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Mostrando postagens de 2022

NÓS DOIS

  Nas curvas do teu corpo, ignoro os avisos e sigo imprudente; no meu corpo cavernoso, aguças o teu lado predadora.   Guiados por um ardente desejo, violamos assim todas as leis, transitando no campo dos instintos sem as amarras de convenções sociais.   Satisfazendo as vontades efêmeras que agora nos consomem, porque somos perecíveis sendo carne.   Fechados os botões, murchado a rosa, finda a noite apoteótica.   Criado em: 30/12/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

"CULTURA GOURMET"

  Queremos cultura, mas não de todo tipo, feito às pressas, descartável em forma e conteúdo, sem nenhum objetivo nobre. Do tipo que entorpece, distrai, aliena, desprezível forja de seres débeis e impotentes diante da vida. Não! Não queremos essa “cultura gourmet”  – entretenimento disfarçado –  que nos torna escravos dos desejos e aceita, do hedonismo, a bajulação e o reconhecimento efêmeros. Queremos aquele tipo que conforta, cura e fortalece o ser e a alma, despertando a consciência, livrando-nos dos grilhões da ignorância e da subserviência, produzindo, em um sistema que convenciona, como regra, a conservação dos lugares pré-estabelecidos socialmente, a vontade de ascender em nós. Criado em: 18/12/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

AFETADO PELA POESIA

  Dobrando rapidamente a esquina do Tempo, sou assaltado pela Poesia. Pela emoção, ela me pega de jeito. Inicialmente, permaneço estático, retrato da impotência diante do inevitável. Revolucionária, arranca de mim tudo que não lhe serve, despindo-me das insignificâncias que julgava serem valores. Audaz, enche-me de coragem, numa espécie de mais-valia, pois, sem aquelas, eu nada mais valia, uma vez que nada mais possuía. Refeito, possuidor agora de toda a potência da Poesia, sigo espalhando amor, pregando e fazendo justiça por onde eu for.   Criado em : 11/12/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

REGRESSAR PARA VOAR

  Às vezes, precisamos regressar... Pisarmos novamente na velha casa para exorcizarmos os antigos fantasmas que nos atormentam até hoje, atravancando, inviabilizando o nosso florescer. Procurarmos por nossas asas perdidas em algum cômodo desse lugar, talvez cortadas e esquecidas por alheias vontades ou por nossos ingênuos medos. Para, ao sentirmo-nos, enfim, leves, como se o nosso corpo fosse levitar, voarmos para além das fronteiras limitantes de nossas inseguranças. Criado em: 09/12/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

EM BUSCA DA ORIGEM PERDIDA

  Depois de séculos de apagamento identitário, a necessidade de saber quem são faz-se premente. Cadê os anciões, senhores da cultura ancestral? E os seus filhos, mantenedores dessa herança? Todos se foram! Restaram apenas os netos, novos convertidos, que dos antigos nada reconhecem, pois só ouviram falar. Pesquisar, conhecer, aplicar, tempo para isso não há, já que o imediatismo é sedutor. Parecer ser é mais prático que ser. Então, a cultura pop é convertida em segura referência de antigos valores. Confisca-se o enredo, faz-se a alquimia da derme e surge o paquiderme ancestral. Consegue-se, com isso, a instantânea reconstrução identitária para a ansiosa massa desfigurada. Porém, quem muito rápido e fácil ascende, tende a uma súbita queda. Criado em: 06/12/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

O JOGO DA VIDA

O jogo da vida é avaliado sob quatro perspectivas: a de quem já jogou e ganhou e desfruta da vitória, a de quem acabou de entrar, a de quem está jogando e a de quem jogou, perdeu e tem que decidir se desiste ou segue jogando. Quem jogou e ganhou, desfruta os louros da vitória, por isso pode assumir a postura que mais lhe convier diante da vida. Quem acabou de entrar no jogo, chega cheio de esperança e expectativas, que logo podem ser confirmadas ou frustradas, levando-o a ser derrotado ou a pedir para sair, permanecendo à margem, impotente diante da vida. Quem está jogando, sente a pressão da competição e, por isso, não se deixa levar por comentários de quem só está na arquibancada da vida, sem coragem de lutar. Quem jogou e perdeu, sente todo o peso das cobranças sociais pelo fracasso, por isso não se permite o luxo de desistir, pois sabe que tem que continuar jogando, seja por revolta, seja para se manter vivo nessa eterna disputa. Criado em: 20/11/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

