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Mostrando postagens de agosto, 2020

INSONE

           Os cães a latir como uma torneira que, fora do tom, carece de um concerto para deixar de semitonar suas gotas em dó maior e não mais ferir os ouvidos em absoluto descansar. A noite em claro é dádiva às pessoas sensíveis de coração, proporcionada pelo grasnar histérico da violência urbana. Quem não adere à atômica excitação dos prazeres modernos, chora lágrimas de sangue. Sucumbindo, dia a dia, impotente diante da avassaladora sedução tecnológica. Canto irreal de sereia a manipular as mentes medíocres dos fortes de instinto. Segue a noite em longa e acústica apresentação, sussurros de tique-taques ribombam pelo ambiente como um metrónomo a marcar o ritmo de tal espetáculo. Sou espectador assíduo desse catártico show, não por vontade, mas, como já dito, por livre e espontânea pressão alheia. Esse será o meu carma até que os ares urbanos deixem de ser o ar que respiro. Criado em: 31/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

VOLTANDO À VIDA

    O burburinho da cidade, com o tempo, cresceu de uma tal forma, que se tornou vozes de feras irracionais. Assustei-me com o não dormir e o acordar sob o constante rugir animalesco. Acossado me senti, a ansiedade − alcoviteira do porvir – me assolou ferozmente, a ponto de me fazer impotente diante do assédio psicopatológico da civilização. Sem eira nem beira, desesperado, fugi com uma pequena trouxa e a roupa do corpo para bem longe daquele antro civilizatório. Pretendia, com essa fuga precipitada, reaver a sanidade que a cidade usurpava de mim. Sem lenço e documento, vaguei por rincões nunca dantes percorridos por mim, até me deparar com uma tapera. Bati palmas, chamei por alguém, sem obter nenhuma resposta. Cansado como estava, empurrei a porta que parecia estar só encostada. Realmente, não tinha ninguém, constatei ao ver o ambiente vazio e com um aspecto de abandono. Apressei-me em limpar uma pequena parte do recinto para descansar o meu corpo moído e assim que a limpei, deitei e

ZOOMORFIZAÇÃO

O que chamávamos de conversa, hoje, são relinchos de palavras inaudíveis. Os sorrisos foram transformados em ululantes gritos. Os afagos em explícitas patadas irracionais. A sedução em assédios animalescos de famintos predadores. O caminhar em um arrastar de cascos. A elocução em urros irritantes. O amor em atos de inescrupulosa reprodução. O companheirismo em parasitismo social. Ah, quanta coisa mudou neste mundo de gente humanizada! O que era racional, fez-se irracional por simbiose, enquanto o   irracional foi elevado à esfera da humanidade. Assim caminha a desumanização!   Criado em: 29/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

AOS OLHOS DO E-MUNDO

               As palavras não são como falsos confidentes que, ao ouvirem os íntimos e alheios segredos, saem a jogá-los ao vento a fim de os expor ao universo. Quebrando um implícito acordo de confidencialidade. Não! As palavras não seguem esse espúrio proceder! Elas agem em comum acordo com aquele que as escrever ou pronunciar, sem jamais ferir a ética que rege essa comunhão, a não ser que lhe seja dada a devida permissão. Sem esta, a palavra permanece sem voz clara, sem a força devida, sem a visão acurada, sem face precisa, tudo isso sob os setes véus da confiança. Palavras que desnudam o ser, simplesmente, para expor suas patologias sociais a fim de atrair curas milagrosas para elas, ecoam e ecoam pelos quatro cantos do E-mundo, caindo no simplificado ato de preencher alguma fenda ou buraco natural, em um entra e sai finito. Infelizmente, é isso que atrai a curiosidade e o interesse daqueles pseudoaltruístas, pessoas ávidas por opinar e cuidar do jardim alheio, enquanto os deles

