A velha imprensa, pretensa testemunha
ocular (imparcial) dos fatos, hoje midiático império formador de opinião,
faz-nos ver deidades no caos projetado de acordo com os seus interesses. Em um crível
exercício de altruísmo, contagiante e comovente, faz-se célere em revelar e
apontar os destruidores da pátria, bem como em criar, anunciar e exaltar os que
a salvarão.
A passear pela cidade, ato corriqueiro de
seus representantes, contagia os transeuntes com suas reflexões truncadas
acerca do que viu e ouviu pelas veredas do poder central. Personificando e
particularizando as atitudes generalizadas dos nossos honrados políticos, em
seres palpáveis, dando-lhes os nomes de alguns de seus desafetos, lançando-os,
assim, à arena da opinião pública. Esta, já adestrada de acordo com a Lei da
Conveniência vigente, cujo objetivo programado é a total execração daqueles pela
massa.
Dependente ou independente dos subsídios
governamentais, o intuito é criar situações nas quais a preservação de seus
interesses seja primordial. Nas duas circunstâncias, é sempre a favor, seja de
quem está no poder, seja daqueles que o almejam. Nesse movimento dúbio, a
secular manutenção da ignorância popular é fundamental.
Como um velho açougueiro, que por tempo de
serviço se transformou em um grande churrasqueiro, vendo o boi por completo (o
fato), decide fazer o recorte que melhor lhe convém. Depois de retalhar
e separar o fato por partes, a mídia vende o rejeito como filé mignon para
encher a mente vazia da massa enquanto omite a verdade que alimenta o
discernimento do povo. Já que este, depois da barriga cheia, já nem se lembra
de a quem questionar e sobre o quê.
Enquanto uma boa parte do povaréu se sentir satisfeita com o assistencialismo, premeditado e proposital, disfarçado de reconhecimento pessoal pelos serviços prestados à autoridade eleita, a coletividade será massacrada. Assim, segue a massa, manobrada de acordo com os interesses econômicos de 0,7% da população mundial, certa de que esta mudará, por si só e vontade própria, a realidade que lhe fora imposta há séculos.
Criado em: 14/01/2021 Autor:
Flavyann Di Flaff
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