Apresentou-se para mim num estado deplorável. Visivelmente, doente, faminto e despido de tudo. Essa imagem me condoeu a ponto de abrir a porta e trazê-lo para dentro do meu lar. Compartilhei casa, comida, cama e vida, crente de que o nosso encontro tinha um propósito. Com o tempo, refeito e dono de si e de mim, foi exercendo dissimuladamente o seu domínio. Quando me vi, já estava satisfazendo os seus caprichos. O seu latir era enfático, impondo-me vontades animalescas. Depois de sua presença em minha vida, atrai a indiferença de alguns, a ira de outros. Fiquei condicionado a encargos exercidos em horários de acordo com o seu bel-prazer. Alienado da minha própria realidade, era todo dedicação a ele. Perdendo a noção total da relação entre senhor e escravo, pois já não discernia quem era quem. A convivência com esse ser iluminado me deixou ofuscado, como cego que fui, diante de seu olhar visionário. Então, exausto da repentina decadência, uma vez que, como F
Que a solidão seja um encontro consigo mesmo para renovar a força interior, e, nunca, a medida exata do quanto estamos sós!