOVO

Entre os seus, confundia-se na dualidade em que era jogado pelas circunstâncias por eles fabricadas. Ora não tinha vez e nem voz, uma parede imperceptível naquele recinto familiar. Ora era elevado ao cargo de ouvidor-geral, tendo a obrigação de a tudo e todos ouvir, o muro das lamentações daqueles que lhe alheavam da realidade em que viviam. Assim, segue o seco deserto existencial, ainda com uma tênue esperança de encontrar um oásis para refazer-se desses tempos difíceis e rumar novo caminho a uma restaurada vida.   Criado em: 27/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

OPINIÕES ALHEIAS

  Definitivamente, o povo não nasceu para apagar fogo, mas, única e exclusivamente, para pôr lenha na fogueira! Portanto, tenha o devido controle sobre as suas decisões, seja, realmente, o dono de sua vida! Porquanto mesmo agindo dessa forma, ainda temos alguns arrependimentos, imagine vivendo e agindo sob a influência das opiniões alheias.   Criado em: 27/01/2014 Autor: Flavyann Di Flaff

UMA VELHA VONTADE

            Ah, como eu queria voltar! Retornar aos tempos idos da infância! Mas, cresci, não dá. Desde lá, o mundo mudou ao meu redor. Acabou, toda aquela fascinação. A espontaneidade de banhar-se ao sol ou na chuva, foi substituída pelo temor de adoecer. O prazer de andar pelo mundo afora se encantando, transformou-se em síndrome do pânico. A empolgação pelo agora, desinteresse natural pelo que viria, degenerou-se em ansiedade paralisante devido à incerteza do amanhã. Ah, como gostaria de contar tudo o que aprendi! Talvez, assim, conseguisse amenizar as psicopatologias que adquiri, quando enfim cresci. Porém, agora se faz tarde. Voltar a ser a criança que fui, neste mundo, tornar-me-ia ainda mais vulnerável. Se eu pudesse renascer infante não caminharia, a passos largos, rumo às trevas das imposições sociais inalcançáveis – fardo que consome nossas forças e limita a nossa existência a mera sobrevivência. Ah, que vontade de pegar na mão do tempo e suplicar para voltar! Alegrar-me,

O AMOR É UMA ESCOLHA?

                 Dentro do campo religioso, a proposição é encarada como uma verdade absoluta. Já que parte do princípio de que só Deus é amor, qualquer coisa diferente disso soará como falso. A premissa da escolha parte em optar por um entre dois. Quando falamos em escolher entre o amor e o ódio, sentimentos que se confundem dentro da gente, tratamos de algo subjetivo, já que podemos alternar entre eles em questão de segundos. Sendo o ser humano a contradição em pessoa, quando partimos para o campo das relações humanas, essa proposição perde força e legitimidade. Só para exemplificar: Podemos encontrar alguém uma única vez e termos uma forte empatia por ele; por outro lado, podemos conviver anos com alguém e apenas suportá-lo, sem nenhum traço de afetividade. Portanto, no campo das relações humanas, as circunstâncias vividas são determinantes quanto a ter afetividade ou não por alguém. Criado em: 21/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

MAKE UP OFICIAL

Quando a Lei da Conveniência assim determina, a Teoria da terra arrasada é evocada e instalada. Para validá-la, são convocados os mais distintos especialistas das mais diversas áreas. De seus lugares e com suas vozes de autoridade, dão a roupagem de verdade absoluta necessária àquela, abrindo, assim, o caminho para o convencimento geral. Depois deste, o óbvio acontece! Afinal, toda terra arrasada necessita de um Redentor, que depois de ser reconhecido oficialmente, nada, de fato, resolverá. Só maquiará/macaqueará o que o seu antecessor não fez, perpetuando esse estado de caos montado.   Criado em: 23/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

LUGAR DO DIVINO

No coração Na oração Na ração (o sal) Na ação Ele está!   Flavyann Di Flaff       22/01/2021  

SENTIMENTO À PORTUGUESA

Há mar, Portugal, em todo o mundo. Mas, como a ti, nenhum outro há. Navegar é preciso, assim como o viver, Para em algum lugar chegar, também o é. Giro o mundo para lá e para cá, Porém, para o meu Portugal, Sempre hei de voltar.   O que dá gosto cá a minha vida É o sal do mar do cais do Porto de Portugal.   Embarcando em naus aventureiras, Enfrentando a procela em seu furor Chego a terras hospitaleiras   No meio de tantos abraços apertados, Amizades em grande rumor, Senti os olhos e o coração angustiados, Era a saudade que, em mim, aflorou.   Olhando para o terno mar, Da janela logo ali aberta. Como do berço materno, a criança não se liberta. Ó minha terrinha, para ti, vou voltar!   Pois, o que dá gosto cá a minha vida É o sal do mar do cais do Porto de Portugal.   Reembarquei na minha nau, O vento a soprar na vela aberta, Tal qual esperança a tocar na alma, Levando-me de volta à bela terra lisboeta.   Há mar, Portugal, em todo o mundo. Disso, ninguém mais duvida. Mas, o que dá gos

