Os cães a latir como uma torneira que, fora do tom, carece de um concerto para deixar de semitonar suas gotas em dó maior e não mais ferir os ouvidos em absoluto descansar. A noite em claro é dádiva às pessoas sensíveis de coração, proporcionada pelo grasnar histérico da violência urbana. Quem não adere à atômica excitação dos prazeres modernos, chora lágrimas de sangue. Sucumbindo, dia a dia, impotente diante da avassaladora sedução tecnológica. Canto irreal de sereia a manipular as mentes medíocres dos fortes de instinto. Segue a noite em longa e acústica apresentação, sussurros de tique-taques ribombam pelo ambiente como um metrónomo a marcar o ritmo de tal espetáculo. Sou espectador assíduo desse catártico show, não por vontade, mas, como já dito, por livre e espontânea pressão alheia. Esse será o meu carma até que os ares urbanos deixem de ser o ar que respiro. Criado em: 31/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff
Que a solidão seja um encontro consigo mesmo para renovar a força interior, e, nunca, a medida exata do quanto estamos sós!