Não a conhecia, mas ela já fazia parte de
mim. Desde o primeiro dia em que nasci, desejei-a veementemente. Abracei-a como um
náufrago abraça algo que o mantém na superfície, com a pulsão do existir.
Conviver com ela é encantamento diário.
Rotina? Só se for de descobertas cotidianas. Estar em sua companhia é ter
possibilidades infinitas de aprendizado em uma profusão de oportunidades, sem
que nada fuja do campo da escolha.
Vivemos grudadinhos um no outro. Aonde um
vai, o outro vai junto. Somos dois em um. Contudo, como em todo relacionamento,
há divergências. Quem nunca agiu em discordância ao desejo do outro? Assim
também ocorre conosco. Nesse caso, ela nada reclama, porque tudo nela está
implícito, e para que eu descubra, basta prestar bem atenção ou divergir por
inconsciência.
Ao longo do tempo, fomos nos conhecendo.
Digo que não foi nada fácil. O aprendizado foi contínuo e veio a partir de
erros e acertos, até que a sabedoria fosse alcançada. É que a imaturidade foi
minha coleguinha por um bom tempo, já a minha amada, penso que ela já surgiu
senhora de tudo. Porém, nunca foi soberba ou coercitiva, sempre se mostrou
pedagógica, deixando-me caminhar com as minhas próprias pernas, intervindo, quando necessário, como uma consciente mestra.
Não tenho como dissociá-la de mim, afinal, como já dito, somos dois em um. Ela é companheira, amiga, confidente, mestra, sensível, justa, pedagógica. Conhece-me como ninguém.
A partir do instante em que a conheci, apresentou-me às melhores pessoas do mundo: meus pais e irmãos. Quer maior sinal de amor verdadeiro do que este: Dividir a construção de quem se ama com outras pessoas. É por essa e outras que a amo demais e não desisto dela jamais. Mesmo que, por algum motivo externo a nós dois, a melancolia, um dia, venha a me seduzir; como Jó, que fora assediado quase até a morte, mas resistiu, eu assim também farei, pois sei que algo maior me ampara e me quer bem. Por tudo isso, afirmo em alto e bom som nesta data: AMO-TE, VIDA!!
Criado
em:
11/06/2023 Autor: Flavyann Di Flaff
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