PAZ DE PRATA

A confissão nº 235 aos papas do mundo, foi o prenúncio do fim, e em águas pesadas o mundo mergulhou. De repente, do céu tranquilo, começou a emanar um barulho, e uma enorme noite se projetou naquele lugar. O menininho e o homem gordo, pacifistas armados de altruísmo, anunciaram:   − Ah, é a madre Gay a dar cabo às Tormentas da Humanidade!   Assim, caiu o sol nascente, aquecendo os corações daquela gente dourada – o ardor derradeiro e consumidor da vida. Em um prematuro avanço da consciência humana, foi servida a paz sob o prato de prata da guerra!   Criado em: 19/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

ANTROPOMORFISMO RELIGIOSO

Desde os primórdios, a Humanidade cultuava coisas, seres inanimados, atribuindo-lhes poderes de acordo com a necessidade do adorador. Com o passar do tempo, ocorreu uma mudança significativa, daqueles permaneceram rumores, enquanto crescia a crença em um ser único, Oni- ao cubo, totalmente senhor de si, livre das amarras terrenas. Milênios depois, uma reviravolta se deu: os adoradores fizeram a junção daqueles cultos. A partir desta, criaram a cristomização ou customização do cristo, do monoteísmo mantiveram a referência de um só deus, e do politeísmo, predominante nesse novo movimento, mantiveram a profusão de deuses a partir daquele e por meio do antropomorfismo religioso. A customização possibilita às inúmeras instituições religiosas dar a cada indivíduo a oportunidade de ter um deus exclusivo, pronto para satisfazer as suas vontades e mandar os inimigos para o inferno, bastando só, para isso, dar uma oferta de sacrifício físico ou material e depois pedir quando bem quiser. Por

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Sindicato anônimo das vítimas da má gestão pública vem a público esclarecer o fato ocorrido durante o início da campanha nacional de vacinação contra a COVID-19. Aquele político que deu o belo exemplo a seus pares, sendo vacinado antes da população de seu município, tomou como base o regimento interno do poder legislativo democrático de direito, que diz: Todos os eleitos por votação democrática passam a ser FIÉIS REPRESENTANTES DO POVO! Para dar credibilidade aos argumentos que sustentam a sua ação, sendo sujeito ativo desta, recorreu ao que se encontra no capitulo VI do Título II (Parte Especial) do Código Penal Brasileiro, descrito no artigo 171,  caput , do citado Código. Nós, como sujeitos passivos de sua altruística ação, agradecemos à Vossa Excelência pela explicação enfática de sua ágil e competente assessoria.   Sindicato anônimo das vítimas da má gestão pública.

PALAVRAS AO VENTO IV

O prefeito, para cometer um gesto nobre, de puro altruísmo, passou por cima do protocolo de prioridades e tomou a vacina para dar o exemplo aos seus munícipes de que ela é segura. Demonstrando-nos que políticos são hábeis em cometer ilegalidades dentro da mais perfeita legalidade, deve ser por isso, que no mundo animal, os ratos conhecem bem as brechas. O exemplo dado, o conhecemos bem, uma vez que já é um gesto cultural, fazendo parte do nosso folclore. Trata-se da velha “carteirada”, do “Sabe com quem você está falando?” e, por fim, do “Sabe de quem sou filho?”, recursos, ampla e convenientemente, utilizados por aqueles mortais que pensam que são deuses, mas que, de verdade, só estão de passagem pelo Olimpo. O errôneo entendimento do princípio de autoridade provocado pelo cinismo, dá-lhes a falsa impressão de que, como agentes políticos, tudo podem. Neste exato momento, muitos deles queriam fazer o mesmo que o prefeito, entretanto simular atos de moralidade se faz premente. Já que