A VIAGEM

  Certo dia, chegou a indesejada das gentes, invadindo o meu cotidiano, aboletando-se nos bastidores do dia a dia. Não tive como fugir. Os que estavam ao meu redor é que não conseguiam esconder o incômodo dessa presença. Para mim, a cada dia, era desfazer as malas que não levaria. Assim, ia sentindo-me leve, já quase sem amarras, livre. Os semblantes dos que me olhavam já anunciavam o dia da viagem sem alarde, silenciosamente. Até que chegou o dia em que partimos.   Criado em: 13/11/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

HOJE E SEMPRE

  Chegou de mansinho e aboletou-se na sala de estar do meu peito. Como uma velha conhecida, começou a falar sobre pessoas queridas, trazendo à tona inúmeras lembranças de uma agradável e inesquecível convivência que tive com elas. Conversamos sobre tantas coisas, principalmente, àquelas que estão guardadas em minhas memórias afetivas. Foi uma tarde de conversa longa e silenciosa, repleta de histórias e causos, que me fez reviver ternos momentos de minha vida. Assim que teve vontade, partiu, mas não sem antes se despedir de mim. Demo-nos um longo e apertado abraço, e enquanto envolvido estava por ele, coloquei o meu rosto em seu ombro e me desfiz em copiosas lágrimas. Nesse ombro amigo, senti-me de novo no aconchego do abraço daqueles que se foram, deixando uma incessante saudade que sempre vem visitar-me aleatoriamente, como ocorreu no dia de hoje. Criado em: 01/11/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

PÓS-MODERNIDADE ELEITORAL

 

CELEBRAÇÃO DA AUTOINCOMPETÊNCIA

  Em homenagem à Crise ambiental e energética, ergueram um Belo Monte; Falta de uma educação como processo de conscientização do ser, o que geraria uma emancipação efetiva e coletiva, criaram mecanismos estatais que “suprem” as futuras gerações; Defasagem educacional, construíram uma ponte direta ao Templo do Saber; Ausência da Verdade, produziram sofismas libertadores; Banalização de nobres valores, produziram valores convenientemente descartáveis; Falta de entendimento do mundo simbólico, converteram os símbolos em meros adornos, penduricalhos convenientes... E assim, os gestores, de ontem e de hoje, em vez de solucionarem os problemas evidentes, homenageiam o imperdoável. Criado em: 14/10/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

FALÊNCIA MÚLTIPLA

  Hoje, finalmente, me despeço! Digo adeus aos meus e a todo mundo que conheço.   A toda hora me despedia, desde o acordar até o dia findar, eu ia um pouco a cada dia.   Quando fazia aniversário, eram os anos que se faziam passar – enigma em forma de presságio.   O adeus de toda hora era uma despedida fracionada em momentos de hoje e de outrora.   Chegou a hora, não tem mais jeito! O que fiz está feito e não será desfeito! Essa é a minha despedida última, completando, em mim, a falência múltipla.   Criado em: 09/10/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

SÚPLICA TARDIA

  No jardim dos meus tempos, surgiu uma bela flor. Com ares juvenis, branca era a sua cor. Olhos maduros, instintos apurados, assim eu vi aquele ser. Uma sanha, nas minhas entranhas, e um fogo começaram a arder.   Da matilha, o alfa. Diante do que via, a vontade que não passa. Porém, essa maldade, em si, não lhe cabia.   Assim, cedeu ao que a natureza lhe destinara. Na flor branca, intocada, investiu. Tocou o que, até ali, ninguém tocara. E diante do assédio, a inocência sucumbiu.   A consciência, em ambos, algo gerou. Por anos, a fera, por esse algo, foi atormentada, e não se sabe, na da flor, o que se passou. Desse fato, o que se sabe, é que a dor foi perpetuada.   Desde então, instalou-se a tauromaquia na fera. Nessa luta incessante para reverter o mal cometido, que vença o homem, quem me dera! Senão, o que me resta dele será abatido.   E sendo ele o vencedor, pelo arrependimento que senti e vivi, Anne, perdoa este pobre pecador!   Criado em: 09/10/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

