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REVOLTA DOS CONTRADITÓRIOS

 

Neste país, já virou religião,
descobrir um santo para cobrir outro.
Perverter as tradições
– nobreza cultural, heterogeneidade social,
para instalar modinhas pós-modernas
– cultura de massa, coletiva homogeneidade.
 
Desqualificar o que não é espelho,
para enaltecer o que é igual.
 
Comportar-se de acordo com o politicamente correto vigente
para não perder o direito à liberdade de pensamento e de expressão
e ter que ver tudo o que foi dito sendo usado contra si mesmo
em um convincente e conveniente tribunal.
 
Autoenganar-se, julgando um orador melhor que o outro,
só porque prometeu estabelecer uma vida diferente da prometida pelo anterior...
E a Constituição, coitada, sempre sendo usada
para embasar essa e outras tantas promessas ocas
provenientes de uma prática política devassa e polarizada.
Antes de decidir, analise fria e historicamente, faça-nos o favor!
 
Pregar bondades aos seus, e revoltar-se com a multidão.
Reclamar da fome, sempre estando de barriga cheia.
 
Vestindo uma “cogula beneditina, como hábito de boa fama”,
subir em um palanque e, utilizando-se de palavras de um anjo caído,
prometer boas novas aos que mais precisam,
revelando, com isso, ser mais um “moralista” deste mundo.
 
Por pura conveniência, pregar franjas de algodão em mantos de veludo,
para justificar a aplicação de franjas de seda em capas de algodão.
Propagando, com esses termos relativos, que as virtudes não são puras e nem absolutas.
 
Revoltar-se contra os outros, e não contra o que há de mal dentro de si mesmo.
Essa é a conveniente revolução das contradições humanas!
 
Criado em:
18/09/2022 Autor: Flavyann Di Flaff

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