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Mostrando postagens de novembro, 2019

SUBMISSÃO

A Humanidade há muito desaprendeu a ser livre! Hoje, busca incessantemente a quem servir. Busca inclinar-se àquele que é de consentimento universal, assim pode adorar, todos juntos, em uma mesma alienação. É inquietante para indivíduos e coletividade ter liberdade, pois o não ter a quem obedecer angustia-os. Na ânsia em suprir essa angustiante e patológica necessidade, o Homem transformou o vil metal na deidade Mamon – o pão da terra. Todo aquele que intercede à divindade em favor de si é venerado como um ídolo, é cultuado com o preço de sua liberdade, já que, para o Homem, o livre-arbítrio é doloroso labor. Portanto, confia-o a outrem, deixando-o ser confiscado. Torna-se, então, um fraco, revoltando-se por não saber lidar com aquilo que lhe é natural desde o nascer: a liberdade. Impotente, busca apoio na autoridade falsamente instituída e a ela se submete, pensando que assim será senhor de si. Toda essa covardia e fraqueza lhe custarão caras! O não tomar as rédeas de

NAUFRÁGIO

Por longos anos a fio fui forjado na convivência com a liquidez da vida. O fluxo tranquilo e perene que levava, fizera-me senhor dos lagos e rios, não havia, portanto, leito ou qualquer outro percurso fluvial que me surpreendesse. Certo dia, percorrendo as águas do flume principal do meu viver, dominado pela segurança frágil que por mim fora internalizada, não percebi que as águas se agitavam, como quando o amante encontra o ser amado, ficando em pleno estado de êxtase. Então o rio encontrou o mar! E eu que, naquela altura da vida, pensava ser um velho lobo, vi-me como um recém-nascido pronto para o batismo, não mais em águas tranquilas, mas em revoltas e inconstantes águas. As águas do mar da vida me receberam com severidade, dando-me uma pequena e breve demonstração de seus poderes. Dali em diante, nada do que vivera me serviu de instrumento para contornar as intempéries. Frustrações pessoais me levaram a um inevitável naufrágio e, até hoje, ainda me encontro à deriva, sem ter

OUTROS RUMOS

Enquanto em outros leitos já deitaram, correram, passaram e passam muitas águas, vamos tendo todo o cuidado para que águas mortas não contaminem os nossos. Já que preparamos a terra para novas colheitas, sendo, portanto, imprescindíveis águas de boa qualidade que venham ajudar a florescer as sementes de um novo e agradável amanhã. O pensamento e o olhar, antes fixos, estagnados em uma só forma, agora, começam a se libertar e a permitir outras paisagens. Criado em: 30/11/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

REALIDADE MELANCÓLICA

Rudes tempos nunca se viu nesta sociedade que se erigiu. Como símbolos de patologias sociais, as instituições se erguem e se comportam. Justiça cega ao que é de fato e de direito, mas aguçada para os interesses daqueles que a compõem. Política de discursos demagógicos e de atitudes torpes em relação ao coletivo. Ideologias baratas e de ocasião, ideólogos oportunistas e aproveitadores das mazelas institucionalizadas. Religiões repletas de doutrinas carnais nas quais imperam as vontades dos seus criadores e doutrinadores, mercadores da salvação para os diversos males materiais. Indústria do entretenimento – nichos de paixões patológicas causadoras de diversas e distintas perturbações. São tantos os símbolos desta sociedade doentia, que enumerá-los seria uma árdua tarefa. O que nos causa melancolia, é que não há perspectivas de vontade de mudar, deixando fluir o fluxo desregrado até a Humanidade consumir-se. Criado em: 23/11/2019 Autor: Flavy

AUTODERROTADO

O silêncio interior causa uma angústia imensa, não por nada mais ouvir, mas por calar as dores sentidas. Elas representam a realidade de um ser dolente que anseia por tempos fartos e não mais de permanência no deserto. Em um dia de devaneio, quis ouvir voz alheia, porém um silêncio perturbador fez alterar o humor e, acusticamente, isolou-se. Mais uma vez, deixou-se vencer pelo silêncio que cala suas dores e angustia sua alma. Criado em: 23/11/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

CÍRCULO VICIOSO

A infância, impulsiva e intrépida, gera uma subjetiva coragem, que só é, eventualmente, abalada pelos monstros criados por adultos assustados. Seres de raciocínio lógico-linear que são capazes de lidar com qualquer máquina ultramoderna, mas incapazes e ineficientes no convívio com seres humanos, criaturas contraditórias e inconstantes. Com isso, criam e retroalimentam um círculo vicioso, cruel e autodestrutivo. Criado em: 18/11/2019 Autor: Flavyann Di Flaff

A RODA DA VIDA

E quando a gente pensa que perdemos e o jogo acabou, eis que a roleta da vida gira e uma nova partida começa, com novas oportunidades e possibilidades. Então os olhos brilham, e a derrota anterior, que tanto nos derrubou emocionalmente e psicologicamente, agora nos serve de motivação para capricharmos nessa nova partida. Criado em: 15/11/2013 Autor: Flavyann Di Flaff