SÚBITA REFLEXÃO

  Houve um tempo em que o povo era dócil, não porque queria, mas, pela docilidade, a sobrevivência garantia.   O tempo passou, o povo foi mudando e a docilidade, de outrora, transformou-se em amargo engano; e, assim, para uma falsa consciência, o povo foi despertando.   Então, levado por ela, o povo a tudo questionava. Do feito ao desfeito e do dito ao interdito, porém, nenhum, desses nós, desatava. Parecia que resolver não era a questão; militar, sim, era a verdadeira razão!   Com o tempo e as vivências, o povo começou a enxergar, o que tão claro se exibia, que a classe governante era o estrato da mesma sociedade em que vivia.   Assim, o povo se viu espelho da classe que combatia, e esta se viu reflexo daqueles sobre quem o poder exercia, pondo-os sempre de joelhos.   E como Narciso ama tudo que é espelho, a docilidade antes abominada pelo povo, a ele, retornava naquele mesmo dia. Revelando, com isso, que a Ética e a Moral, só possuem eficácia verdadeira, o que não é novo, se fore

A UM POETA

  Certa feita, ouvi um poeta confessar que não acreditava numa mudança para melhor. Indagado, então, porque ainda lutava mesmo assim, ele respondeu, dizendo: “porque tá dentro de mim”, “porque tem que passar a chama adiante, só por isso”; revelando um evidente cansaço das tantas batalhas enfrentadas. Nesse momento, fiquei perplexo com a resposta dele, pois li, em um de seus escritos, o seguinte aviso: “ Não confunda briga com luta, briga tem hora para acabar, uma luta é para sempre” ; o que me fez, naquela ocasião, pensar no quão contraditório ele foi. Muitas vezes, diante das inúmeras lutas cotidianas, sentimo-nos assim, cansados devido à impotência de nossos atos em relação às causas que enfrentamos. Quem sabe, por isso, e também pelo fato de pensarmos, baseados em crenças impostas e limitantes, que toda luta é feita para ser ganha, não ocorrendo a vitória idealizada, uma sensação de fracasso se instale e o desânimo nos invada rapidamente. Hoje vejo que aquela surpresa que tive,

REVOLTA DOS CONTRADITÓRIOS

  Neste país, já virou religião, descobrir um santo para cobrir outro. Perverter as tradições – nobreza cultural, heterogeneidade social, para instalar modinhas pós-modernas – cultura de massa, coletiva homogeneidade.   Desqualificar o que não é espelho, para enaltecer o que é igual.   Comportar-se de acordo com o politicamente correto vigente para não perder o direito à liberdade de pensamento e de expressão e ter que ver tudo o que foi dito sendo usado contra si mesmo em um convincente e conveniente tribunal.   Autoenganar-se, julgando um orador melhor que o outro, só porque prometeu estabelecer uma vida diferente da prometida pelo anterior... E a Constituição, coitada, sempre sendo usada para embasar essa e outras tantas promessas ocas provenientes de uma prática política devassa e polarizada. Antes de decidir, analise fria e historicamente, faça-nos o favor!   Pregar bondades aos seus, e revoltar-se com a multidão. Reclamar da fome, sempre estando de barriga cheia.   Vestindo u

MENTIRA E VERDADE

  Mentiras massageiam o ego, fazendo-nos orgulhosos dos nossos erros. As Verdades fazem-nos sofrer logo de cara, para depois nos fazer transcender.   Mentira é o emprego dado pelo político que nos ensoberbece perante os outros, mas nos alicia e condiciona às veleidades do doador. As Verdades nos dão o labor necessário para forjar o nobre caráter, o pão que alimenta a mudança imprescindível.   Mentira é a educação que edifica no preço do hoje. As Verdades reeducam e libertam o ser, fazendo-nos renascer melhor que antes.   Mentira é, foi e sempre será o veneno – fácil de beber, porém mortal. A Verdade foi, é e sempre será o remédio que, amargo, relutamos em ingerir, e depois de aceito e digerido, proporciona-nos a vida plena.   Criado em: 17/09/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