EPOPEIA EXISTENCIAL

Cada vez mais fragilizado de si, um Don Quixote sem sonhos, inventou marés de amores ondulantes que iam e vinham sem nada deixarem, a não ser resíduos de alheias paixões! A vida o encurralava no meio fio das sarjetas por onde corria a insegurança como poemas inacabados, formando monturos em suas brancas cobertas – areias movediças de incertezas. Caixeiro-viajante do tempo, suspirou nostálgico, engolindo em seco as lembranças da vida dupla, tripla e as tantas outras mais que já teve, as quais hoje o modismo trata como “fake”, “artificiais”. Sentiu o baque ao debruçar o olhar no espelho, numa vã esperança de apagar as marcas do tempo já vivido. Sobre a cama perfeita e arrumada para a autoestima em acelerada decadência, descobriu que esta carência é o desespero do seu eu ao se ver afogando nas águas do amor-próprio. O ego fez morada na escuridão de seu coração vazio, em razão daquela única desilusão que o arrasta pelas tabernas e leitos, herdando apenas o brilho da chama dos desejos v

PRISÃO MENTAL

                  Nasceu sem penas, época em que foi mais livre e feliz! Quando os primeiros penachos começaram a surgir, já entendia muito do mundo. Nesse momento, os olhos, gestos, cuidados, todos eles já começaram a mudar. Deixaram de ser para ele e foram para outras coisas. As penas surgiram com seus encantos e seduções, insinuando liberdades infindas em pretensas asas audazes. No início, não se deixou convencer, permaneceu com os pés no chão e os olhos ao derredor. O tempo passou, as penas agora mais duras, cada vez mais investindo sobre a sua frágil segurança. Relutou, hesitou, até que não mais aguentou e cedeu de vez aos impositivos apelos de uma ideia de liberdade. Esta, por permanecer uma eterna prometida, transformou-se em grilhões que o aprisionou por longos anos. Tempo em que se lembrou de quando era realmente livre, longe de concepções e convenções. Foi então que percebeu o erro cometido, pois quando duvidou de sua liberdade e foi atrás de uma concepção libertária a perdeu

RETALHOS DE UM TEMPO IDO

Ontem, parece-me tão distante! Mas fica logo ali, bem na esquina de um tempo pretérito. Época de vivências marcantes, inesquecíveis!   Ontem, um lugar que não poderei visitar mais fisicamente. Porém, poderei ir, de forma esporádica, em pensamento, rebuscar, por entre as lembranças, algo em específico.   Ontem, quando ainda era uma criança na arte do amor, encontrei alguém que mexeu comigo. Fez-me um espectador que, diante de uma obra exuberante, tomado pela catarse do momento, boquiaberto fica, sem nenhuma palavra pronunciar. Só o olhar estático a expressar o incontido sentimento.   Ontem, assim fiquei diante de sua formosa figura. Você, reconhecendo o meu estado, deu um inusitado sorriso. Senti-me o mais sortudo dos meninos!   Ontem, foi nesse tempo que fui buscar essas lembranças, recordações do nosso quase romance. Naquele instante, juntos o começamos, eu e você, no entanto sem razão o esquecemos, seguindo rumos distintos.   Hoje, sou retalhos do que outrora vivi! Tentando, em vão,

AUTOENGANO HUMANITÁRIO

De tudo a Humanidade conhece! Por de tudo saber, tudo pratica. Da Maldade ciente, usa-se como cobaia, deleitando-se com dores, grunhidos e soluços infernais. Da Falsidade conhecedora, dissimula, para si mesma, verdades incríveis, como se tudo o que foi dito, vivesse e sentisse. Da Guerra, exímia promotora, rege artefatos sônicos numa sinfonia de lamentos descompassados. Dos Alimentos, manipuladora de genes, abarrota os silos até tudo apodrecer, sem a sua fome saciar. Das Doenças, estudiosa das curas, fabrica novas para higienizar o mundo! Em seguida, fatura com vacinas, vendidas aos que restaram. A Humanidade conhece a si, por isso, consome-se, vivendo do autoengano. Assim sempre viveu e viverá!   Criado em: 20/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

CONTEMPLAÇÃO REFLEXIVA

    Sentado em frente ao mar observava impassível o transcorrer da tempestade. Quem passava não entendia e o questionava, perguntando: − Por que você apenas observa? Ele, sem alterar o seu semblante, respondia: − A tempestade é do mar, não é minha, não a criei! Todos partiam, sem nada entender! Somente ele e, principalmente, o mar sabiam do que se tratava. O tempo passava quase imperceptível para eles, mas, no seu íntimo, o homem sabia que perdia bem mais que o tempo, pois, naquela altura da vida, a solidão doía mais. Já o mar simulava uma aflição interior, todavia, lá dentro, só imperava confusão de sentimentos, já que, por fora, parecia brincar com aqueles longos momentos de contato contemplativo. Assim, a vida seguia sem rumo certo, amarrada ao que já não era. Criado em: 20/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

