Voltei ao rio da minha infância! As águas continuam frescas e límpidas. A vegetação ao derredor permanece exuberante. Empolgado pela nostalgia, mergulhei nas lembranças. Foi um choque de realidade! A verdade é que não me encharquei de sensações vividas, tudo ali era fria indiferença, uma colossal distância temporal. Dessa forma, tomei consciência do que acontecia, o ambiente em que eu estava era o mesmo de outrora, mas o rio em que me banhei, já não mais existia. E como Heráclito dizia: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”. Foi então que me dei conta de que não se tratava do rio e suas águas, Mas do tempo que não volta mais e do nosso ser, que é permissível às mudanças. Criado em : 28/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff
Que a solidão seja um encontro consigo mesmo para renovar a força interior, e, nunca, a medida exata do quanto estamos sós!