No jardim dos meus tempos, surgiu uma bela flor. Com ares juvenis, branca era a sua cor. Olhos maduros, instintos apurados, assim eu vi aquele ser. Uma sanha, nas minhas entranhas, e um fogo começaram a arder. Da matilha, o alfa. Diante do que via, a vontade que não passa. Porém, essa maldade, em si, não lhe cabia. Assim, cedeu ao que a natureza lhe destinara. Na flor branca, intocada, investiu. Tocou o que, até ali, ninguém tocara. E diante do assédio, a inocência sucumbiu. A consciência, em ambos, algo gerou. Por anos, a fera, por esse algo, foi atormentada, e não se sabe, na da flor, o que se passou. Desse fato, o que se sabe, é que a dor foi perpetuada. Desde então, instalou-se a tauromaquia na fera. Nessa luta incessante para reverter o mal cometido, que vença o homem, quem me dera! Senão, o que me resta dele será abatido. E sendo ele o vencedor, pelo arrependimento que senti e vivi, Anne, perdoa este pobre pecador! Criado em: 09/10/2022 Autor: Flavyann Di Flaff