POSSESSÃO

                                 Lá, sob a penumbra de pensamentos ásperos, ela me observa. Não a vejo, mas o seu olhar pesa-me nos sentidos. Sinto-me incomodado com essa onipresença em todos os recantos da casa. A atmosfera pesa no recinto, o meu ser, quando respira, mais parece um sistema pneumático com ares de enfado. Aboleto-me no quarto, caí no antro da fera que me espreitava. Agora, tornei-me presa fácil! Deitado em posição fetal, tento, em vão, proteger-me. A ela súcubo, pereço sob os seus mórbidos toques e à sua sedutora beleza. Logo se apodera de mim e, num átimo, consome parte da minha energia vital até ao ponto da exaustão. Desfalecido, não a vejo partir. Findo o abatimento e o sonho, ela parece não sair da minha mente. Paixão demoníaca por essa bonita, sedutora e perfumada mulher que vagueia no deserto de minha carência. Não sei o que é mais mortal, se a espera por um novo encontro ou ela revelar a sua verdadeira forma e me devorar neste. Agora, é aguardar para ver! Cri

SILENCIOSO FALANTE

                        Quando cala, tudo nele fica à espreita daquilo que não é seu, pois é alheio à sua vontade, aos seus sentimentos e à incerteza de lhe fazer bem. Tudo é curiosamente suspeito! No silêncio, a observação atenta é a expressão do que quer falar, mas se cala. Como se colhesse subsídios para embasar as palavras, que podem ser ditas, a qualquer momento, em frases ou sons coerentes e coesos totalmente compreensíveis a qualquer ser vivente. Criado em: 15/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

ALEGORIA DA ALMA FEMININA

              Dentre os passantes, aquela mítica mulher escolhia o seu preterido e perguntava, como no "enigma da esfinge", decifra-me ou não me devoras: Que criatura é feita redonda pela manhã, embalada em um quadrado à tarde, e devorada em triângulos à noite ? O incrédulo escolhido por nada saber responder, logo era descartado. Muitos tentavam, mas sem obterem sucesso, partiam decepcionados. Um sábio, que por tantas coisas estranhas ver, tinha a vista desgastada pelo tempo, disse que se prestassem atenção às suas palavras, talvez conseguissem desvendar aquele mistério. Então, assim os orientou: − Quando encontrares uma mulher, não te enganes com a sua aparência, uma vez que a sua essência em nada se reflete nela. Portanto, para que consigas acessar esta, ignores aquela, só assim, conseguirás conquistá-la. Um, entre muitos dos que o ouviram com atenção, partiu certo de que a subjugaria, saciando-a e, depois do mútuo deleite, a teria a seu lado. Criado em: 14/08/20

INVÓLUCRO TOUCH SCREEN

                A tecnologia, para alguns, toca a profundidade do nosso ser, transmudando-o. Mas lhes digo, que ela não chega nem a roçar a superfície dos nossos frágeis corpos. Não por sua impotência diante de seu criador, já que o superou desde que se meteu entre a gente. A tecnologia, com os seus diversos e distintos aparatos móveis, não acessa o nosso íntimo, simplesmente, porque o que somos, nessa hiper-realidade pós-moderna, consiste em um monte de simulacros que criamos ao longo de nossas vidas, para interagirmos com o outro. Em resumo, tudo o que somos é casca, capa que encobre nossos medos, preconceitos, desejos e tudo o mais que chocaria a muitos ao derredor. Esse apetrecho patológico converte, exteriormente, o que de fato somos para o que aparentamos ser. Por isso, somos acessados pela tecnologia assim que a utilizamos, ela nos seduz com a promessa de ampliar o limite do que aparentamos ser e mal se apresenta, já a cumpre de forma ilimitada, tornando-nos seus fiéis cegos seg

