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ALEGORIA DA ALMA FEMININA

             

Dentre os passantes, aquela mítica mulher escolhia o seu preterido e perguntava, como no "enigma da esfinge", decifra-me ou não me devoras: Que criatura é feita redonda pela manhã, embalada em um quadrado à tarde, e devorada em triângulos à noite? O incrédulo escolhido por nada saber responder, logo era descartado. Muitos tentavam, mas sem obterem sucesso, partiam decepcionados.

Um sábio, que por tantas coisas estranhas ver, tinha a vista desgastada pelo tempo, disse que se prestassem atenção às suas palavras, talvez conseguissem desvendar aquele mistério. Então, assim os orientou:

− Quando encontrares uma mulher, não te enganes com a sua aparência, uma vez que a sua essência em nada se reflete nela. Portanto, para que consigas acessar esta, ignores aquela, só assim, conseguirás conquistá-la.

Um, entre muitos dos que o ouviram com atenção, partiu certo de que a subjugaria, saciando-a e, depois do mútuo deleite, a teria a seu lado.

Criado em: 14/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff


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