PALAVRAS AO VENTO III

                          Depois de ouvirmos o relato cronológico do caos do sistema de saúde de Manaus, de uma forma lógica impecável, não temos mais dúvidas de que, desde sempre, os poderes são senhores das nossas mazelas. Porém, preferem explorá-las de forma vil e cínica em detrimento de uma reparação efetiva delas. Aquela, que do relato fora autora, mostra-se imparcial diante da opinião pública, ora atacando fulano e defendendo sicrano, ora atacando este e defendendo aquele. Quando, na verdade, ela é o fiel da balança de alternância do poder. Diante da recorrente narrativa midiática, podemos perceber, nas suas entrelinhas, qual a finalidade incisiva dos métodos textuais aplicados a ela. Meias verdades fazem mais estragos que uma mentira, já que esta pode ser rebatida sob um mínimo de esforço, enquanto aquelas requerem uma análise mais aprofundada para serem refutadas. Principalmente, quando endossadas por falas de especialistas escolhidos a dedo. Questioná-las, para quem vive nas

TÍTERES IDEOLÓGICOS

  Democraticamente, somos obrigados a votar! Em um processo pouco difundido, elegemos aquele a quem não demos o voto. A ideologia que rege os partidos é a da eterna terra arrasada, na qual quanto pior para nós, melhor será para eles, enquanto seguimos sofrendo com os desmandos de gestores públicos não comprometidos com o bem-estar coletivo. Ideologias, como todo ventríloquo, criam bonecos que servem só para as suas devidas manutenções,   gerando mais descasos com o bem público. O que propicia o álibi perfeito para promessas vazias eleitoreiras, já que nunca serão cumpridas de fato, mas que ajudam a manipular, como fantoches, a massa. Possibilitando, assim, a inócua alternância partidária no Poder Legislativo e no Executivo dos municípios, estados e da nação.   Criado em: 17/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

POLIGÂMICO RENOMADO

O coração é um só, mas o que faz acelerá-lo é o desejo e este é poligâmico! O coração diz: − É ela! Aquela que o fará ancorar todos os anseios afetivos. Na dúvida, não tem jeito, é ela! Que tanto o fez acelerar, degringolar e se renovar. Porém, nesse devaneio, esqueceu-se de algo, daquilo que o levava a ela, abstração que nutria o presente benquerer. Na paixão, ele é fundamental! Não existe sentimento sem motivação, e esta é o desejo. Quando disso se deu conta, desesperou-se, pois sabia que a si dava conta, já em relação àquele, sentia-se impotente. Compreendia o Desejo como um cavalo selvagem, indômito por natureza, incapaz de aceitar rédeas, muito menos, curtas. Então, convicto de sua monogamia, o coração decidiu amá-la de longe, em pensamento, sonhos e poesias, assim se deixou ser morada passageira do desejo, o ilustre amigo poligâmico. Criado em: 18/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

FESTA DA DEMOCRACIA

De grupo em grupo, com total impunidade, Os larápios dão o nome do seu escolhido, e O povo copia para se lembrar. Ainda dizem: − Não esqueçam, melhor, nulo, não votar! Se caso o outro for eleito, Não terão o direito de reclamar. Nas ruas calçadas, os “santinhos” espalhados, Sujeira da corte, a trupe candidata  − Costume nacional para o último arriscar da sorte. Então, conduzidos pelo escrutínio alienado Desta republiqueta para a eleição daquele, Espalham o boato da vitória da moralidade.   O outro lado é a desolação nessa trama, Difícil não se comover com a cena. Porém, nesse teatro político global, Cada um cumpre o seu papel de forma excepcional. Pense nos cidadãos que votaram e se foram! Quando em suas casas ouvirem do logro os rumores, Sabendo que o eleito não foi por eles escolhido, Mas por forças ocultas neles incutido.   Atordoados com o noticiário, apenas meias verdades Sendo ditas ininterruptamente.   A mente, como um campo vasto e fértil, Ao bel prazer desse vendaval verborrág

DAS SANÇÕES VELADAS

Só os interesses geopolíticos do G7/8 explicam a colocação dessas 03 variações da COVID-19, que aparece na imagem acima, dentre 800 variantes do SARS COV 2, numa lista da OMS, como sendo as que devem ser tratadas com muita atenção e maior cuidado pelo resto do mundo. A lógica dos governantes mundiais é a de que o vírus saiu de suas fronteiras, não lhes pertencem mais. Assim, as variações surgidas em seus quintais e “transportadas” para outros países, quando retornam a seus territórios são tachadas de super variações e aplicadas as devidas sanções aos donos ocasionais dessas mutações.   POSSÍVEIS CAUSAS DESTAS 3 VARIAÇÕES TEREM SIDO TACHADAS COMO PERIGOSAS: A Inglaterra, com o Brexit, depois de ter efetivado a sua saída da EU (União Europeia), vem sofrendo retaliações de seus antigos parceiros da Zona do Euro. Apesar do Brexit, o Reino Unido faz parte do G7 e segue a mesma cartilha dos ex-parceiros, portanto já era previsível o bloqueio de pessoas advindas dos outros 2 países citado