TRIBUTO AOS HERÓIS ETERNOS

          Quando criança, eu não tinha herói Marvel ou DC comics de estimação. Isso porque não havia necessidade de os ter, uma vez que, desde o meu nascimento, dois super heróis se fizeram presenças marcantes no decorrer do meu viver. Foram eles que me proporcionaram a vivência da infância em toda a plenitude. Fazendo com que eu tivesse, como única preocupação, ser criança. Para isso, meus super heróis protegeram os meus olhos de brigas que nada resolvem, só pioram o ambiente de convivência. Protegeram também os meus sensíveis ouvidos de alaridos que nada expressam, a não ser a fala impensada e impulsiva de revoltas momentâneas, e o meu frágil corpo de desabafos físicos, que não me diziam respeito. Assim, preservaram-me daquilo que é nocivo ao ambiente de uma infância saudável. Meus super heróis não usavam bordões, na verdade, eram de poucas palavras, mas de silêncios profundos e significativos. Eram mais de fazer do que de falar. A casa sempre limpa e arrumada, os quartos prontos

CINDERELA

Dominas a linguagem da mais ácida lascívia! Nela, escorrem os mais alucinógenos fluidos, frementes línguas buliçosas eriçam pele e pelos corpos ardentes e sedentos de desejos indecentes. Ousadia presente de A a Z, sempre impulsiva, gulosa, mordaz! Mas se te faltarem as mágicas palavras, o que farás? Fragilmente, cobrir-te-ás, de novo, de acordo com as tradições que os antigos estabeleceram por convenção. Então, seguirás mostrando, para todos, a Amélia que sempre foste: uma mulher recatada, casadoira e do lar.   Criado em: 08/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

ORFÃO

                Seus pais eram de poucas falas e de silêncios profundos e significativos, demonstravam mais pelo agir do que pelas palavras. Quanto mais desinteressados demonstravam estar, mais atentos estavam. A casa limpa e arrumada, os quartos prontos, a provisão constante, a comida feita na hora, o sermão providente, tudo isso eram alegorias de um amor incondicional. Hoje, tem plena certeza disso! Na ausência dos dois, vê quão presentes eles foram em sua vida. Agora, a saudade lhe é a amiga que, através das lembranças revistas, afaga a ferida deixada pela perda de ambos. Assim, a sua vida segue, pois o mundo não para, puxa-o pelo braço tal qual pais desalmados, a fim de usá-lo para conseguir, nas insalubres ruas do existir, o sustento de cada dia. Criado em: 08/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

SOBRE A HUMANIDADE ATUAL

Essa nossa Humanidade, mais parece uma enorme lata de lixo, na qual, para podermos encontrar algo que ainda valha a pena ser aproveitado, devemos procurar muito e com extremo cuidado.   Criado em: 21/01/2004 Autor: Flavyann Di Flaff

ESTÓRIA CONCISA DE UM POVO

            Nas colunas imponentes do templo da quarta ordem, rabiscam mimimis de criaturas classudas criadas a pão de ló que, magoados por injustas causas, massacram seus indiferentes criadores; formando um exército de perturbadores capazes de soerguer um monumento temporário aos seus propósitos mais insanos. A outra parte da plebe que murmure, chore e esperneie em um teatro de remakes de cenas históricas muito conhecidas por sinal, no entanto lembradas minuciosamente por poucos. Esses, conscientes observadores da distopia instalada em um mundo cada vez mais efêmero aos nossos olhos nus, totalmente despidos de uma visão esclarecedora de fatos e fakes – o trigo e o joio da pós-modernidade. Olhos seduzidos por estímulos incessantes de uma luz que a tudo nos revela, mas que, de nada, torna-nos conhecedores. Para os conscientes, ao olharem para trás, a fim de entenderem o presente, o risco de virarem figuras sempre lembradas, porém nunca o de serem seguidas, esse é um projeto real na paut

AFONIA RECONFORTADORA

    Desse mundo imerso em uma eterna embriaguez alucinógena, quero o silêncio de suas bocas. Das cidades urbanizadas, quero o silêncio dos seus habitantes mecanizados. Dos vizinhos em eterna excitação sonora, quero o silêncio acolhedor. De você, quero a companhia silenciosa que compreende e conforta a minha alma ferida, na qual o falar mudo do seu olhar me diz tudo que necessito nesse momento. Depois desse diálogo áfono, deitar na cama do seu abraço e descansar o corpo e a mente cansados da opressão da realidade universal. Criado em: 07/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

