Descobri, tardiamente, que os olhos se
apegam ao comodismo da aparência – imagem pálida e estática do que somos. No dia a dia das relações, esse é o grande mal que a tudo consome.
As retinas, cansadas da presença do outro,
cegam e não percebem as nuances diárias da essência alheia. Fazem pensar que
tudo é repetição, monotonia, tédio. Porém, uma ebulição ocorre a cada passar do
tempo, clamando por uma atenção que se faz inerte, pois parece não vir nunca.
Infelizmente, equívocos acontecem, e a realidade a dois, vista assim, a olho nu, torna-se repetitiva, padronizando o que é novo a cada dia que passa. Então, envelhecem os olhos, e a poeira do tempo traz a opacidade ao espelho da alma, fazendo com que os envolvidos percam a capacidade de refletir o outro, gerando desgastes e, por fim, a separação.
Criado
em:
08/11/2023 Autor: Flavyann Di Flaff
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