REENCONTRO

  Que estranho, a mesma cidade, as mesmas ruas, e nunca nos encontramos! Quem sabe, já nos vimos e não nos falamos. As cenas da cidade pouco importam, se não têm alguém a nos esperar. Surpreendo-me imaginando você dando voltas pela vizinhança, nesse instante, passando por perto, dirijo o meu olhar à sua bela figura e nos reconhecemos, como se fôssemos velhos conhecidos. Então, tudo fará sentido, e começaremos uma conversa que nos levará a caminhos tão comuns, que pensaremos ser antigos namorados a se reencontrarem depois de séculos passados.   Criado em: 27/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

AMOR DESCOBERTO

  Ah, mas que folgado esse passarinho! Foi, todo presunçoso, saber o que havia no teu escaninho (o coração). Com o falar habilidoso, disse o que, no fundo, querias saber: se aquele gentil moço já possuía um bem-querer. Então, a esse teu anseio, deu endosso, confirmando o que o rapaz sentia. Rindo a gosto, o passarinho desinteressado, sem querer descobria, que aquele moço era por ti amado. Ri, passarinho, você logo passará! Quanto a esse sentimento,  ele para sempre permanecerá.   Criado em: 26/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

UN ENCONTRO Y UN AMOR

  Em um tempo em que todos falam de amor, mas só entendem e vivenciam o desejo, te vi. Estavas tão linda em um vestido florido, que meus olhos simplesmente ficaram fitos em ti. Olhavas o mundo com olhos amorosos, teu sorriso reluzia uma felicidade indescritível, tanto que me peguei admirando a ti. Meu coração, roto de tantas buscas vãs, sentiu-se impelido, porém, eu, para ele, não buscava nada, só passava por ali desinteressadamente, quando te vi. Nesses instantes de puro encanto, saíste a saudar a vida, e nem percebi. Perdi-me no inusitado e quando dei fé, já estavas distante, passando como uma chuva de verão, devolvendo-me a fértil esperança de um dia ter alguém para amar. Nesse dia, alguma coisa mudou dentro de mim e, desde então, busco-te por todos os lugares aonde vou, sem nunca te reencontrar. Resta-me apenas desejar que o acaso nos contemple com um novo encontro e, dessa vez, vou cortejar-te, fazendo-te ciente do bem que me fizeste, quando te vi. Criado em: 25/08/2022 Autor

PASSAGEIRO

  Certo dia, te vi. Senti o teu cheiro, me envolvi. Abracei e beijei a ti. Passado algum tempo, nada mais senti. Sumiste dos meus olhos, dos meus braços de repente, e não mais percebi o teu cheiro ao meu redor. Então, conheci a temporariedade do encontro, porque tudo que é sentido é passageiro.   Criado em: 22/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

DE TODOS OS CANTOS

  Na vida, todos têm seu canto... de dor, de saudade, de lamento, de luta, de alegria, de adoração. Ter o seu canto indica conquista, marca do que é só seu. Em um canto... de tudo expressamos, esquecemos, guardamos ou escondemos. Indo ou vindo o canto, enquanto felizes, só encanto; porém, se em mil pedaços se desfaz um coração ferido, restará somente o desencanto. Então, para encerrar essa tristeza, recante em outra freguesia e, quem sabe, desencantado, de novo esbarre na alegria. Por isso, seja para entoar, seja para entulhar, o canto é o que há.   Criado em: 22/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

ENQUANTO ISSO, EM ALGUMAS IGREJAS DE UM PAÍS VARONIL...

