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Mostrando postagens de dezembro, 2014

SILENCIANDO-ME

Nestes últimos dias do ano, visitou-me um misto de angústia e aflição! Foram dias confusos, com pensamentos idem. Mas, diante do inesperado, só me resta o sentimento de impotência. Portanto, aquietar-me-ei, aguardando o passar do tempo, torcendo para que as coisas conspirem positivamente. Silenciar-me-ei, abafando o que grita em meu peito! Nada mais revelarei, mesmo que a vontade de gritar aos quatro cantos do mundo me consuma. Mesmo que no pensamento a presença do que é ausente permaneça viva e contínua, não permitindo que me aquiete. Enfim, mesmo que tudo em mim diga o que agora me esforço em conter! Ao calar, consinto que as coisas fluam naturalmente, sem a intervenção indesejada e inconveniente do desespero ou da apelação. Portanto, que seja o que for para ser! Criado em:  30/12/2014  Autor:  Flavyann Di Flaff

SONHADOR

Queima a chama lentamente, à revelia, o corpo chagado pela saudade. Fazendo crepitar murmúrios de sentimentos contidos, que não se tinha ciência do tamanho e força. Mas que, agora, expõem-se sem pudor, sob os auspícios do ardor presente. Apesar da incerteza de uma concretização, segue a devanear o corpo condenado, sem direito a habeas corpus, preso continuará ao etéreo sentimento, que uma sirena provocou. Angústia de náufrago que na iminência de perecer no imenso mar da paixão agarra-se a mais ínfima chance de salvação, assim agiu, sem pensar nas consequências vindouras. Hoje sofre com os golpes da impotência, já não sabe o que fazer com os pensamentos diários, que o tomam e o fazem delirar com a cumplicidade e a reciprocidade nos sentimentos. Nestes instantes, não consegue discernir o irreal do real, entregando-se a tais devaneios. Quiçá, chegue o dia em que tudo tenha um desfecho, antes que se consumam corpo e espírito desse sonhador. Criado em: 10/12/2014 Autor: Flavyann Di

PORTO SEGURO ESPERANÇA

Nestes dias, quando a saudade bate, me pego sentado à beira do velho cais. Fitando além do Atlântico, como se assim conseguisse rever a quem se foi. Mero recurso de quem ficou e ainda espera revê-la, um dia. O cheiro do mar me embriaga e eu, tonto, viajo nas lembranças de nossa convivência – mar tempestuoso. Mas para quem sempre viveu de calmarias, aquela acendeu o espírito audacioso que pensava não ter. Como também, fez aflorar um lado que pouco ou quase não exercia. Tudo isso, em uma experiência de vida edificante, que deixou marcado o meu ser. Logo a maresia me fez voltar ao velho cais. Tenho esperança de que, um dia, ainda voltarei a esse porto, não mais para relembrar, porém, para recebê-la de regresso. Então, eu, seguro de tudo e de mim, não hesitarei em oferecer minha humilde residência, como porto seguro para uma nova vida. Criado em: 20/12/2014 Autor: Flavyann Di Flaff

DAR UM TEMPO

No início, nada tínhamos em comum. Falar a verdade, nenhuma convivência existia entre nós. Éramos dois estranhos a vagar pela estrada da vida, quando quis o destino que nos encontrássemos em uma dessas esquinas do caminho. Desde então, algo bom e quase indissolúvel começou a nos habitar. À medida em que o tempo passava, ficávamos cada vez mais conhecedores um do outro, a ponto de nos tornamos namorados. A partir daí, quantos momentos bons tivemos. Claro que ocorriam tempos de instabilidade na relação, porém isso é coisa comum entre casais. Em seguida, já relaxados, tudo voltava à doce rotina de apaixonados. Só que, um dia, chegaste com um ar diferente, logo pressenti que algo ruim aconteceria. Mais adiante, tive a certeza! Sem muitos rodeios e sem hesitar, disseste-me que pretendias “dar um tempo”, discordei, relutei, mas, mesmo inconformado, tive que aceitar. Diante da tua impassibilidade, percebi que chegara o fim do que juntos construímos. Ele veio assim, sem avisar, sem dar sin

EM MEUS PENSAMENTOS

Via-te todo dia a vagar lindamente em meus pensamentos, mas não tinha a devida noção de onde te encontrar. Este desejo era o que me consumia! Pois te queria ao meu lado todos os dias, palpável, ao alcance dos meus sentidos. Então, certo dia, movido por um insano desejo, peguei a palavra mais cortante e desferi um violento golpe contra o peito! Em cada centímetro do coração exposto, minuciosamente, procurei por ti, tudo em vão, já que nele não estavas. Não me fiz de rogado, e com palavras de refrigério, costurei, refazendo o peito. Enquanto me recuperava, segui te vendo graciosa em meus pensamentos. Criado em:  16/12/2014  Autor:  Flavyann Di Flaff

VENCENDO O DESERTO

No deserto anda o corpo cansado, ferido de todas as maneiras humanas. Os olhos insinuam lágrimas, que logo se dissipam sobre a pele ressecada pelo fogo das tribulações. Gemem os ossos, todos carcomidos pelas dores psicossomáticas. Naquele lugar, o tempo também passa, mas de uma maneira bem peculiar, como se não tivesse a mínima pressa em passar. Por onde a vista alcança, só secura e aspereza, nada que mude a paisagem. À noite, o frio cumpre o seu dever de manter, ativo e constante, o sofrimento. Apesar dele, não dá para permanecer em eterno lamento, porque a dor se alimenta dos murmúrios. Resta-nos prosseguir, mesmo que, muitas vezes, a vista cansada nos engane, levando-nos a pensar que estamos saindo, quando, na verdade, ainda permanecemos no deserto. Nesse muitos foram os que passaram, desde Agar, Ismael, Moisés, até o maior de todos eles, Jesus! Como já disseram: “não importa o quanto você bate, mas, sim, o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em fr

BOLSA DE VALORES

Ele que por ser o representante do “amor”, foi transformado em objeto de desejo e alçado ao patamar dos escolhidos, oscilando entre altas e baixas cotações, no decorrer dos anos, continuou ainda naquele mesmo nível. Instável como é o ser daquele subjetivo amor, com as ondas constantes da baixa de suas ações – valores irracionalmente estabelecidos − foi reduzido a mero objeto de desprezo, merecendo apenas a atribuição de alguns papéis de uma irônica indiferença. Criado em: 16/12/2012 Au tor: Flavyann Di Flaff

TERRA NATAL

Dos mares nunca dantes navegados, das terras onde nunca pisei, não mais senti saudades, desde que aqui cheguei! Os mares daqui têm um quê de ternura. Quando bate a solidão, é só ir vê-los, para sentir-me aconchegado. A terra – solo fértil à Amizade – inspira aos estrangeiros a presença da hospitalidade. Talvez encontrasse tudo isso, que aqui achei, nos mares nunca dantes navegados, nas terras onde nunca pisei! Mas não teria o mesmo encanto, que neste paraíso há. Da terra onde nasci e fui criado, jamais vou me apartar! Criado em: 08/12/2014 Autor: Flavyann Di Flaff