As palavras não são como falsos confidentes
que, ao ouvirem os íntimos e alheios segredos, saem a jogá-los ao vento a fim
de os expor ao universo. Quebrando um implícito acordo de confidencialidade. Não!
As palavras não seguem esse espúrio proceder! Elas agem em comum acordo com
aquele que as escrever ou pronunciar, sem jamais ferir a ética que rege essa
comunhão, a não ser que lhe seja dada a devida permissão. Sem esta, a palavra permanece
sem voz clara, sem a força devida, sem a visão acurada, sem face precisa, tudo isso
sob os setes véus da confiança.
Palavras que desnudam o ser, simplesmente,
para expor suas patologias sociais a fim de atrair curas milagrosas para elas,
ecoam e ecoam pelos quatro cantos do E-mundo, caindo no simplificado ato de
preencher alguma fenda ou buraco natural, em um entra e sai finito. Infelizmente,
é isso que atrai a curiosidade e o interesse daqueles pseudoaltruístas, pessoas
ávidas por opinar e cuidar do jardim alheio, enquanto os deles fenecem por falta
de cuidados. As palavras não deviam ser usadas para esse contrassenso, uma vez
que, para tanto, existem as imagens, que tão bem se prestam a esse papel. Estas,
sim, deixam você despido diante dos olhares mortais!
As palavras possuem um propósito e são sempre carregadas de subjetividade. Não necessitam da intervenção de alheias mediocridades. Mas, sim, do respeito, da compreensão e do entendimento coerente para ser assimilada. De resto, só poeira verbal a macular a honra das paisagens sinceras.
Criado em:29/08/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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