BICHOS ESCROTOS

Hienas psicodélicas amplificadas tomam conta das praias urbanizadas, por entre as figuras humanizadas, espalhando o terror.   O mar envergonhado, silenciou! As ondas, que fremente se exibiam, indo e vindo, inibiram-se.   A brisa que se deliciava com o cheiro viril do mar, apressou-se em vagar. Deixando-me no calor da súbita invasão.   Representações zoomórficas, que, há muito, perderam a razão! Ululam descaradamente a ignorância genética diante da sabedoria atemporal da vida, não das suas – loucura frenética.   Criaturas alienadas e escravizadas pela psicologia tecnológica moderna. Sutil dominação de mentes atrofiadas, moldadas pelo consumo desenfreado do ter para ser um castrado de si.   Aberrações frankensteinianas, colchas de retalhos de toda sorte de maldades! Sucumbam diante da mais pura verdade, esta que aqui lhes falo onomatopeicamente (como uma risada entre dentes): Jamais voltarão a ser criaturas humanas!   Criado em: 06/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

OBJETIFICAÇÃO DOS AFETOS

Um dia, pensou ser o senhor de tudo! Distribuía sorrisos, palavras ternas, ações e gestos de amizade, como quem distribuía presentes interesseiros. Assim levou a vida, dando valores e recebendo cortesias, porém nisso não reparava, uma vez que o que importava e tinha valor era o que partilhava. Mal sabia, que ao se abster de doar afeto, a conta das coisas que dava só aumentaria, tornando-se impagável monetariamente, e o pior é que só receberia arremedos de sentimentos humanos. Porquanto o que é humanamente original, não se compra, conquista-se com a legítima reciprocidade, ou seja, a interação com a família, os filhos, amigos e com as pessoas que nos cercam, deve ser algo verdadeiro e prioritário.  Criado em:  05/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

PALAVRAS AO VENTO II

O mundo gira conforme a lógica da Economia. As sociedades são constantemente divididas em nichos de consumo, seguindo a lógica de reformulação do mercado. As relações não são geradas e alimentadas pela afetividade, mas pelos bens de consumo, é a objetificação dos afetos. O cuidado a respeito da saúde, educação e segurança, também segue a fria lógica econômica, já que nada é feito sem que haja uma determinação do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e do Banco Mundial, os quais se impõem subliminarmente em cláusulas contratuais de empréstimos. Estes governam acima dos governos do mundo, citando suas regras e tentado criar uma Nova Ordem Mundial de união e escravismo religioso, conspirando por um governo cuja estrutura política e econômica seja integrada. Portanto, diante do exposto, vemos que há tempos vivemos a objetificação irrestrita da vida em todos os sentidos. Muitas vezes, não cremos nisso, porque o consumo indis

PALAVRAS AO VENTO

No meio midiático, o recurso da metalinguagem é muito utilizado para a autopromoção social. Principalmente, por parte de pessoas que atuam em instituições que não possuem uma boa imagem perante a sociedade. Garantindo, com isso, uma fácil e grande aceitação popular de suas questiona(veis)doras palavras. Criado em: 01/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

DEGENERANDO

           E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.            E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gênesis 1:26,27         O homem logo que se entendeu por gente, assim que conheceu, aprendeu e dominou o poder da linguagem, tratou de maquinar um jeito de assumir o poder de tudo. Pensou, pensou e parafraseando o Criador, assim proferiu:        − Façamos um deus à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e que nos faça dominar sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra, como também, sobre todos os homens de boa vontade.         E criou o homem um deus à sua imagem; à imagem de homem o criou; pai e filho os criou.        A partir de então, muitos foram alienados e subju

PROSA REVELADORA

Como bem um amigo parafraseou Vinicius: Paixão... Paixão? Melhor não tê-la! Mas se não a temos, como sabê-la? Assim, confidencio a ti, o que sente o meu apaixonado coração. Quando olha para ti, pensativo, diz: − Tudo ali é feitiço! Nos interstícios do teu corpo, vê todo o perigo que corre. Vê nos teus cachos, fios que o entrelaçam numa trama fatal! No teu sorriso, o encanto sedutor. Na menina dos teus olhos, o feitiço do amor. Nos teus braços, o laço afável. No teu colo, o abrigo caloroso. Enfim, todo o estertor que ele queria experienciar. Criado em: 01/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff