Peguei um velho calendário na gaveta
guardado, o relógio de parede quebrado e a concha marinha que enfeitava a sala
de estar. Corri para o quarto, encantado, na certeza de em uma outra realidade
me reencontrar. Logo, rabisquei, a partir do calendário, dia, mês e ano em
graus, formando uma escala média no papel em branco; com os ponteiros indiquei
o norte, e embalado pelos contínuos chamamentos do mar, embarquei na viagem
mais improvável que já imaginei.
Bons ventos sopraram e transpus a extensa fronteira do hoje até me vê no vasto mar do ontem. Reconhecendo a velha rota, fui em busca do que ficou perdido. Enfrentei algumas tormentas, mas ciente da vitória, uma vez que fizeram parte da minha história, segui firme a fim de refazer o que parecia certo, tendo o tempo me mostrado o contrário. Então, o mar se fez calmo, e como um estalo, retornei revigorado.
Criado em:
03/05/2021 Autor: Flavyann Di Flaff
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