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Mostrando postagens de janeiro, 2022

EDUCAÇÃO BRASILEIRA: Um passo para frente e três para trás

 

ANÁLISE EM PROSA

  Objeto de estudo: O texto A rua do Amor , de Mirian Neves. A RUA DO AMOR A rua do Amor pode ser a rua ao lado, a rua de trás, a rua da frente... Porém, se não acredita em sua existência, não a procure mais, pois não nos convém procurar algo em que não acreditamos. A rua do Amor não tem endereço fixo, ela começa na calçada onde você brincou sua infância. Aí, atravessa a avenida da juventude, dobra a esquina da solidão e pernoita no jardim do encontro. Floresce a árvore da vida, produz sombra para nossa velhice, conforta e abriga o nosso coração machucado de tanto abandono. A rua do Amor pode ser qualquer uma, não importa a localidade, não importa se é pavimentada, se tem estrutura para receber pessoas ilustres, ela só precisa existir dentro de nossas almas, dentro de nosso desejo de encontrar com a felicidade. Mirian Neves, in Facebook , 2022.   UMA BREVE E DESPRETENSIOSA ANÁLISE DO TEXTO: O eu lírico não titubeia e já diz o que pensa acerca do sentimento em questão

A ESPECIFICIDADE DO AMOR

No decorrer da vida, já transei muitas pessoas. Com algumas, foi erotismo puro; com outras, pornografia abjeta. Apelidava essas relações de amor, para que não chocasse e fosse aceita pela sociedade na qual me insiro. Assim, desvirtuou-se o amor, que tantos vultos e gerações lutaram para torná-lo excepcional. Transando, satisfiz o desejo que, naquelas ocasiões, consumia-me e me impelia para a satisfação irremediável. Depois de satisfeito, o descarte era feito. Com alguns, era de forma definitiva; com outros, intermitente. Depois de apagado, para acender o fogo, tinha-se que refazer todo o ritual. Gozando, fui gozado geral. Passados alguns anos, revi alguns conceitos. Quando pensei ludibriar a outros, enganava a mim mesmo. Então, descobrir que nunca amei, pelo menos, como sempre preguei. O Amor, por ser universal, não é satisfação instantânea, intermitência de empatia. Amor é regularidade, mesmo na ausência, na distância imprevista, na contemplação rara, nos silêncios do encontro,

EDIFÍCIO VIVER

Eu que sempre vivi no térreo, um dia, desejei chegar à cobertura. A distância entre o desejar e o realizar era absurda, o suficiente para exercer pressão sobre o pescoço e a visão. Não seria fácil, foi degrau a degrau, muito suor, resiliência e dedicação. Lá, finalmente, cheguei! Logrando as tempestades, êxito logrei. Estando no topo do mundo, a vertigem me sacudiu e, do nada, uma miríade surgiu. Como Lúcifer, sempre ao meu lado estava, numa obsessão total. Mas, envolto em minha grandeza, diferente Daquele, eu de nada sabia. Sem clareza, eu não percebia que se vislumbrava uma inveja no horizonte do meu status . Mal sabia que ela provinha daquela que se escondia sob a face de uma devoção exclusiva. Então, só me dei conta, quando no fosso fui jogado; do topo ao chão, rápido foi o fracasso. Da miríade, no celular, nenhum recado. Só o silêncio indiferente que vem logo após o barulho da queda do derrotado.   Criado em: 15/01/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

AFASTAMENTO

  O dia acordou, mas o sol permaneceu na cama, parecia triste por algum motivo. As aves, todas quietas, nas árvores; sem os costumeiros transeuntes, as ruas emudeciam e, assim, a vida parecia em suspenso. O tempo não andava, com isso, uma impotência, diante dos acontecimentos, imperava. Todos pareciam demonstrar insatisfação com algo que não era costumeiro, por isso inquietava-os. Diante dessa ausência de todos, a sua incomoda muito mais.   Criado em: 13/01/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

DOS TEUS PLANOS

  Das tuas intenções, bem sabe o teu pensamento! Aos outros, as tuas palavras negarão sempre aquelas, para que não se assustem ou façam algum juízo. Uma vez que tais coisas só serão permitidas, depois que realizares o que bem planejaste.   Criado em: 05/01/2014 Autor: Flavyann Di Flaff

NAS ÁGUAS DA IMAGINAÇÃO

  Peguei um velho calendário na gaveta guardado, o relógio de parede quebrado e a concha marinha que enfeitava a sala de estar. Corri para o quarto, encantado, na certeza de em uma outra realidade me reencontrar. Logo, rabisquei, a partir do calendário, dia, mês e ano em graus, formando uma escala média no papel em branco; com os ponteiros indiquei o norte, e embalado pelos contínuos chamamentos do mar, embarquei na viagem mais improvável que já imaginei. Bons ventos sopraram e transpus a extensa fronteira do hoje até me vê no vasto mar do ontem. Reconhecendo a velha rota, fui em busca do que ficou perdido. Enfrentei algumas tormentas, mas ciente da vitória, uma vez que fizeram parte da minha história, segui firme a fim de refazer o que parecia certo, tendo o tempo me mostrado o contrário. Então, o mar se fez calmo, e como um estalo, retornei revigorado. Criado em: 03/05/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

JORNADA NO AQUERONTE

Foi nos bares da vida, sala de estar do caos, que conheceu os falsos amigos e as damas materialistas da sedução.   Naqueles, curtiu as festas oníricas, que o levavam ao falso Nirvana, regadas por fluídos dionisíacos até inspirar traços brancos e inodoros, que produziam o abstracionismo de si.   Na piscina do caos, mergulhava, e ao abrir os olhos, uma cortina transparente lhe mostrava uma imensidão de prazeres.   Da luz, deu-se um estalo! Daquelas festas se apartou, os amigos de farra da sua aba tirou; da necrofilia criou aversão, quando desprezou o colo das damas materialistas da sedução.   Agora sóbrio, encarando a realidade da existência. Viu que, sem controle, foi barco de Caronte vagando pelo rio da dor.   Criado em: 03/01/2022 Autor: Flavyann Di Flaff