 

AS ENTRELINHAS DO AMOR

  Nossos olhos, quando acostumados com a escuridão, acham a luz irritante. A presença, cotidianamente certa, causa-nos a falsa segurança de que o outro, apesar de tudo, estará para sempre conosco, e é isso o que nos faz adiar a reciprocidade ao sentimento ofertado para o amanhã. Na vida, nem tudo é o que parece ser, portanto devemos ser capazes de decifrar as metáforas com as quais ela nos presenteia diariamente. Amar, meu amigo, possui as suas sutilezas! Esse nobre e humano ato não se faz presente só nas palavras elogiosas, porque elas podem ser falseadas, porém, também nos mais singelos e contraditórios gestos. Um não, de quem nos ama, pode ser um dos atos de lapidação do nosso caráter em todos os sentidos. Afinal, a lógica ficou, como regra, para as coisas exatas, e para as que são imperfeitas, pois estão em contínua construção, como as humanas, carecem de interpretações prévias, a fim de não cometermos enganos e, mais à frente, padecermos de um patológico arrependimento. Criado

INVOLUINDO

  Quando criança, machucar-se consistia em tropeçar, dobrar os joelhos, cair, feri-los, para, só depois, sentir a dor; mas sempre conscientes do que a causou. Hoje, para se machucar, todo esse processo não se faz necessário ser cumprido literalmente, apenas metaforicamente em parte, pois logo sentimos a dor. Porém, tomados por uma inconsciência conveniente, fingimos desconhecer o que a proporcionou. Assim é a involução do ser humano.   Criado em: 15/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

CONTRA-ARGUMENTO

  Quando cala, tudo nele fica à espreita daquilo que não é seu, pois é alheio à sua vontade, aos seus sentimentos e à incerteza de lhe fazer bem ou não. Tudo lhe é curiosamente suspeito, até que escute e processe tudo que lhe foi dito no momento. No silêncio, a observação atenta é a expressão do que logo quer falar, mas prudente se cala. Como se colhesse mais subsídios para embasar as palavras que podem ser ditas, como resposta de forte argumento, em frases com sons coerentes e coesos a qualquer momento, sendo compreensíveis a todo e qualquer ser vivente que lhe inquira insidiosa e inadvertidamente. Criado em: 15/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

DUOS ANGELOS

  Quando criança, eu e meus irmãos pensávamos viver em um mundo ideal, pois não percebíamos violência, dor, malquerênça, fome e tantas outras coisas ruins que assolam o mundo real. Sentíamo-nos como o próprio Adão, tendo um paraíso só nosso. Mal sabíamos que aquilo tudo só existia, porque havia uma sólida proteção, que não era composta pelos aparatos tecnológicos atuais, porém por dois anjos em forma de gente: nosso pai e nossa mãe. Eles, apesar de suas limitações físicas, econômicas e emocionais, doaram-nos uma grande parcela de suas existências, quando, absorvendo e processando tudo aquilo de ruim que nos cercavam, proporcionaram-nos, neste mundo desumano em que vivemos, experimentar um pedacinho do céu. Criado em: 14/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

SOLAMENTE AMAR

  Só a mente ama, quando o objeto do amor dele nada sabe. Do sol ao mar, assim se sente o indivíduo que, há muito amando só, vê-se agora sendo amado. Só há mar, quando se perde a terra firme por estar amando. Só lá, onde o amor não prevalece, mente-se amar. Enfim, só lamente amar, quando, no mundo, ninguém mais restar.   Criado em: 05/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

ALICIAMENTO MIDIÁTICO

  Diante da enxurrada de informações processadas e convertidas em notícias remanufaturadas (fatos recheados de opiniões parciais), ficamos como crianças que foram ao circo assistir às atrações da tarde, mas acabaram por ter a atenção presa pelo homem do algodão doce. Criado em: 05/08/2020 Autor: Flavyann Di Flaff

AMOR GENUÍNO

  Amores de romance nos enche de inquietudes, faz-nos sonhar dias de felicidade, proporciona-nos dias solares em tempos nublados. Mas, apesar de tantas emoções, eles permanecem no campo do impossível, pois pertencem ao mundo imaterial. Amor de verdade não está apegado aos desejos, pelo contrário, provém de uma imensa vontade de amar. Quem, a partir dela, ama, verá o amor sempre se renovar. Porém, quem, a partir daqueles, ama, vê-lo-á finar.   Criado em: 04/08/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