UMA BREVE LEITURA DA PANDEMIA

 

ADVOGADO DO DIABO

  A velha imprensa, pretensa testemunha ocular (imparcial) dos fatos, hoje midiático império formador de opinião, faz-nos ver deidades no caos projetado de acordo com os seus interesses. Em um crível exercício de altruísmo, contagiante e comovente, faz-se célere em revelar e apontar os destruidores da pátria, bem como em criar, anunciar e exaltar os que a salvarão. A passear pela cidade, ato corriqueiro de seus representantes, contagia os transeuntes com suas reflexões truncadas acerca do que viu e ouviu pelas veredas do poder central. Personificando e particularizando as atitudes generalizadas dos nossos honrados políticos, em seres palpáveis, dando-lhes os nomes de alguns de seus desafetos, lançando-os, assim, à arena da opinião pública. Esta, já adestrada de acordo com a Lei da Conveniência vigente, cujo objetivo programado é a total execração daqueles pela massa. Dependente ou independente dos subsídios governamentais, o intuito é criar situações nas quais a preservação de seus

METÁFORA MIDIÁTICA

Do fato em si, só nos chegam as sobras, maquiadas como se fossem filé mignon. As mentes vazias as recebem com entusiasmo, sem ler, duvidar e discernir, logo as devoram e se empanturram, saciando-se instantaneamente. Satisfeitas, nada questionam, apenas relaxam, agradecendo por provarem de toda a verdade... em parte.   Criado em: 14/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

PARTIDA DESEJADA

                            Nesta casa em cinzas, em breve, será apenas um fantasma. Sob este teto, já não se protege, apenas se esconde. Nesta sala, já não se senta, passa de relance. Neste quarto, já não se acomoda, incomoda-o nele estar. Tudo o que vê ao redor lhe causa instabilidade psicoemocional, não pelo apego intrínseco a quem está prestes a transcender, mas pela importância que tudo já teve em certo período de sua existência. Hoje, nada mais resiste do que foi, só há treva a servir de palco para pensamentos tenebrosos. A paisagem interna à externa secular se funde, confundindo a sua confiança no amanhã e esta, estando distraída, é uma inimiga renhida. Clama às alturas pela passagem rápida e leve por este terreal, diz, convicto, que não suportaria mais um ano de martírio, colapsaria e cometeria pecado. Quer ir com o mínimo de mácula, deixando para trás um ambiente opressor, insalubre para qualquer alma de sensibilidade acurada. Portanto, partindo de um lugar devastado pelo

ATO PICANTE

Já era tarde da noite, ambiente propício ao ato. Atmosfera calorosa, corpo em chamas, o odor provocativo clamando por possessão. De repente, o silêncio acolhedor é quebrado por um som. De início, sutil, para, em seguida, soar contínuo e provocante. A mente voou longe, o sangue ferveu, e sob o manto da penumbra, ela se aproximou como um avião prestes a aterrissar, primeiro sobrevoou para depois pousar delicadamente. Daí, para o ato, foi só um piscar de olhos, e, então, tome-lhe pica. Picou braços, pernas e rosto, deixando o companheiro incidental repleto de marcas – sinal de seu ato animal. Criado em: 11/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

TRAVESSURA INFAME

Depois de um súbito estrondo, correu para olhar a rua até onde a vista alcançava, não vislumbrou vulto algum, porém o estrago ficou em suas estruturas. Fechando a janela, permaneceram consigo, vários questionamentos, entre os quais: Quem poderia ter feito tal gesto? Com qual propósito? Teria algum ou só fora por perversidade? Nada disso saberá! Porque crianças travessas nada respondem, apenas dissimulam, logo após fazerem as suas traquinagens.   Criado em: 07/01/2014 Autor : Flavyann Di Flaff

DO FALADOR

                      Nesses tempos, nos quais o irreal é a onda da vez, as palavras perdem seu efeito real. A partir daí, começam a fazer uma propaganda contra o valor delas, dizendo que são vãs, frágeis, a ponto de o vento levá-las, sem nada modificarem.  Questiono tal ardil, pois as palavras sempre terão o seu devido valor! Em defesa, afirmo que as pessoas dissimuladas são as que fazem uso inadequado daquelas, manchando-as com o não cumprimento do que fora dito. Uma vez que, quem dissimula, não pretende que o outro conheça as suas reais intenções, por isso carrega na eloquência, e, assim, o valor das palavras proferidas, converte-se naqueles trinta dinheiros. Portanto, antes de sair espalhando que as palavras nada valem, preste mais atenção em quem as profere, porque os maus intencionados, por nada valerem, jamais honrarão o que dizem. Criado em: 07/01/2014 Autor: Flavyann Di Flaff

