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Mostrando postagens de maio, 2014

IMPLÍCITO

Um riso na cara o menino havia dado dos jovens machos.     Flavyann Di Flaff      31/05/2014

SORVETE

       Depois que te conheci, tudo em mim se fez desejo compulsivo. Esse ato insano, desmedido, inconsequente, faz-me um louco, um bobo. Desde então, só me imagino bebendo-te aos poucos, sem pressa, degustando tudo aquilo que é de tua posse e me entregas com entusiasmo. Do sabor semelhante ao da cereja, quero impregnar os lábios meus, pois os teus ficam tão belos com a cor dessa fruta. Da tua flor, quero sorver aquilo que o êxtase em ti produz. Sei que, para muitos, ter inúmeras e distintas possibilidades para se provar novas nuances de sabores na cama, assusta. Mas tendo provado daqueles dois, dos restantes é só questão de oportunidade e afinidade. Motivo pelo qual o prazer será sempre infinito àqueles que estão em perfeita harmonia. Hoje sei que dos sabores que já provei o teu sempre me dopa, mina. Já que sorver-te é, incontestavelmente, a ação mais prazerosa que já experimentei. Criado em: 23/05/2014 Autor: Flavyann Di Flaff

CICLO DE MUDANÇA

Houve um tempo em que era visível a guerra entre a natureza humana e o espírito. Nessas batalhas, não se distinguia vencido ou vencedor, mas era sabido que existia refém – um ser que sempre era seduzido e convencido a participar de escaramuças contra o espírito. No início, pensava ser real aquela relação, assim agia com afinco na tentativa vã de ser reconhecido como o ser amado. Mal sabia que aquele comportamento passional alheio nada tinha de verdadeiro, era só uma ação belicosa de alguém que se encontrava em conflito consigo mesmo e, por isso, em detrimento de outrem, só pensava no seu êxito, no seu bem-estar. O tempo seguiu, a guerra prosseguiu e nada mudou. Ainda como refém, permaneceu em redor, sem ter a devida noção do que acontecia de fato até ali. A natureza humana permanecia tendo o controle nas batalhas, apesar do espírito dar sinais de resistência e, às vezes, de ser possível mudar a situação. Quando isso ocorria, os vícios, em suas mais diversas modalidades, cessavam, e as

COISIFICAÇÃO HUMANA

Que tempos são esses nos quais a consideração, o reconhecimento, o carinho e tantos outros sentimentos bons são limitados apenas a datas comemorativas? Em determinadas ocasiões, somos bombardeados por palavras destituídas de seus significados, portanto vazias de sentidos verdadeiros, todas proferidas perante a conveniência do momento, fruto de uma ressignificação desmedida. Que tempos são esses nos quais somos doutrinados a tudo comprar, como se isso nos tornasse seres melhores? Hoje, neste capitalismo selvagem de relações e comportamentos, quem não compra, vende-se. São pessoas que aprenderam a tirar proveito dos interesses alheios, sem prejuízos para si próprias, e nesse mercado crescente e voraz, não percebemos ou, simplesmente, ignoramos o fato de que estamos nos transformando em coisas – meros objetos de decoração na vida uns dos outros a cada dia. Criado em: 09/05/2014 Autor: Flavyann Di Flaff