SOB SUSPEITA

  Mal aconteceu o fato E todos já souberam de imediato. Porém, nada da verdade, só o boato.   Informação processada, Vira notícia remanufaturada, Enche as mentes aos montes, Mas não nos deixam cônscios.   Verdade!   Da realidade, somos sequestrados Para vivermos, do mundo, alienados. Somos x9, com o celular na mão, Prontos, loucos pra entregar o irmão.   Provocação culposa, Sem intenção de provocar. Tudo o que disser ou fizer, Numa denúncia caluniosa, Será usado contra você.   E até provar o contrário, Já era, mano, perdeu toda a moral! Pagou todo o seu erário, Para ser egresso do Sistema Penal.   Criado em: 30/07/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

VIDA HOSTIL

No meio da rua, cida gania Era a carne pela carne Garantindo em parte A morte da fome do dia   A infância faminta Suplicando pra viver Não dá pra passar e só ver A dor gritante e infinita   Entra pela visão Martela a mente Agride o coração Devora o ser impotente   Contudo, quis lhe dar Atenção, no ar paira o pesar! É desesperador, vê e nada poder Mas quem sou pra tudo prover?   Sigo indignado, de braços atados No palácio, só pra ti faria Pratos fartos pra famigerados Que a fome anônima não sacia   Por fim, men , digo: “Para o Poder, você é enteado!” É só ver como cê é tratado Do respeito dele, só o filho é digno   Criado em: 30/07/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

EFEITOS DA POLARIZAÇÃO POLÍTICA

 

INOVADORES RELIGIOSOS

  Antes era... E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. (Êxodo 3:14) Então, os vendilhões do Templo colocaram uma interrogaçãozinha e assim ficou: EU SOU O QUE SOU? A partir disso, começaram a incutir, nas mentes de seus fiéis, a Teologia da Customização de Deus, isto é, que a boa nova era que eles podiam personalizá-Lo de acordo com a natureza dos interesses de cada um. Era como se O colocassem dentro de garrafas vazias – seus corações – e, assim, tivessem poder sobre Ele, transformando-O em um mero garoto de recados, um gênio da lâmpada ou um implacável justiceiro de aluguel. E todos se regozijaram com a inovação religiosa, uma vez que, finalmente, preencheriam os seus vazios interiores. Criado em: 03/07/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

SISTEMA POLÍTICO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

  Em nosso processo político eleitoral não há espontaneidade, o que temos é o condicionamento das pessoas, uma vez que existe todo um arcabouço de ações institucionalizadas para isso. A começar pelo financiamento público de campanha, passando pelas pesquisas questionáveis e tendenciosas (manipulação de indecisos), depois pelas emendas de relator e afins (verbas a fundo perdido que financiam os currais eleitorais dos políticos); em seguida pelo gestor, que só trabalha movido pelo interesse da reeleição e quando nada faz, para ser reeleito, utiliza-se do orçamento para atrair bases políticas (leia-se compra de votos). Revelando, com tudo isso, o quanto o nosso sistema político instrumentaliza os próprios políticos, em todos os sentidos, para que possam perpetuar-se no poder, mesmo que alternadamente. Portanto, participamos de um círculo vicioso que não nos leva a lugar nenhum, numa permanente e recorrente necessidade de reais e efetivas políticas públicas cujo Estado Democrático de Direi

DA GRATIDÃO

  * “Eu sempre gosto de escrever sobre gratidão, considero ela essencial na construção de uma vida plena. Apenas um coração grato é capaz de amar. Sem gratidão, o solo sagrado das emoções é tomado pelo orgulho, e aí acabamos semeando a erva daninha da infelicidade. Para evitarmos isso, nós temos esta opção, cultivar a gratidão. Esse cultivo deve ser um hábito, um propósito, uma filosofia de vida. Lembro-me de que gratidão não é conformismo, não é aceitação de tudo. Nossas lutas precisam e devem ser enfrentadas com toda força e comprometimento, mas garanto que vivenciar a experiência humana, sempre com o coração grato, será a revolução que sua vida necessita.” * Penso que a gratidão seja o reconhecimento de que o individualismo não nos faz chegar a todos os lugares que desejamos ir. Faz-se necessário, para alcançarmos a plenitude de nossa humanidade, uma grande e extensa rede de relacionamentos na qual aprendemos e aplicamos, simultaneamente, tudo o que abrange o nosso lado sociável