FENECEU

Colapsou!! Agora, o desespero ecoa por cada um dos seus poros. Cabelos e pelos balançam ao vento do arauto de além-vida. Dores lancinantes brincam em suas entranhas. O brilho dos olhos opaco ficou, devido às lágrimas de angústia. O toque de silêncio há muito foi ouvido, e tudo ao seu redor perdeu o sentido. Os seus, ateus se tornaram, em relação a seus atos. Por nada em seus bolsos ter, para eles, ficou sem valor. Tamanha dor só lhe causou a derrocada final e de joelhos caiu ante o inevitável mal.   Criado em: 05/12/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

O ALFA E O ÔMEGA

                                        As crendices e religiosidades ainda não tinham chegado a seu mundo. Vivia alheio a essas coisas, desfrutando das experiências da vida sem o peso moral das consequências por elas geradas. A naturalidade das coisas da vida não lhe impunha reflexões profundas, oriundas de uma babel de filosofias e ideologias inventadas para impor medos e limitações ao que recebera desde o nascimento. Sem amarras maniqueístas, seguiu vivendo sem muito ferir ou ser ferido. Desfrutou de tudo que a sua infância e mocidade lhe proporcionaram. Porém, quando a idade da razão lhe bateu à porta, ficou sem reação. Paralisado, ouviu as inúmeras recomendações que a sociedade lhe impunha a partir de então. Assim, descobriu a angústia que seus pais omitiram, devido ao zelo em deixá-lo viver sem a percepção das amarras sociais. Começou a ter a noção de todo o fardo que os seus genitores carregaram até ali, só para que pudesse viver, plenamente, a liberdade com que se nasce. Cont

DA SIMPLICIDADE DAS COISAS

    Da sacada da janela líquida universal, muitos enxergam o mundo em panorama, um vasto planeta sob a ameaça de inúmeros e distintos problemas. Então, sem nenhuma consciência do ato, tomam para si a solução deles, como se pudessem intervir verdadeiramente naquele. Assim, agindo de forma estúpida, esquecem de que apenas os seus mundinhos podem sofrer alguma mudança efetiva de suas partes. O cristal líquido ao ser acionado e acessado, incessantemente, tem o poder de cristalizar a estupidez, por ele incutida, nas mentes humanas, e com o novo espectador não foi diferente. Tirou-o do pequeno jardim que cuidava e mudava de acordo com a sua própria vontade, fazendo-o pensar que tais esforços seriam poderosos o bastante para transformar o mundo, a partir de então, começou a experienciar a agonia de nada resolver. Por fim, perdeu a capacidade de enxergar a extrema simplicidade das coisas, quando deixou de dispor todo o seu amor e atenção ao rosto humano mais próximo, já que neste, em uma e

DE CADA SER

Cada pessoa é um ser único! Portanto, não se deve criar expectativas sobre o comportamento alheio, pois este não muda, quando assim não quer, apenas se adapta às situações. Deve-se, sim, dar e fazer o seu melhor, quando solicitado, sem o anseio angustiante de uma recíproca. Caso contrário, sofrerá de frustrações contínuas, inoportunas e indevidas.   Criado em: 01/01/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

O DESPERTAR DE SI

                               A tomada de consciência só acontece quando estamos em estado de relaxamento, senão, inseridos e dominados pela hiperatividade dos anseios impostos por esta sociedade, apenas nos tornaremos seres em estado de alerta. A vida moderna, em hipótese alguma, permite-nos um segundo de inércia. Ela nos impõe um regime contínuo de excitação mental, seja por meio de pressões sociais, seja por meio de distrações, o que nos leva a sempre buscar mais e mais, de forma incansável, causando frustrações constantes em quaisquer níveis dessa vida. Ambos os meios já foram naturalizados e internalizados por cada um de nós, tanto que já se tornaram corriqueiros em nossa existência terrena. Tudo isso é algo proposital, feito para a nossa fácil domesticação, alienação por parte daqueles que regem este mundo material. A não tomada de consciência de si e o excesso de importância dado à identidade física limitada – o “eu” –, gera esta consequência: a autodestruição. Então, é a impos